17/08/2010
Luana Lourenço
Repórter da Agência
Brasil
Brasília - O número de focos de incêndios
acumulado entre os dias 1° de janeiro e 16 de
agosto aumentou 100% em relação ao
mesmo período de 2009. O Instituto Nacional
de Pesquisas Espaciais (Inpe) até ontem (16)
registrava 30.825 focos de incêndios em todo
o Brasil, o dobro de 2009, quando foram registrados
15.228 focos.
De acordo com o coordenador do
Monitoramento de Queimadas do Inpe, Alberto Setzer,
2010 está sendo um ano muito mais seco do
que 2009, com temperaturas mais altas, umidade relativa
do ar mais baixa e sem chuvas, o que facilita o
uso e a propagação do fogo.
“Em 2009, essa região do
Brasil Central chegou a ter 10 milímetros
de chuva em agosto. Este ano, até agora,
não caiu uma gota d'água. Em partes
de Minas [Gerais] e Goiás e no Tocantins
não chove há mais de três meses”,
comparou.
Além da questão
climática, Setzer disse que o aumento expressivo
dos focos de queimadas de um ano para o outro também
se deve á dinâmica do setor agropecuário
e ao período eleitoral. Na avaliação
do pesquisador, o momento econômico favorável
à expansão dos rebanhos e das áreas
agrícolas leva ao aumento do uso de fogo
pelos produtores rurais, para abrir pastagem e limpar
a terra para o cultivo. Com a estiagem e a vegetação
seca, o risco de perder o controle da queimada é
quase inevitável.
Já o período eleitoral
influencia na fiscalização. “Por ser
ano eleitoral, a fiscalização não
está tão intensa quanto poderia estar”,
ponderou Setzer. A indefinição sobre
o futuro da legislação ambiental brasileira
– com a possibilidade de mudanças no Código
Florestal – também pode estar estimulando,
segundo ele, crimes ambientais, inclusive as queimadas.
“Nenhuma dessas queimadas é
natural. Sempre começam porque alguém
fez o que não devia, agindo contra as leis
florestais. Não são incêndios
naturais, o clima seco ajuda a expandir, mas alguém
começou o fogo”, explicou o pesquisador.
As chamadas queimadas naturais,
segundo Setzer, só acontecem no período
de chuvas, porque são provocadas por raios.
E não têm o mesmo efeito devastador
que os incêndios provocados. “Esse fogo natural
ocorre a cada cinco ou dez anos. As queimadas propositais
às vezes são feitas mais de uma vez
por ano. Não há ecossistema ou vegetação
que suporte”.
O aumento expressivo do número
de focos de queimadas em 2010 ainda não deverá
ter reflexos na taxa anual de desmatamento, calculada
pelo Inpe e com previsão de divulgação
até novembro. Isso porque a taxa considera
apenas o chamado corte raso, desmate total de uma
área, o que o fogo não faz sozinho.
“O fogo danifica muito a floresta,
há uma degradação intensa,
o que facilita o processo de desmate”, explica Setzer.
“Todas as áreas afetadas pelo fogo em pouco
tempo deixam de ser floresta e viram outra coisa”,
acrescenta.
Pelo menos para os próximos
dias, a previsão é que as condições
climáticas continuem favoráveis às
queimadas, com a combinação de estiagem,
altas temperaturas e baixa umidade relativa do ar.
Hoje (17), em todo o Brasil, o Inpe registrou 13,5
mil focos de incêndios.
Edição: Antonio Arrais
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Incêndios são controlados
em quatro estados, mas situação ainda
é grave no Tocantins
13/08/2010
Da Agência Brasil
Brasília - Subiu para 15.183 o número
de focos de incêndio registrados no país,
hoje (13). Ontem (12), havia cerca de 14 mil. Apesar
disso, as queimadas estão sob controle nos
estados de Rondônia, Mato Grosso e do Pará,
o que significa que o fogo não não
deve se espalhar mais. No Acre, eles foram eliminados
no início da tarde de hoje, mas bombeiros
continuam em alerta para combater possíveis
novos focos de incêndio.
A situação mais
grave continua no Tocantins, onde o fogo avança
sobre o Parque Nacional do Araguaia e a Serra do
Lajeado, em Palmas. Com a ajuda enviada por Brasília,
começou no início da tarde de hoje
um combate direto do fogo na serra.
“Ontem vieram 32 brigadistas do
Distrito Federal e hoje, na hora do almoço,
chegou uma aeronave com capacidade para transportar
500 litros de água. Com isso, poderemos combater
o fogo em áreas de difícil acesso”,
afirmou o diretor de Proteção Ambiental
do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos
Naturais Renováveis (Ibama), Luciano Evaristo.
No Parque Nacional do Araguaia,
o controle está sendo feito pelo Instituto
Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade
(ICMBio), com a ajuda da Fundação
Nacional do Índio (Funai), porque dentro
do parque está situada uma reserva indígena.
“Ainda não temos levantamento exato da expansão
do fogo na área do Araguaia, mas o fato de
ser uma área protegida é sinal de
que qualquer fogo vai levar a um prejuízo
ambiental grande”, disse Evaristo.
No Tocantins, está sendo
instalado um centro integrado de gerenciamento de
incêndios, com a participação
do Ibama, do ICMBio, da Secretaria Estadual de Meio
Ambiente e da Defesa Civil estadual.
No norte de Mato Grosso, um centro
nos mesmos moldes já funciona há um
mês. Lá, um grande incêndio destruiu
pelo menos cem casas no município de Marcelândia.
“Na área urbana, as queimadas estão
controladas, mas ainda há focos sendo combatidos
por 240 brigadistas e bombeiros”, informou Evaristo.
Segundo ele, o combate aos incêndios
é prioridade do Ibama neste momento, mas
se a situação se agravar será
necessário o apoio das Forças Armadas.
Edição: Antonio Arrais
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Focos de incêndio em agosto
já superam os de todo o mês de julho
em Porto Velho
13/08/2010
Yara Aquino
Enviada Especial
Porto Velho – A capital de Rondônia, Porto
Velho, amanheceu hoje (13) com o ar carregado de
fumaça das queimadas que há dias atingem
a cidade. Dados da Secretaria de Estado de Desenvolvimento
Ambiental de Rondônia apontam que, desde o
dia 1º deste mês, foram registrados 1.087
focos de queimadas na cidade. Em todo o estado,
o total de focos chega a 3.744.
Antes mesmo de completar a primeira
quinzena de agosto, o número de incêndios
nas matas de Porto Velho supera o registrado nos
meses anteriores. Em julho, foram 942 focos e em
junho, apenas 42.
A população sofre
com os efeitos da fumaça no ar. “Chega a
irritar os olhos da gente de tanta fumaça”,
diz o motorista Cremilson dos Santos. Segundo ele,
a situação se repete todos os anos
nos meses de seca.
Edição: Talita Cavalcante
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Queimadas levam Acre a decretar
estado de alerta ambiental
11/08/2010
Luana Lourenço
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Com 246 focos de queimadas registrados
hoje (11), o Acre está em alerta ambiental.
De acordo com o governo do estado, a quantidade
de focos cresceu 123% em comparação
a 2008 e 587% em relação ao ano passado.
O decreto de alerta ambiental,
assinado pelo governador Binho Marques, seguiu recomendações
do Comitê de Gestão de Riscos Ambientais.
Até segunda ordem, estão proibidos
desmatamentos e queimadas no estado.
Em 2005, o Acre registrou 22.948
focos de calor e um recorde de incêndios florestais,
com prejuízos para a biodiversidade e a fertilidade
dos solos e a destruição de linhas
de transmissão de energia elétrica.
Segundo dados do Instituto Nacional
de Pesquisas Espaciais (Inpe), os satélites
registram hoje em todo o país, 12.629 focos
de queimadas, a maioria nas regiões Norte
e Centro-Oeste. Só no Pará, são
4.100 focos.
A previsão de ausência
de chuvas, o clima seco e os ventos podem agravar
a situação nos próximos dias.
Edição: Aécio Amado
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Brasil tem quase 14 mil focos
de queimadas nesta quinta-feira
12/08/2010
Luana Lourenço
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Os satélites do Instituto
Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) registram
13.823 focos de queimadas em todo o país
hoje (12), não só em áreas
de floresta. A maioria está concentrada nas
regiões Norte e Centro-Oeste. A estiagem
e a baixa umidade relativa do ar aumentam o risco
de incêndios.
Em Mato Grosso, há 4.284
focos de queimadas. No norte do estado, o município
de Marcelândia foi atingido por um incêndio
que destruiu serrarias e pelo menos 100 casas. No
Acre, que está em estado de alerta ambiental
desde a última segunda-feira (9), o número
de focos de queimadas caiu de 246 para 14.
No Pará, são 3.836
focos de calor em todo o estado. O Tocantins tem
1.434 focos, o Maranhão, 609, a Bahia, 598,
e Rondônia, 539. Em Goiás e no Distrito
Federal, onde a umidade relativa do ar está
abaixo dos 25%, o Inpe registra 644 e 27 focos de
queimadas, respectivamente.
De acordo com o Centro de Previsão
do Tempo e Estudos Climáticos (Cptec), a
umidade relativa do ar continuará baixa nesta
quinta-feira em todo o Centro Oeste, em Tocantins,
no sul do Piauí, na parte sul da Região
Norte, e no oeste da Bahia e de Minas Gerais.
Edição: Fernando Fraga
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Grandes incêndios atingem
Mato Grosso e Tocantins
12/08/2010
Luana Lourenço
Repórter da Agência Brasil
Brasília – O Instituto Brasileiro do Meio
Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis
(Ibama) registra dois grandes incêndios florestais
no país hoje (12), no norte de Mato Grosso
e no Tocantins. Nesta quinta-feira, os satélites
do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe)
registraram, em todo o país, cerca de 14
mil focos de queimadas.
No norte de Mato Grosso, o Ibama,
a Defesa Civil, o Instituto Chico Mendes de Conservação
da Biodiversidade (ICMBio) e as forças estaduais
tentam conter um incêndio de grandes proporções,
que destruiu serrarias e pelo menos cem casas do
município de Marcelândia. “Já
conseguimos controlar o fogo na sede do município”,
disse o diretor de Proteção Ambiental
do Ibama, Luciano Evaristo.
No Tocantins, o fogo atinge parte
do Parque Nacional do Araguaia, uma terra indígena
e a Serra do Carmo, em Palmas. Bombeiros e aeronaves
de Brasília devem chegar à região
até amanhã (13) para ajudar no controle
das queimadas. Um comitê com forças
nacionais, estaduais e municipais também
foi montado no estado para monitorar e combater
o fogo.
Segundo Evaristo, grande parte
das queimadas são provocadas pelo uso do
fogo para limpar áreas de pastagem. Com a
estiagem e os ventos, os agricultores perdem o controle
do fogo, que chega a áreas florestais. “Além
de todo esse esforço de combate, vamos multar
aqueles que colocaram fogo em suas propriedades
sem autorização das autoridades. Quem
precisa queimar tem que procurar o órgão
ambiental, que vai fazer vistorias e ver se a utilização
de fogo é mesmo necessária”.
Por determinação
do presidente do Ibama, Abelardo Bayma, todas as
superintendências do órgão estão
em estado de alerta para colaborar com as brigadas
estaduais e municipais em caso de incêndios
em áreas de floresta. Segundo Evaristo, o
Ibama tem 1,7 mil brigadistas em todo o país.
De acordo com o Centro de Previsão
do Tempo e Estudos Climáticos (Cptec), do
Inpe, a umidade relativa do ar continuará
baixa em todo o Centro-Oeste, no Tocantins, no sul
do Piauí, na parte sul da Região Norte,
e no oeste da Bahia e de Minas Gerais.
Edição: Lana Cristina
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Incêndios em Mato Grosso
estão sob controle
13/08/2010
Da Agência Brasil
Brasília – Está sob controle o incêndio
que atingiu a região norte de Mato Grosso,
principalmente o município de Marcelândia,
onde cerca de 100 casas e oito madeireiras foram
destruídas pelo fogo, segundo a Defesa Civil.
Até o momento 77 famílias estão
desabrigadas.
“Nossa ação, neste
momento, é oferecer ajuda humanitária
aos atingidos. Foram distribuídas 200 cestas
básicas, 2 mil litros de água mineral
e remédios para a população
que foi intoxicada com a fumaça”, disse o
superintendente da Defesa Civil do estado, Agnaldo
Pereira.
Na manhã de hoje (13),
representantes do órgão estaduais,
peritos do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente
de Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e
da prefeitura estiveram reunidos para contabilizar
os dados e promover ajuda aos atingidos.
A prefeitura de Marcelância
ainda não apurou as causas do incêndio.
Mas, nesta época do ano, a região
sofre com as massas de ar quente, aumentando as
fontes de calor, e com os incêndios criminosos.
Peritos ambientais estão
analisando as áreas atingidas pelo fogo e,
segundo informações do Superintendente
de Fiscalização da Secretaria de Estado
do Meio Ambiente, o tenente-coronel Paulo Serbija,
o laudo com as causas do incêndio deve ficar
pronto nos próximos 20 dias.
Apesar de contido os focos de
incêndio, a Defesa Civil continua em alerta
para evitar que novos incêndios aconteçam
na região.
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Justiça proíbe venda
de carvão nativo de Mato Grosso do Sul para
siderúrgicas com mais de 10 anos
10/08/2010
Luana Lourenço
Repórter da Agência Brasil
Brasília – A Justiça Federal determinou
a suspensão da venda de carvão vegetal
nativo, lenha vegetal ou matéria-prima florestal
produzida em Mato Grosso do Sul para siderúrgicas
de todo o país com mais de dez anos de funcionamento.
A decisão atende a pedido do Ministério
Público Federal e do Ministério Público
do estado.
As empresas com menos de dez anos
de funcionamento deverão apresentar comprovação
de uso de madeira de reflorestamento. De acordo
com a Justiça, o critério para definir
a suspensão de acordo com o tempo de funcionamento
da siderúrgica foi baseado em regra do Código
Florestal, que determina que as empresas têm
até dez anos para implantar projetos de reflorestamento
para uso sustentável.
Caberá ao Instituto Brasileiro
do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis
(Ibama) bloquear a emissão do Documento de
Origem Florestal (DOF), que autoriza a comercialização
dos produtos florestais. A emissão do DOF
para as siderúrgicas com menos de dez anos
será condicionada à apresentação
dos planos de sustentabilidade. Elas também
poderão ter a comercialização
bloqueada se não comprovarem as informações
em 180 dias.
A maioria do carvão vegetal
nativo produzido em Mato Grosso do Sul abastece
siderúrgicas de Minas Gerais. De acordo com
o Instituto Estadual de Florestas, a lei mineira
não exige que as empresas produzam toda a
matéria-prima que consomem em florestas plantadas.
Estimativas do órgão sul-matogrossense
apontam a derrubada de pelo menos 87 milhões
de árvores, entre 1997 e 2006, para abastecer
os fornos mineiros.
Edição: Lana Cristina