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MANEJO DE PESCA ALCANÇA RESULTADOS E É AMPLIADO NO ACRE

Panorama Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Agosto de 2010

24 Agosto 2010
Bruno Taitson, de Manoel Urbano (AC)
A Feira do Pirarucu já faz parte do calendário oficial de eventos do Estado do Acre. Realizada anualmente em agosto, no município de Manoel Urbano, tem como principal objetivo mostrar à sociedade local a importância do peixe para a economia e a segurança alimentar da região, além de representar uma importante fonte de renda para pescadores e comerciantes do município.

A quarta edição do evento foi encerrada neste domingo, 22 de agosto. A população local teve a oportunidade de saber mais sobre um dos maiores peixes de água doce do mundo, além de outras espécies pesqueiras presentes no Acre. Houve ainda degustação de pratos feitos a partir do pirarucu, comercialização da manta (filé) do peixe e atrações culturais da região. Além de Manoel Urbano, o projeto do manejo de pesca também está acontecendo nos municípios de Feijó e Tarauacá.

A Feira demonstrou que o projeto de manejo do pirarucu, fruto de parceria entre Colônia de Pescadores de Manoel Urbano, Governo do Acre e WWF-Brasil, alcançou bons resultados, contribuindo para a sustentabilidade da pesca na região. Em 2005, a população de pirarucus nos lagos de Manoel Urbano estava acabando, colocando em riso a principal atividade econômica do município. Hoje não há mais escassez da espécie.

Diante do quadro negativo observado há cinco anos, os pescadores locais procuraram o Governo do Estado e o WWF-Brasil, para que fosse iniciado um projeto de manejo buscando recuperar os estoques do pirarucu nos lagos da região. Foram feitas capacitações para que as comunidades conseguissem contar com precisão os peixes nos lagos, de modo que as ações de repovoamento pudessem ser planejadas.

Em seguida, os pescadores elaboraram regras para a pesca na região, proibindo por três anos a captura do pirarucu, para que o peixe pudesse voltar a se reproduzir. Em 2007, foi constatado um significativo aumento da população do pirarucu, fazendo com que o Ibama passasse a permitir, anualmente, a pesca de uma quantidade de peixes adultos que não ameaçasse a sustentabilidade da atividade pesqueira.

“No começo, poucos acreditaram que a gente ia conseguir pescar de novo nos lagos daqui. Hoje, os lagos estão cheios de peixe e a gente já consegue ganhar uma renda maior com o pirarucu”, afirma Geraldo Bispo, pescador da região.

O sucesso do projeto em Manoel Urbano já está sendo replicado em outras regiões no Acre. No município vizinho de Feijó, por exemplo, onde há grande quantidade de pirarucus, o manejo tem alcançado bons resultados. Diferentemente de Manoel Urbano, o município apresenta um histórico de grande quantidade de pirarucus. Porém, como o Ibama permite a captura da espécie apenas em locais onde ocorre o manejo, a população não podia usufruir da pesca.

Aumento da renda

Os primeiros acordos em Feijó foram implementados em 2009, em seis comunidades. Naquele ano, a pesca autorizada pelo Ibama rendeu um total de R$ 12,8 mil à população local. Este ano, a cifra saltou para R$ 14,7 mil.

Charles Guimarães, líder da Colônia de Pescadores de Feijó, relata que a nova fonte de renda tem sido importante para a comunidade local. “Melhorou a qualidade de vida do pescador. Alguns compraram barco, outros um motor, TV ou antena parabólica. É uma renda que não existia antes”, diz.

O líder comunitário acrescenta que os pescadores optaram por fazer um rodízio, reservando alguns lagos para reposição dos estoques pesqueiros e outros para a pesca, trocando as funções no ano seguinte e permitindo a recuperação de áreas degradadas. “Antes, tínhamos o peixe, mas não podíamos pescar por causa da lei. Agora, com o manejo e os acordos, podemos ganhar mais, sem ameaçar a sobrevivência do pirarucu”, conclui.

Antonio Oviedo, técnico do WWF-Brasil, relata que o manejo do pirarucu tem sido bem-sucedido, não apenas em relação a resultados de conservação, mas também no tocante à inclusão social. “A pesca sustentável do pirarucu significa renda, segurança alimentar e ecossistemas aquáticos mais íntegros, desempenhando de forma plena suas funções ecológicas”, declara.

Para o secretário de Extensão Agropecuária e Produção Familiar do Acre, Nilton Cosson, o projeto de manejo de pesca tem mudado a vida de centenas de famílias em Manoel Urbano e outros municípios. “A sociedade acreana está cada vez mais se conscientizando de que é possível ter qualidade de vida utilizando os ativos ambientais presentes nos locais onde cada comunidade vive”, avalia.

Além de Manoel Urbano e Feijó, o projeto do manejo sustentável da pesca está em andamento em Tarauacá, com possibilidade de expansão em um futuro próximo para os municípios acreanos de Santa Rosa do Purus e Plácido de Castro.


 

Fonte: WWF-Brasil
Assessoria de imprensa

 
 
 
 

 

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