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BERTIOGA: PROCESSO DE CRIAÇÃO DE UNIDADE DE CONSERVAÇÃO CAMINHA PARA AUDIÊNCIA PÚBLICA

Panorama Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Setembro de 2010

15 Setembro 2010
Por Nathália Clark
Enquanto a área prevista para criação de unidade de conservação no município de Bertioga permanece sob decreto de limitação administrativa provisória – ou seja, congelada –, o processo continua correndo. Está prevista para 7 de outubro, às 18h, no auditório da Prefeitura Municipal de Bertioga, a audiência pública oficial para apresentar e discutir as propostas de criação do “Parque Estadual Restinga de Bertioga”, que, se criado, ficará sob responsabilidade da Fundação Florestal.

Em maio foi realizada a quinta reunião pública na Prefeitura, com participação da Fundação Florestal (FF), de funcionários da Prefeitura, vereadores e da comunidade em geral, quando foram definidos os passos até a definição final sobre a área. Pesquisadores, universidades e conselhos ainda estão apresentando suas propostas e as justificativas estão em fase de avaliação.

De acordo com Luciana Simões, coordenadora do Programa Mata Atlântica do WWF-Brasil, “antes do decreto final, este é a fase de ajustes e checagem de todos os processos, em termos de indenizações, pendências jurídicas com o Ministério Público, etc”.

A proposta principal que está sendo discutida nas consultas públicas é a criação do Parque Estadual, uma Unidade de Proteção Integral (Veja tabela de unidades de conservação), com 80,25 km2. Quanto às áreas nos arredores da unidade, o objetivo é que se consiga um mosaico de proteção no polígono, composto por outras áreas de conservação. Para isso, há duas propostas de criação de RPPNs: uma se chamaria Hercules Florence, com 948 hectares; e a outra Costa Blanca, com cerca de 0,6 hectare.

Diretrizes pós-audiência pública

Segundo o diretor executivo da Fundação Florestal da Secretaria de Meio Ambiente do Estado de São Paulo, Wagner Netto, na audiência pública serão apresentadas as propostas da Prefeitura e do Conselho Municipal de Defesa do Meio Ambiente (Condema), das ONGs, pesquisadores e outros interessados. Em seguida, a Fundação Florestal irá expor sua proposta e após a audiência poderá haver modificação do polígono originalmente sugerido. Definido o desenho final, será encaminhado como Decreto para assinatura do Governador do Estado de São Paulo, Alberto Goldman.

Netto explicou que o primeiro passo para consolidação da área protegida é a criação da unidade por Decreto. “Imediatamente após o Decreto iniciaremos a sua proteção e daremos curso às ações para sua implementação, como: definição do gestor responsável, instalação de uma sede, criação do Conselho Consultivo, estabelecimento de parcerias para os programas de ecoturismo, educação ambiental, interação socioambiental, regularização fundiária e elaboração do Plano de Manejo”, afirmou.

Para Netto, o objetivo das consultas públicas é reunir o maior número possível de setores interessados na questão e abrir um processo de diálogo, de entendimento e de negociação, bem como analisar os estudos complementares que precisam ser feitos, com tempo confortável para concluir o processo. Ao final do qual, haverá uma audiência pública oficial, prevista para 7 de outubro, “que talvez seja o fórum mais importante para coletar informações sobre o projeto”, opinou.

Netto afirmou também que “a idéia é fazer a audiência pública em outubro, para dispor de um mês para os arremates finais, pois a intenção é encaminhar durante o mês de novembro o decreto para assinatura do governador”. Essa afirmativa foi ratificada também pelo secretário de Meio Ambiente.

O processo de criação de uma unidade de conservação envolve várias etapas. Da reunião na Prefeitura, em maio, resultaram os seguintes encaminhamentos: realização de novas reuniões para formação e planejamento do trabalho; reunião com a Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU) para discutir como conduzir a questão da pressão habitacional e discussão sobre uma política habitacional, o que já existe de recurso e possibilidade imediata; reunião na Procuradoria Geral do Estado (PGE), para entender juridicamente a questão da compensação ou não do IPTU de propriedades na área; e discussão com a Secretaria do Meio Ambiente sobre a compensação de áreas urbanas.

Concretização de um desejo antigo

De acordo com Wagner Netto, a ideia de proteção integral da restinga de Bertioga vem sendo desenvolvida pela Secretaria de Meio Ambiente desde 1994, quando foi encaminhada a primeira proposta. “As indicações do Projeto Biota, do Plano de Manejo do Parque Estadual Serra do Mar e a parceria com o WWF-Brasil vieram a consolidar esta vontade, pois todos os estudos realizados, bem como o próprio tombamento da Serra do Mar, em 1986, convergem para o reconhecimento da importância da paisagem, da biodiversidade e das fisionomias vegetais únicas que ali ocorrem, além dos 7km de praias e costões rochosos”, relatou.

Uma vez criado o Parque, a ideia principal é continuar o incentivo à manutenção do ecossistema e a conscientização da população do entorno, através de parceria com a Prefeitura e outras instituições interessadas. Além disso, o diretor destaca como ações primordiais num primeiro momento o fortalecimento da gestão compartilhada com o Conselho Consultivo, a criação de roteiros de visitação e educação ambiental, e produção de material de comunicação para os visitantes. “A proteção por meio da Policia Militar Ambiental e nossos vigilantes/guardas do parque também será imediata”, completou.

Quanto à compensação dos indivíduos afetados pelo congelamento da área, o diretor afirmou que “será dada continuidade à regularização fundiária, indenizando legítimos proprietários por meio de ações já existentes e outras a serem iniciadas”.

Netto declarou também que pretende dar mais à proposta quando finalizada, cerca de 20 dias antes, com intuito de envolver de maneira mais significativa a população. Em 6 de setembro deverá ser publicada no Diário Oficial do Estado e, em 7 de outubro, a audiência pública oficial.

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Programa oficial pretende recuperar e proteger o que resta do Cerrado

16 Setembro 2010
Foi detalhado ontem (15/9) o programa nacional para tentar reduzir o desmatamento, as queimadas e incêndios e as perdas de recursos naturais no Cerrado. Os planos do governo prevêem investimentos de 340 milhões de reais do orçamento federal para colher resultados até 2020, como a redução em 40% das emissões de gases que ampliam o efeito estufa e aquecem o planeta a partir do desmatamento do Cerrado. Mais de 65% dos recursos - ou 224 milhões de reais - serão direcionados ao fomento de atividades produtivas sustentáveis.

O leque de ações é voltado para as áreas com maior índice de desmatamento e as mais ricas em biodiversidade e recursos hídricos. A estratégia envolve a criação de mais 25 mil quilômetros quadrados (Km2) em parques nacionais e outras unidades federais de conservação, a homologação e demarcação de 5,8 milhões de hectares em terras indígenas e o zoneamento ecológico-econômico de todo o bioma, além de apoiar os oito estados que englobam o Cerrado a realizarem zoneamentos próprios.

Apenas 8,24% (168 mil Km2) do Cerrado estão hoje oficialmente protegidos. As terras indígenas homologadas ou regularizadas somam 4,39% (89,4 mil Km2) da área total do bioma. Como parte da Convenção sobre Diversidade Biológica das Nações Unidas, o Brasil se comprometeu a abrigar ao menos 10% do Cerrado em unidades de conservação até o fim deste ano.

O WWF-Brasil fará uma análise completa do programa governamental, mas a avaliação inicial da secretária-geral da entidade, Denise Hamú, é de que pela primeira vez o Cerrado ganha maior atenção em políticas públicas federais.

“O Cerrado era tradicionalmente visto como o ‘patinho feio’ entre outros biomas brasileiros, como uma área livre para a expansão de fronteiras econômicas em bases insustentáveis. Mas a região é uma das mais ricas no mundo em biodiversidade e fonte de recursos indispensáveis ao bom desenvolvimento do Brasil. Deixar o Cerrado morrer é perder patrimônio natural e prejudicará inclusive a proteção da Amazônia”, ressaltou Denise Hamú.

Cerca de um quarto do território brasileiro é ocupado pelo Cerrado, que faz uma espécie de “meio-de-campo” entre a maioria dos biomas terrestres do país. Ele é responsável por fornecer sete em cada dez litros da água que flui pelas bacias dos rios Araguaia, Tocantins, São Francisco, Paraná e Paraguai, essas últimas vitais para a sobrevivência do Pantanal. Estima-se que 5% da biodiversidade mundial esteja no Cerrado.

Os planos federais incluem a recuperação de oito milhões de hectares de pastagens degradadas a partir da oferta de linhas de crédito rural, da ampliação de fundos constitucionais do Centro-Oeste e Nordeste para financiar plantios voltados a sistemas agroflorestais e à produção de matéria-prima para a siderurgia. O governo espera ampliar em 3,2 milhões de hectares as plantações destinadas à produção de carvão vegetal.

Também está previsto o pagamento por serviços ambientais no Cerrado, após a aprovação e regulamentação de projeto de lei em tramitação no Congresso, mais fiscalização contra ilegalidades em rodovias e entroncamentos e o treinamento de 4,5 mil brigadistas no combate a queimadas e incêndios. E ainda, o monitoramento por satélite do bioma deverá se tornar permanente e fornecer informações em “tempo real”, assim como já ocorre para a Amazônia.

O governo também abriu espaço aos povos indígenas na Comissão Nacional do Programa Cerrado Sustentável (Conacer), que ganhou status executivo para se adequar ao plano nacional de combate às mudanças do clima.


 

Fonte: WWF-Brasil
Assessoria de imprensa

 
 
 
 

 

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