15/09/2010
Luana Lourenço
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O novo plano de combate ao desmatamento
do Cerrado, lançado hoje (15) pelo governo,
tem a difícil missão de frear a destruição
de um dos biomas mais ameaçados
do país. Com um ritmo de devastação
de 14 mil quilômetros quadrados por ano, o
Cerrado já perdeu quase metade de sua vegetação
original.
O bioma, que ocupa 22% do território
brasileiro, já perdeu quase 1 milhão
de quilômetros quadrados, cerca de 48% de
sua cobertura total. Somente entre 2002 e 2008,
foram desmatados 85.075 quilômetros quadrados,
segundo dados do Ministério do Meio Ambiente.
O desmatamento recente no Cerrado
está concentrado no oeste da Bahia – na divisa
com Goiás e o Tocantins – e no norte de Mato
Grosso. As áreas coincidem com as regiões
produtoras de grãos e de carvão.
Em todo o bioma, a expansão
das lavouras de cana-de-açúcar e de
soja, além da produção de carvão
e das queimadas (naturais ou provocadas), são
os principais fatores de desmatamento. A pecuária
também tem contribuição significativa
para a destruição do Cerrado, principalmente
por causa do modelo de produção extensivo,
que chega a destinar mais de um hectare para cada
boi.
A devastação do
Cerrado também ameaça a oferta de
recursos hídricos do país. Considerado
“a caixa dá água do Brasil”, o bioma
concentra as nascentes das bacias hidrográficas
do São Francisco Araguaia-Tocantins e do
Paraná-Paraguai.
A proteção do bioma
é estratégica para que o governo brasileiro
consiga cumprir as metas assumidas internacionalmente
de reduzir as emissões de gases de efeito
estufa do país entre 36,1% e 38,9% até
2020.
+ Mais
Movimentos sociais lançam
nova campanha contra Usina de Belo Monte
15/09/2010
Luana Lourenço
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O Movimento Xingu Vivo para Sempre,
que reúne cerca de 100 organizações
contrárias à Usina Hidrelétrica
de Belo Monte, lançou hoje (15) mais uma
campanha em protesto contra o empreendimento.
Em dois vídeos de quatro
minutos, com animação 3D, a campanha
intitulada Defendendo os Rios da Amazônia
mostra uma simulação dos impactos
ambientais, sociais e econômicos da construção
sobre as cidades e populações que
estão na área de influência
da hidrelétrica.
A simulação alerta
para o alagamento de parte da cidade de Altamira
(PA) e para a redução da vazão
do Rio Xingu em um ponto que afetará comunidades
indígenas e ribeirinhas.
As organizações
também denunciam os riscos para a biodiversidade
da região e a possibilidade de uma grande
epidemia de malária, por causa da proliferação
de mosquitos no reservatório.
Em fevereiro, Belo Monte recebeu
a licença prévia do Instituto Brasileiro
do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis
(Ibama). O documento foi alvo de várias ações
na Justiça. Em abril, o empreendimento foi
licitado. O início das obras ainda depende
de outra licença do Ibama, a de instalação,
que deve ser concedida após análise
cumprimento de condicionantes ambientais pelo empreendedor.