13/09/2010
Vitor Abdala
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - O Instituto Nacional de Metrologia,
Normalização e Qualidade Industrial
(Inmetro) assinou hoje (13) um acordo com o Instituto
Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais
Renováveis (Ibama) para regulamentar a produção
e comercialização do Arla 32, aditivo
para motores a diesel que reduz emissão de
gases poluentes. Uma norma do Ibama, do ano passado,
determina a obrigatoriedade do uso do Arla 32, a
partir de 2012, em veículos novos que utilizam
diesel como combustível.
Segundo o presidente do Inmetro,
João Jornada, com o acordo assinado hoje,
o instituto ficará responsável por
elaborar os padrões de qualidade para o Arla
32 e as regras para medição e fiscalização
do produto.
“O produto que não estiver
conforme a portaria do Ibama e com as regras do
processo de certificação que serão
feitas pelo Inmetro não poderá ser
comercializado. Isso vai ser verificado e fiscalizado
em todo o país”, disse Jornada.
Segundo o coordenador de Controle
de Resíduos e Emissões do Ibama, Paulo
Macedo, as montadoras de automóveis já
estão se preparando para adequar seus carros
ao uso do Arla 32. O produto, à base de ureia,
captura grande parte do óxido de nitrogênio
emitido na combustão do motor, antes que
o gás poluente seja liberado para a atmosfera.
“O óxido de nitrogênio é um
gás poluente e nocivo à saúde,
que causa problemas respiratórios e cardíacos”,
afirmou Macedo.
O Arla 32 não será
misturado ao diesel, mas ficará em um recipiente
separado, assim como o óleo lubrificante.
O proprietário da caminhonete, caminhão
ou ônibus terá que abastecer o carro
com o Arla 32, em média, a cada cinco vezes
em que abastecer o veículo com o diesel.
O aditivo à base de ureia
é utilizado há dois anos na Europa.
Segundo o Ibama, já há empresas brasileiras
interessadas em fabricar o produto. A produção,
no entanto, só poderá ser iniciada
depois que o Inmetro divulgar as regras de qualidade
para o Arla 32.
+ Mais
Empresas brasileiras valorizam
ações de sustentabilidade ambiental,
revela pesquisa
13/09/2010
Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro – As empresas brasileiras estão
mais conscientes sobre a importância de implementar
ações de sustentabilidade ambiental,
inclusive para o desenvolvimento do seu próprio
negócio. Essa é uma das conclusões
da pesquisa realizada pelo Instituto Ilos (Instituto
de Logística e Supply Chain), divulgada hoje
(13), no Rio de Janeiro, na abertura do Fórum
Global de Sustentabilidade no Supply Chain (cadeia
de suprimentos). O Ilos foi criado por professores
do Coppead (Instituto de Pós-Graduação
e Pesquisa em Administração da Universidade
Federal do Rio de Janeiro).
O estudo foi feito junto a diretores e gerentes
da área de logística das 109 maiores
empresas do Brasil, englobando 14 setores econômicos.
De cada dez empresas, sete já têm unidades
específicas voltadas para a sustentabilidade
e a maior parte (72%) desenvolve ações
que procuram reduzir os impactos ambientais das
atividades logísticas de seus negócios.
“São indícios que demonstram que as
empresas, de forma geral, estão se estruturando
cada vez mais, até porque é o futuro.
Não adianta ter lucro e não ser sustentável”,
ponderou em entrevista à Agência Brasil
a coordenadora de Inteligência de Mercado
do Instituto Ilos, Mônica Barros, responsável
pela pesquisa.
A sondagem mostra que os clientes de 69% das empresas
consultadas estão exigindo um crescente número
de soluções ecologicamente corretas.
Mais de 70% das companhias relataram estar sofrendo
também pressão do governo no sentido
de terem iniciativas sustentáveis. “Você
percebe que têm várias empresas cujos
clientes já aceitam pagar mais para ter soluções
verdes. Tem clientes pressionando cada vez mais
as empresas para que desenvolvam produtos com foco
ambiental. Por outro lado, têm ações
do governo pressionando isso”.
Mônica citou o exemplo do setor automotivo,
em que os produtores estão direcionando investimentos
para o desenvolvimento de motores mais limpos. Assim
como na Europa, o governo brasileiro está
incentivando a indústria automotiva a desenvolver
esse tipo de produto visando a melhoria do meio
ambiente, além de combustíveis mais
adequados e menos poluentes.
“Quando você casa combustível adequado
com motor adequado, você tem um potencial
aí de redução de emissões
de até 34%”, relatou a coordenadora da pesquisa.
“O governo está, de uma forma ou de outra,
direcionando ou fazendo com que o segmento automotivo
se torne mais limpo”.
Então, por pressão do governo e dos
clientes, as empresas acabam por adotar ações
que levam ao desenvolvimento de produtos mais nobres
e à melhoria da eficiência logística,
para que ela colabore com o meio ambiente. “Você
sendo mais eficiente na logística significa
que vai ter menos caminhão rodando, menos
diesel sendo consumido e, em última instância,
você estará poluindo menos”.
As duas principais barreiras para que as empresas
adotem iniciativas de sustentabilidade ambiental
na cadeia de suprimentos são o alto custo,
apontada no estudo por 84% das companhias entrevistadas,
e poucos incentivos governamentais (81%).