Visando conscientizar as micro,
pequenas e médias empresas paulistas, sobre
a importância da adoção da Produção
Mais Limpa, assim como disseminar o conhecimento
e estimular o desenvolvimento de projetos e trabalhos
de P+L entre os universitários, representantes
da Companhia Ambiental do
Estado de São Paulo – CETESB participaram,
em 14.09, na sede da Federação das
Indústrias do Estado de São Paulo
– FIESP e do Centro das Indústrias do Estado
de São Paulo – CIESP, da “Conferência
de Incentivo às Práticas de Produção
Mais Limpa - P+L”.
O público, que lotou o
auditório, foi formado por pequenos e médios
empresários, mas principalmente por estudantes
de diversas universidades de São Paulo, que
também foram homenageadas por trabalhos já
desenvolvidos de P+L.
O presidente da CETESB, Fernando
Rei, lembrou os modelos bem-sucedidos das parcerias
da agência ambiental paulista com a FIESP
e com o CIESP, assim como com uma parcela inédita
da universidade, por meio de recente convênio
para estagiários de pós-graduação,
e desafiou os universitários presentes a
almejarem e assumirem posições de
liderança no meio empresarial, entre outros
através do fomento à P+L. Ele chamou
a atenção para o fato de que há
alguns anos lideranças, tanto na CETESB como
na FIESP e em setores industriais pioneiros na adoção
da Produção Mais Limpa, se firmaram
ao longo do tempo e atualmente estão na linha
de frente dos trabalhos envolvendo a P+L.
O diretor titular de Meio Ambiente
do CIESP e coordenador do Programa de Produção
Mais Limpa da FIESP, Eduardo San Martin, por sua
vez, disse que apesar do sucesso dos programas pilotos
de P+L, a maior parte do setor produtivo não
correspondeu às expectativas e aproveitou,
também, para estimular os estudantes universitários
a futuramente “serem parceiros num processo de transformação”
das indústrias que passa pela necessária
adoção da Produção Mais
Limpa. “Em vocês estão depositadas
nossas maiores esperanças. É um paradigma
que se quebra, em um momento em que universidades
e indústrias andam de mãos dadas”,
ressaltou.
Já o diretor do Departamento
de Médias e Pequenas Empresas – DEMPI da
FIESP, Carlos Monteiro, provocou os empresários
presentes a buscarem cada vez mais a capacitação,
incluindo a P+L, e desta forma dando passos importantes
na direção do seu crescimento. “Quanto
maior a capacitação, e a Produção
Mais Limpa se insere nesse contexto, mais chances
de sucesso”, afirmou.
O diretor titular de Meio Ambiente
da FIESP, Nelson Pereira dos Reis, destacou que
um dos maiores desafios para a continuidade do crescimento
da indústria paulista é a inovação
da tecnologia. “A novidade nasce dentro das universidades.
Desde a pesquisa básica, a Produção
Mais Limpa deve estar inserida”.
Benefícios da P+L
O gerente da Divisão de
Sustentabilidade e Questões Globais da CETESB,
Flávio de Miranda Ribeiro, proferiu a palestra
“Os benefícios da Produção
Mais Limpa nas Micro, Pequenas e Médias Empresas”.
Após fazer um breve histórico da evolução
da postura ambiental empresarial, em que a abordagem
tradicional, com base no controle corretivo, em
função de suas limitações,
vem sendo superada pela abordagem preventiva, efetivamente
eficiente, a partir da busca pelas causas dos problemas
ambientais, Ribeiro concluiu que o sucesso da P+L
se dá pelo fato de ser mais ecoeficiente,
levando à redução, entre outros,
do uso de matérias-primas, de água
e da geração de resíduos, além
da utilização de matérias-primas
menos tóxicas.
Ele lembrou que diversas empresas
já estão adotando a P+L como estratégia
de negócios, tendo como principais benefícios
a adequação ambiental com redução
de custos, a melhora do desempenho ambiental assim
como da imagem corporativa. Especialmente, em relação
às pequenas e médias empresas, ele
ressaltou vantagens como; mais facilidade para testar
e modificar processos – do que as grandes empresas
-, uso da P+L como ferramenta para se adequar à
legislação e a obtenção
de “soluções definitivas” para determinados
problemas, sem contar a motivação
de funcionários e o acesso a linhas de crédito
específicas, como a oferecida pela “Economia
Verde”, programa do governo estadual que disponibiliza
R$ 1 bilhão. Ele concluiu sua apresentação,
enfatizando que o objetivo final da P+L é
a efetiva melhoria da qualidade ambiental no Estado
de São Paulo.
Texto: Mário Senaga
Fotografia: José Jorge
+ Mais
Norma técnica orienta aplicação
de efluentes e lodos de indústrias cítricas
no solo agrícola
Acaba de sair o segundo produto
da Câmara Ambiental do Setor da Indústria
Cítrica – CA Cítrica. A Norma Técnica
CETESB P4-002, referente aos critérios e
procedimentos para aplicação de efluentes
e lodos fluídos de indústrias cítricas
no solo agrícola, foi homologada pela Diretoria
Plena da Companhia Ambiental do Estado de São
Paulo – CETESB, em 13.09, e publicada no Diário
Oficial do Estado, em 18.09. Clique aqui para acessá-la.
A norma foi desenvolvida no âmbito
do Grupo de Trabalho de Efluentes Líquidos
e Resíduos Sólidos, coordenado pelo
engenheiro agrônomo Claudio Luiz Dias, atualmente
funcionário da Agência Ambiental de
São Sebastião. A CA Cítrica,
presidida por Antonio Carlos Gonçalves, da
Louis Dreyfus, e que tem como secretário
executivo Adilson José Rosini, gerente da
Agência Ambiental de Limeira, teve como seu
primeiro produto a publicação, em
outubro de 2009, do “Termo de Referência para
Elaboração do Plano de Monitoramento
de Emissões Atmosféricas da Indústria
Cítrica”.
A P4-002 estabelece os critérios
e procedimentos para aplicação de
efluentes líquidos e lodos fluídos
gerados pela atividade de processamento de frutas
cítricas em solo agrícola, no Estado
de São Paulo, de forma a minimizar o risco
de poluição do solo e das águas
superficiais e subterrâneas. As principais
preocupações referem-se ao risco de
salinização do solo, contaminação
de águas e veiculação de doenças.
Uma novidade, que vai beneficiar
as ações de controle da Diretoria
de Licenciamento e Gestão Ambiental, é
a “Declaração de Responsabilidade”
do gerador dos efluentes cítricos, responsabilizando-o
pelas informações prestadas e o atendimento
às normas técnicas vigentes.
Para o coordenador do Grupo de
Trabalho, Claudio Luiz Dias, “foi um aprendizado
muito interessante, pois partimos de uma minuta
elaborada só por técnicos da CETESB
e finalizamos com uma norma de consenso entre a
CETESB e o setor produtivo, dentro das possibilidades
reais de execução e sem prejuízo
ambiental. Representantes do setor produtivo se
dedicaram a estudar os documentos que embasaram
a minuta da CETESB, de forma que o diálogo
nas reuniões pautou-se basicamente em discussão
técnica, sempre com muita franqueza.”
A gerente da Divisão de
Coordenação de Câmaras Ambientais,
Zoraide de Souza Senden Carnicel, se congratulou
com a CA Cítrica por mais este trabalho.
“É uma satisfação enorme ver
mais um produto dessa Câmara Ambiental ser
concluído e aprovado pela Diretoria Plena
da CETESB. Quero parabenizar todos os participantes
dessa câmara, instalada faz pouco tempo, e
que já obteve produtos tão importantes.
Os representantes, sejam do setor produtivo ou do
sistema de meio ambiente, sempre demonstraram comprometimento
e seriedade, duas características essenciais
para o bom funcionamento de uma Câmara Ambiental".
Texto: Mário Senaga