Panorama
 
 
 

PESQUISADOR DESTACA A NECESSIDADE DE MAIS PESQUISAS SOBRE BIOCARVÃO NO BRASIL

Panorama Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Setembro de 2010

14/09/2010
Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro – A utilização do biocarvão como ferramenta contra o aquecimento global e os avanços alcançados pelas pesquisas estão sendo discutidos por cerca de 300 pesquisadores de todo o mundo na 3ª Conferência Internacional sobre Biochar. O encontro, na capital fluminense, é promovido pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e ocorre pela primeira vez no Continente Americano.

O pesquisador da Embrapa Solos, Etelvino Novotny, disse à Agência Brasil que a ideia é estimular cada vez mais pesquisas sobre esse material, rico em carbono, obtido toda vez que algum tipo de biomassa é aquecida, ou carbonizada, em ambiente com pouco ar. “Seria fundamental que o Brasil liderasse essas pesquisas, aproveitando a questão da biomassa, que tem grande potencial de produção”, disse.

Novotny lembrou que os americanos, australianos e europeus estão tomando a dianteira e investindo fortemente em pesquisas nesse campo, com apoio público. O Brasil é o maior produtor mundial de carvão vegetal, respondendo por cerca de 38,5% do total. “Mas está perdendo espaço”, afirmou.

Para que o Brasil assuma a liderança nas pesquisas sobre biocarvão, o pesquisador disse ser necessário mais financiamento público e privado. Segundo ele, o conhecimento adquirido com as pesquisas vão favorecer tanto o governo quanto as empresas, para expansão de seus negócios. “A aprovação [dos projetos] depende muito de entender a importância do tema”. Para Novotny, embora se trate de um assunto relativamente novo, é preciso ter respostas bem fundamentadas.

Após a conferência, os pesquisadores participarão de uma excursão à Amazônia para que conheçam as Terras Pretas de Índios, solos férteis formados por povos indígenas pré-colombianos que servem hoje de modelo e inspiração para a tecnologia do biocarvão.

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Uso do biocarvão no solo ajuda a minimizar efeitos do aquecimento global

14/09/2010
Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro – O uso do biocarvão no solo mostra entre suas principais vantagens um alto poder de estocar carbono atmosférico em uma forma estável, que garante que ele permaneça no solo por várias centenas de anos. A informação foi dada à Agência Brasil pela pesquisadora da Embrapa Florestas, Claudia Maia. Ela participa, no Rio de Janeiro, da 3ª Conferência Internacional sobre Biochar (biocarvão).

“Ele é muito estável, se degrada muito lentamente e, com isso, você vem enriquecendo o estoque de carbono. E você está ajudando a minimizar os efeitos do aquecimento global. Esse é o primeiro apelo do biocarvão”, disse.

Ainda segundo a pesquisadora, as propriedades químicas e físicas do biocarvão favorecem na utilização dos fertilizantes. “A utilização do biocarvão ajuda a reter os nutrientes na sua própria matriz e você pode usar quantidades menores de fertilizantes”. Além de economizar fertilizantes, as respostas dos experimentos efetuados com o biocarvão indicam que há um aumento também na produtividade do solo. “Porque o efeito é não só na retenção de nutrientes, mas também de água. E com maior água disponível para as plantas, elas apresentam maior produtividade no final de um ciclo de produção”, afirmou Claudia Maia.

Para a pesquisadora o biocarvão não tem qualquer relação com as queimadas. Segundo ela, a estratégia do Brasil e da maioria dos países que adotam a tecnologia do biocarvão está ligada a sistemas de produção de energia. “Nós estamos falando em carbonizar resíduos de sistemas para produção de agroenergia, seja bagaço de cana, restos de serraria, restos de fábrica de papel e celulose, resíduos da indústria de bioóleo. Enfim, biomassa residual que, normalmente, não é aproveitada nos sistemas de produção. Queimar floresta nativa é falta de senso. Ninguém sério está pensando numa possibilidade dessa”, disse.

Claudia Maia destacou que o Brasil tem grande potencial de florestas plantadas de pinus e eucalipto, porque apenas 5% da produção florestal nacional vêm de florestas plantadas. Na China, são quase 30%. “Nós temos um potencial de expansão muito grande”. A meta é ocupar áreas de pastagens degradadas no Cerrado e, até na Amazônia, com florestas plantadas. A estratégia da pesquisa sobre biocarvão visa a recuperação dessas áreas. “A ideia é restaurar o solo já degradado para restabelecer o potencial de fertilidade e produtividade”.

Os cientistas estão debatendo na conferência as melhores formas de carbonizar a biomassa para uso no solo, as características químicas desse processo e os cuidados que devem ser tomados do ponto de vista ambiental. O conhecimento que está sendo debatido no encontro, iniciado no último dia 12, vai enriquecer a rede nacional de pesquisas da Embrapa, da qual participam universidades de todo o país.

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Estudo diz que 10% do PIB brasileiro dependem de recursos do meio ambiente

14/09/2010
Bruno Bocchini
Repórter da Agência Brasil
São Paulo – Cerca de 10% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro dependem de recursos fornecidos diretamente pelo meio ambiente, como nutrientes do solo e água. A informação está no estudo A Economia dos Ecossistemas e da Biodiversidade (Teeb, na sigla em inglês), vinculado ao Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma), que será divulgado, na íntegra, em outubro, na Conferência das Partes sobre Biodiversidade (COP-10), em Nagoia, no Japão. Mais dois países também foram analisados no levantamento. A Índia tem dependência de 16% de recursos do ecossistema, e a Indonésia, 21%.

O estudo tem intenção de mostrar a importância da preservação do meio ambiente na economia dos países. “Apesar da boa vontade e da legislação, continuamos a destruir a biodiversidade, porque não olhamos para os benefícios da conservação em termos econômicos. Àquilo que está na natureza não é dado valor econômico”, afirmou o economista indiano Pavan Sukhdev, coordenador da pesquisa, em evento hoje (14) em São Paulo.

Os dados da pesquisa mostram que a preservação do meio ambiente pode significar crescimento econômico. Segundo Pavan, a economia ligada às “questões verdes” está passando por um forte crescimento. Os “empregos verdes”, relacionados à preservação, terão um incremento, de acordo com o economista, de cerca de 20 milhões de vagas nos próximos anos. O estudo estima que, em 2020, os produtos agrícolas certificados terão um mercado de US$ 210 bilhões, ante US$ 40 bilhões de hoje.


 

Fonte: Agência Brasil - Radiobras

 
 
 
 

 

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