Panorama
 
 
 

PRESIDENCIÁVEIS ASSUMEM COMPROMISSO EM DEFESA DAS FLORESTAS

Panorama Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Setembro de 2010

22 Setembro 2010
Por SOS Florestas
Os quatro principais candidatos à Presidência da República que receberam o questionário de 12 organizações socioambientalistas brasileiras coligadas no SOS Florestas, sobre as mudanças no Código Florestal, responderam às perguntas e se manifestaram contra os principais pontos da proposta, em especial o que anistia quem desmatou ilegalmente. Os candidatos rejeitaram as medidas que fragilizam a proteção às florestas no Brasil. Responderam ao questionário Dilma Rousseff (PT), José Serra (PSDB), Marina Silva (PV) e Plínio de Arruda Sampaio (PSOL). Leia aqui as respostas de cada candidato e a análise das respostas.

Na terça-feira, 21/09, membros do SOS Florestas encaminham ao presidente do Tribunal Superior Eleitoral, Ricardo Lewandowski, as respostas dos candidatos com o pedido de que sejam anexadas aos programas de governo apresentado por eles.

Todos, de alguma forma, reconheceram que eventos catastróficos, como deslizamentos de encostas e inundações, registrados no país com expressivo número de vítimas, estão diretamente relacionados à falta de cobertura vegetal e ocupação irregular de áreas frágeis. Além da postura contrária à anistia a quem desmatou ilegalmente, defenderam a necessidade de recuperar as áreas e estimular a regularização das propriedades sem ter que mudar a lei. Dessa forma, se colocam em oposição à posição defendida pelos ruralistas e acolhida pelo deputado Aldo Rebelo.

Para os quatro candidatos, é um pressuposto equivocado considerar a proteção às florestas como entrave ao agronegócio, como defendem os que apoiaram o relatório do deputado Rebelo. Uma equipe de pesquisadores da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq-USP), liderada pelo professor doutor Gerd Sparovek, mostra que há no país 61 milhões de hectares de pastagens em terras com elevada ou média aptidão agrícola, tamanho equivalente a toda a área agrícola utilizada até hoje (67 milhões de hectares). Ao mesmo tempo, a maior parte da pecuária brasileira tem baixíssima produtividade (1,1 boi/hectare), embora já seja amplamente dominada a tecnologia para aumentar esse índice. Há, portanto, desperdício e mau uso das terras já disponíveis.

Todas as respostas consideraram ser dever dos particulares manter florestas em suas propriedades, e não só do Estado. O candidato do PSOL, Plínio de Arruda Sampaio, é mais explícito ao defender a necessidade de criação de legislação que obrigue os particulares a manter as florestas em seus imóveis.

Questionados sobre a relação entre as possíveis alterações no Código Florestal e a Política Nacional de Mudanças Climáticas, todos os candidatos afirmaram que não é possível cumprir as metas de redução das emissões brasileiras se o projeto for sancionado da maneira como foi aprovado na comissão especial, em 6 de julho deste ano. Os candidatos admitiram a necessidade de desenvolver uma economia genuinamente florestal, zerar o desmatamento, adotar novos instrumentos e desenvolver pesquisas.

Os quatro presidenciáveis reforçaram a necessidade de mais diálogo com a sociedade para que não se aprove uma proposta que atenda apenas a interesses imediatos de um determinado setor. Os candidatos da oposição acusaram o governo Lula de ter sido dúbio na questão, enquanto Dilma afirma que o governo já estaria caminhando nesse sentido.

Para as organizações socioambientalistas que formularam o questionário, as discussões que levaram à proposta de alteração aprovada na comissão especial não conseguiram envolver adequadamente todos os setores, sobretudo a Academia. Grande parte das reuniões realizadas pelo país foram organizadas pelos sindicatos rurais, e só foram levadas em consideração as manifestações que corroboravam as posições pré-concebidas dos ruralistas. Agora os candidatos prometem tomar as rédeas desse processo, com uma metodologia mais participativa.

Na reunião de 6 de julho, os integrantes da Comissão Especial que votaram favoráveis aos relatório de Aldo Rebelo foram : Anselmo de Jesus (PT-RO), Homero Pereira (PR-MT), Luis Carlos Heinze (PP-RS), Moacir Micheletto (PMDB-PR), Paulo Piau (PPS-MG), Valdir Colatto (PMDB-SC), Hernandes Amorim (PTB-RO), Marcos Montes (DEM-MG), Moreira Mendes (PPS-RO), Duarte Nogueira (PSDB-SP), Aldo Rebelo (PCdoB-SP), Reinhold Stephanes (PMDB-PR), Eduardo Seabra (PTB-AP),

Contrários ao relatório, votaram: Dr. Rosinha (PT-PR), Ricardo Tripoli (PSDB-SP), Rodrigo Rollemberg (PSB-DF), Sarney Filho (PV-MA), Ivan Valente (PSOL-SP).

A proposta volta a ser analisada pelos deputados depois das eleições. No entanto, não há ainda prazo definido para a inclusão do texto na pauta.

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Empresas se unem pela biodiversidade

24 Setembro 2010
Foi lançada na última quinta-feira (23/09) a Carta Empresarial pela Conservação e Uso Sustentável da Biodiversidade. Através dessa Carta, empresas e organizações declaram voluntariamente uma série de compromissos em favor da biodiversidade brasileira. A ideia é levar um posicionamento empresarial ao governo brasileiro sobre o uso responsável da Biodiversidade Brasileira, assumindo compromissos e solicitando ações internas e externas. O evento contou com a participação do Ministério do Meio Ambiente (MMA), representado por Bráulio Dias, secretário de Biodiversidade e Florestas, e Samyra Crespo, secretária de Articulação Institucional e Cidadania Ambiental.

A Carta é uma iniciativa do Movimento Empresarial pela Conservação e Uso Sustentável da Biodiversidade, que foi criado em agosto deste ano com o objetivo de promover a mobilização das empresas brasileiras em função do Ano Internacional da Biodiversidade. As empresas participantes se comprometem a incorporar em suas estratégias ações para conservação da biodiversidade e repartição justa de benefícios, expandir práticas para suas cadeias de suprimento, promover o engajamento de sociedade, setor privado e governo na causa, e, principalmente de monitorar e divulgar regularmente resultados dos compromissos assumidos.

O Movimento, iniciado pelo Instituto Ethos de Empresas e Responsabilidade Social junto às empresas Alcoa, Natura, Vale e Walmart, ganhou cerca de 50 novas adesões durante o lançamento da Carta. O grupo busca novos participantes que queiram fazer parte dessa ação de vanguarda, tanto no contexto brasileiro quanto internacional.

Além do setor empresarial, também fazem parte da mobilização as instituições WWF-Brasil, Associação Brasileira de Comunicação Empresarial (Aberje), Centro de Estudos em Sustentabilidade da Fundação Getulio Vargas (GVces), Conservação Internacional, Fundo Brasileiro para a Biodiversidade (Funbio), Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), Instituto de Pesquisas Ecológicas (IPÊ) e União para o Biocomércio Ético (UEBT, na sigla em inglês).

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Assembleia Geral da ONU debate biodiversidade

27 Setembro 2010
Ligia Paes de Barros, WWF-Brasil
Fontes: MMA e Centro de Notícias das Nações Unidas (UN News Centre)

No dia 22 de setembro, em Nova York, aconteceu a sessão especial sobre biodiversidade da Reunião de Alto Nível da Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU). O evento, realizado em homenagem ao Ano Internacional da Biodiversidade, contou com a presença de chefes de Estado e ministros de países ao redor do mundo.

Durante a Reunião, foram realizados painéis temáticos com o intuito de debater os três objetivos da Convenção sobre Diversidade Biológica (CDB) - a conservação da biodiversidade, o uso sustentável de seus componentes e a distribuição equitativa e justa dos benefícios advindos da utilização dos recursos genéticos - e chegar com discussões mais avançadas sobre os temas em Nagoia, no Japão, onde acontecerá a 10ª Conferencia das Partes (COP 10) da CDB.

Na abertura da sessão, o secretário geral da ONU, Ban-Ki-moon, pediu aos líderes mundiais comprometimento para reverter a taxa de perda de biodiversidade no mundo. Para Ban-Ki-Moon, a conservação da biodiversidade não garante apenas parte do cumprimento dos objetivos do milênio, estabelecidos pela ONU, como também possibilita um ganho econômico de trilhões de dólares.

“Precisamos parar de pensar em proteção ambiental como um custo. É um investimento que anda junto com outros investimentos que vocês, chefes de Estado e governos, devem fazer para consolidar o crescimento econômico e o bem estar da população em seus países”, afirmou o secretário-geral.

Também durante a sessão, o presidente da Assembleia Geral da ONU, Joseph Deiss, apontou que esperava que as negociações da Reunião contribuíssem para o alcance de um plano estratégico da CDB ambicioso e viável durante as negociações no Japão. Para Deiss, a conservação da biodiversidade está diretamente atrelada à redução da pobreza e à melhoria de segurança e saúde para essa e futuras gerações. “Conservar a biodiversidade não é um luxo, é um dever”, afirmou o presidente.

O Brasil na Reunião

A ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, esteve na reunião e falou da necessidade do mundo chegar a um acordo na COP 10/CDB em Nagóia. Para a ministra, um plano estratégico ambicioso para o período de 2011 a 2020, o protocolo de acesso e repartição de benefícios dos recursos genéticos e uma estratégia de mobilização de recursos constituem um “pacote indivisível” para a COP. "E devem ser considerados, discutidos e negociados com a atenção e urgência que o assunto merece", afirmou.

A necessidade de uma agenda nacional nos países para apoiar a implementação do plano estratégico da CBD e a criação da Plataforma Intergovernamental sobre Biodiversidade e Serviços dos Ecossistemas (IPBES) foram outros pontos ressaltados pela ministra durante a Reunião. Segundo Teixeira, a criação da IPBES é fundamental para que a comunidade internacional compreenda a importância de se tomar ações imediatas contra a perda de biodiversidade.

Para Cláudio Maretti, superintendente de conservação do WWF-Brasil, o Brasil tem um papel essencial durante a COP 10/CDB que é de cobrança e liderança para conseguir o compromisso dos países em um Plano Estratégico ambicioso. “Os bons exemplos de redução de desmatamento e de criação e implementação de unidades de conservação permitem ao Brasil cobrar dos outros países que eles também façam a sua parte para conservar a biodiversidade mundial”, apontou.

De acordo com o superintendente, ainda há muito a ser feito no Brasil e é preciso acima de tudo que diversos setores da sociedade se engajem e contribuam para a conservação do meio ambiente. “O Brasil precisa fazer uma escolha entre a velha e a nova economia. A velha economia é aquela do desenvolvimento a qualquer custo, que é uma visão ultrapassada. A nova economia é a economia do futuro, aquela que percebe o valor inclusive econômico da biodiversidade e usa isso em seu favor”.


 

Fonte: WWF-Brasil
Assessoria de imprensa

 
 
 
 

 

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