Panorama
 
 
 

SÃO PAULO É DESTAQUE EM CONVENÇÃO DE BIODIVERSIDADE NO JAPÃO

Panorama Ambiental
São Paulo (SP) – Brasil
Outubro de 2010

26/10/2010 - 18:49
Com 27 votos favoráveis, um contrário e uma abstenção o Conselho Estadual do Meio Ambiente – Consema aprovou a criação do Parque Estadual da Restinga de Bertioga, que vai preservar 98% dos remanescentes de Mata de Restinga da Baixada Santista. Os conselheiros também aprovaram, com 26 votos favoráveis, nenhum contrário e uma abstenção a criação do Monumento Natural da Pedra do Baú. Os conselheiros aprovaram as minutas dos decretos nesta terça-feira, 26.10, durante a 84ª Reunião Extraordinária.



O diretor executivo da Fundação Florestal – José Amaral Wagner Neto apresentou as características de cada região e as justificativas para tornar cada área protegida. O Parque Estadual da Restinga de Bertioga abriga 44 espécies de flora ameaçadas de extinção e o registro de 117 espécies de aves, sendo 37 endêmicas e nove ameaçadas de extinção. “Tentamos contemplar em partes todas as propostas apresentadas para a delimitação da área”, afirmou Neto, se referindo às sugestões do Ministério Público, da Prefeitura de Bertioga e do grupo de ambientalistas e pesquisadores, entre outras.

Para o secretário adjunto do meio ambiente, Casemiro Tércio Carvalho, o conselho teve maturidade e coragem em aprovar a criação. “O Estado de São Paulo deu mais um passo à frente na gestão da biodiversidade. Nunca se criou tantas unidades de conservação de qualidade e com debate em um processo conjunto com a sociedade civil e as prefeituras”, declarou.

A área total do Parque é de 9.264 hectares (ha), além da Área de Relevante Interesse Ecológico – ARIE com 58 ha.

A Birdlife International /SAVE Brasil considerou a região como uma “IBA” – sigla de “Important Bird Area” – que são áreas criticamente importantes para a conservação das aves e da biodiversidade a longo prazo. A área apresenta 93 espécies de répteis e anfíbios (com 14 espécies ameaçadas e 14 raras), o que representa a maior diversidade de herpetofauna na Mata Atlântica do Estado e também abriga 117 espécies de mamíferos, sendo 25 de médio e grande porte (como a onça-parda, veado, anta, jaguatirica, mono-carvoeiro, bugio, cateto e queixada, todos ameaçados de extinção) e 69 morcegos, com seis espécies ameaçadas de extinção constantes na listagem do Estado de São Paulo, uma na listagem brasileira e uma na listagem internacional.

Com relação ao meio físico, a área protege as sub-bacias dos rios Itaguaré e Guaratuba, que apresentam boa disponibilidade hídrica e qualidade da água, altíssima riqueza e fragilidade de feições geomorfológicas que dão suporte à alta biodiversidade da região, inclusive nos ambientes marinho-costeiros. O patrimônio cultural também é relevante com a presença de sambaquis, indicando ocupação por povos pescadores-coletores-caçadores, que podem remontar a 5 mil anos.

Pedra do Baú

A criação do Monumento Natural da Pedra do Baú, assim como o Parque Estadual da Restinga de Bertioga, contou com ampla participação da sociedade civil, principalmente os praticantes do montanhismo. Inserida integralmente no município de São Bento do Sapucaí, a área abrange 3.245 hectares com registros da existência de lobo-guará, muriqui (primata), águia-cinzenta, gavião pega-macaco, cuiú-cuiú (também conhecida por maitaca e periquito-grego) e sagui-da-serra.

“O Monumento Natural da Pedra do Baú tem o objetivo de preservar locais raros de grande beleza cênica e desde 1992 há propostas de proteção dessa área”, afirmou José Amaral Wagner Neto.



A criação do Monumento Natural da Pedra do Baú visa conservar e recuperar a paisagem local, remanescentes de vegetação e abrigos de fauna; proteger recursos hídricos importantes para o abastecimento municipal; ordenar uso do território para conservação dos atributos naturais, da atratividade turística e do patrimônio coletivo; e organizar a visitação turística e o uso esportivo do complexo rochoso. A nova UC também pretende reforçar os mecanismos de proteção da Área de Proteção Ambiental Estadual Sapucaí-Mirim.
Texto: Valéria Duarte e Dimas Marques Fotografia: José Jorge, Adriana Mattoso e João Mauro Carrillo

+ Mais

São Bento do Sapucaí sedia audiência pública sobre a criação do Monumento Natural da Pedra do Baú

15/10/2010 - 18:20
Uma semana depois da audiência pública sobre a criação do Parque Estadual da Restinga de Bertioga, agora foi a vez da consulta envolvendo a proposta do Monumento Natural da Pedra do Baú, em São Bento do Sapucaí (município vizinho a Campos do Jordão). O evento, realizado em 14 de outubro pela Fundação Florestal (FF) – órgão ligado à Secretaria de Estado do Meio Ambiente (SMA) responsável pela gestão de Unidades de Conservação - e o Conselho Estadual do Meio Ambiente – Consema, reuniu cerca de 150 pessoas no salão paroquial da Igreja Matriz da cidade.

Organizado para apresentar, discutir e esclarecer dúvidas sobre a proposta da Fundação Florestal para a criação da Unidade de Conservação, a audiência também serviu para receber sugestões e contribuições, que serão analisadas por técnicos da FF na elaboração do polígono final. “Além da importância cênica e ambiental do complexo da Pedra do Baú, a preocupação em preservar a área manifestada pelos donos das propriedades inseridas na proposta foi um dos motivos que nos levou a propor um Monumento Natural”, afirmou o Diretor Executivo da Fundação Florestal, José Amaral Wagner Neto.

Diferentemente da maioria das Unidades de Conservação de Proteção Integral, como os Parques e as Estações Ecológicas, que só podem ser formadas por terrenos de domínio público, a categoria Monumento Natural permite que se mantenham áreas particulares em seu interior.

A proposta da Fundação Florestal foi apresentada pela gestora dos Parques Estaduais de Campos do Jordão e dos Mananciais de Campos do Jordão, Célia Serrano, e pelo pesquisador do Instituto Florestal (IF), Waldir Joel de Andrade. Com mapas, fotos e dados dos estudos realizados, eles mostraram didaticamente aos presentes a importância ambiental da área a ser transformada em Monumento Natural e como será a futura gestão, a ser compartilhada com a Prefeitura, da Unidade de Conservação. Ambos destacaram também a importância do Conselho Consultivo, que será constituído com participação de representantes da sociedade.

Dezenove pessoas, entre representantes da Prefeitura, da Câmara Municipal, do Ministério Público Estadual, de entidades da sociedade civil, além de moradores, se manifestaram no evento. Após a audiência ainda é possível, por um período de cinco dias úteis, o envio de novas propostas ou sugestões para o Consema (consema.sp@ambiente.sp.gov.br).

Os documentos relacionados à proposta da FF estão disponíveis para consulta até 21 de outubro na Prefeitura de São Bento do Sapucaí, na Avenida Sebastião de Melo Mendes, 511, Jardim Santa Terezinha, de segunda a sexta-feira, das 10h às 16h, e também no site da Fundação Florestal (www.fflorestal.sp.gov.br).

O Monumento Natural proposto
A proposta da Fundação Florestal abrange uma área de 3.245 hectares totalmente inserida no município de São Bento do Sapucaí. A criação do Monumento Natural da Pedra do Baú visa conservar e recuperar a paisagem local, remanescentes de vegetação e abrigos de fauna; proteger recursos hídricos importantes para o abastecimento municipal; ordenar uso do território para conservação dos atributos naturais, da atratividade turística e do patrimônio coletivo; e organizar a visitação turística e o uso esportivo do complexo rochoso. A nova UC também pretende reforçar os mecanismos de proteção da Área de Proteção Ambiental Estadual Sapucaí-Mirim.

A Pedra do Baú, ponto mais conhecido do Monumento Natural proposto, é uma massa granítica que mede 340 metros de altura e 540 metros de comprimento com larguras variáveis, que atinge 1.950 metros de altitude e está localizada a 12 quilômetros da área urbana São Bento do Sapucaí. A região apresenta uma diversidade de ambientes naturais, como campos de altitude, florestas e bosques de araucárias.

Essas características proporcionam a ocorrência de uma fauna rica e variada. Entre as principais espécies destacam-se o lobo-guará, o muriqui (primata), a águia-cinzenta, o gavião pega-macaco, o cuiú-cuiú (também conhecida por maitaca e periquito-grego) e o sagui-da-serra.



O que é um Monumento Natural
Entre as categorias de Unidades de Conservação de Proteção Integral descritas na Lei Federal 9.985 de 18 de julho de 2000 (conhecida como Sistema Nacional de Unidades de Conservação – SNUC), os Monumentos Naturais são áreas especialmente protegidas que têm como objetivo básico preservar sítios naturais raros, singulares ou de grande beleza cênica.

Essas UCs podem ser constituídas por áreas particulares, desde que seja possível compatibilizar os objetivos da unidade, estabelecidos nos Planos de Manejo, com a utilização da terra e dos recursos naturais pelos proprietários. A visitação pública também é permitida, mas também está sujeita às condições e restrições do Plano a ser elaborado após a criação da unidade e às normas estabelecidas pela administração da UC.

Em 30 de março de 2010, o Governo do Estado de São Paulo criou seu primeiro Monumento Natural, o da Pedra Grande. Com 3.297,01 hectares (sendo 131,38 hectares de domínio público), a UC abrange partes dos municípios de Bom Jesus dos Perdões, Atibaia, Mairiporã e Nazaré Paulista. A unidade já conta com gestor nomeado, que está empenhado na elaboração e implantação de planos emergenciais nas áreas de fiscalização, monitoramento e combate a incêndios florestais e de ordenamento do uso público; na criação do futuro conselho consultivo (conjunto de entidades do poder público e da sociedade civil organizada que auxiliam na gestão), na sinalização e demarcação de limites e na implantação de uma sede administrativa.
Texto: Dimas Marques Fotografia: Fundação Florestal

+ Mais

Criação de Unidade de Conservação em Bertioga é consenso em audiência pública

08/10/2010 - 19:05
A Fundação Florestal, órgão da Secretaria do Meio Ambiente do Estado de São Paulo - SMA responsável pela gestão de Unidades de Conservação, e o Conselho Estadual do Meio Ambiente - Consema realizaram ontem, 07.10, em Bertioga, a audiência pública para apresentação e discussão de propostas de criação do Parque Estadual Restinga de Bertioga. O evento, que contou com a presença de mais de 300 pessoas, é parte de um amplo processo de diálogo com órgãos governamentais, pesquisadores e representantes da sociedade civil organizada.

“Essa foi a melhor de todas as audiências públicas sobre a criação de uma Unidade de Conservação. Está claro para todos, moradores, Prefeitura, ambientalistas e pesquisadores, a importância ambiental desse território. Esse consenso é um enorme sucesso”, afirmou o diretor executivo da Fundação Florestal – FF, José Amaral Wagner Neto, no final da audiência.

Durante o evento, realizado na Prefeitura de Bertioga com duração de cinco horas, foram apresentadas as propostas da Fundação Florestal, da Prefeitura, do Ministério do Meio Ambiente e de um grupo de ONGs e pesquisadores. Também foram expostas as iniciativas de criação de duas Reservas Particulares do Patrimônio Natural - RPPNs, da Companhia Fazenda Acaraú (denominada RPPN Hércules Florence) e da Barma Empreendimentos e Participações.

No total, 52 se inscreveram para manifestar apoio, fazer sugestões, críticas e apresentar suas opiniões sobre as propostas expostas. Um grupo fantasiado de animais silvestres, turistas e empreendedores imobiliários encenou uma pequena peça defendendo a preservação da fauna.

O prefeito de Bertioga, Mauro Orlandini, destacou a importância do envolvimento de toda a comunidade e afirmou que a proposta encaminhada por sua equipe é o resultado de 16 encontros anteriores. Após a realização da audiência ainda há um prazo de cinco dias úteis para o envio, para o Consema ou a Fundação Florestal, de novas propostas. Todas as contribuições serão analisadas e estudadas para ser elaborado um projeto final da nova Unidade de Conservação.

As propostas recebidas até o dia da audiência podem ser consultadas no site da Fundação Florestal. Quaisquer dúvidas podem ser encaminhadas para o e-mail restinga.bertioga@fflorestal.sp.gov.br.

Proposta da Fundação Florestal

O Polígono Bertioga é um contínuo florestal com 8 mil hectares caracterizado por conter preservados trechos de restinga, que engloba as fozes dos rios Itaguaré e Guaratuba e a floresta localizada entre a rodovia Mogi-Bertioga e a faixa das linhas de alta tensão. A área - com a mesma dimensão do Parque Estadual da Cantareira, na Região Metropolitana de São Paulo - está submetida desde 30 de março de 2010 à “limitação administrativa provisória”.

Essa medida legal, amparada na Lei Federal 9.985/2000, conhecida como Lei do Sistema Nacional de Unidades de Conservação - SNUC, foi tomada para permitir o aprofundamento de estudos que indicam a necessidade da criação de um regime especial de proteção aos ecossistemas ali existentes.

A área a ser protegida foi definida a partir de estudo inicial de 10.393,8 hectares, que também incluía trechos de São Sebastião. Essa primeira indicação consta como parte do resultado do projeto “Criação e Ampliação de Unidades de Conservação no Estado de São Paulo com Base no Princípio da Representatividade”, desenvolvido pela Fundação Florestal em parceria com a ONG WWF-Brasil e o Instituto Florestal - IF.

O desenho do atual Polígono Bertioga foi definido após a exclusão da área indígena Guarani e de manchas urbanas ou em processo consolidação de urbanização. Os estudos realizados pelo WWF-Brasil e o Plano de Manejo do Parque Estadual Serra do Mar indicam que essa área constitui importante corredor biológico entre ambientes marinho-costeiros, a restinga e a Serra do Mar, formando um continuo, cuja proteção é fundamental para garantir a perpetuidade dos seus processos ecológicos e fluxos gênicos.

Rica biodiversidade

Com relação à cobertura vegetal, a área apresenta todas as fitofisionomias citadas para o litoral paulista, com destaque para Manguezal, Restinga e Floresta Ombrófila Densa de Terras Baixas; abriga 98% dos remanescentes de Mata de Restinga da Baixada Santista; apresenta 44 espécies ameaçadas de extinção e abriga 53 espécies de bromélias - 1/3 das espécies de todo o Estado.

Já com relação à fauna, foram registradas 117 espécies de aves, sendo 37 endêmicas e nove ameaçadas de extinção. A Birdlife International /SAVE Brasil considerou a região como uma “IBA” - sigla de “Important Bird Area” - que são áreas criticamente importantes para a conservação das aves e da biodiversidade a longo prazo; apresenta 93 espécies de répteis e anfíbios (com 14 espécies ameaçadas e 14 raras), o que representa a maior diversidade de herpetofauna na Mata Atlântica do Estado; abriga 117 espécies de mamíferos, sendo 25 de médio e grande porte (como a onça-parda, veado, anta, jaguatirica, mono-carvoeiro, bugio, cateto e queixada, todos ameaçados de extinção) e 69 morcegos, com seis espécies ameaçadas de extinção constantes na listagem do Estado de São Paulo, uma na listagem brasileira e uma na listagem internacional.

Outras riquezas

Com relação ao meio físico, a área protege as sub-bacias dos rios Itaguaré e Guaratuba, que apresentam boa disponibilidade hídrica e qualidade da água; apresenta altíssima riqueza e fragilidade de feições geomorfológicas que dão suporte à alta biodiversidade da região, inclusive nos ambientes marinho-costeiros.

O patrimônio cultural também é relevante com a presença de sambaquis, indicando ocupação por povos pescadores-coletores-caçadores, que podem remontar a 5 mil anos.
Texto: Dimas Marques Fotografia: Dimas Marques


 

Fonte: Secretaria Estadual de Meio Ambiente de São Paulo
Assessoria de imprensa

 
 
 
 

 

Universo Ambiental  
 
 
 
 
     
SEJA UM PATROCINADOR
CORPORATIVO
A Agência Ambiental Pick-upau busca parcerias corporativas para ampliar sua rede de atuação e intensificar suas propostas de desenvolvimento sustentável e atividades que promovam a conservação e a preservação dos recursos naturais do planeta.

 
 
 
 
Doe Agora
Destaques
Biblioteca
     
Doar para a Agência Ambiental Pick-upau é uma forma de somar esforços para viabilizar esses projetos de conservação da natureza. A Agência Ambiental Pick-upau é uma organização sem fins lucrativos, que depende de contribuições de pessoas físicas e jurídicas.
Conheça um pouco mais sobre a história da Agência Ambiental Pick-upau por meio da cronologia de matérias e artigos.
O Projeto Outono tem como objetivo promover a educação, a manutenção e a preservação ambiental através da leitura e do conhecimento. Conheça a Biblioteca da Agência Ambiental Pick-upau e saiba como doar.
             
       
 
 
 
 
     
TORNE-SE UM VOLUNTÁRIO
DOE SEU TEMPO
Para doar algumas horas em prol da preservação da natureza, você não precisa, necessariamente, ser um especialista, basta ser solidário e desejar colaborar com a Agência Ambiental Pick-upau e suas atividades.

 
 
 
 
Compromissos
Fale Conosco
Pesquise
     
Conheça o Programa de Compliance e a Governança Institucional da Agência Ambiental Pick-upau sobre políticas de combate à corrupção, igualdade de gênero e racial, direito das mulheres e combate ao assédio no trabalho.
Entre em contato com a Agência Ambiental Pick-upau. Tire suas dúvidas e saiba como você pode apoiar nosso trabalho.
O Portal Pick-upau disponibiliza um banco de informações ambientais com mais de 35 mil páginas de conteúdo online gratuito.
             
       
 
 
 
 
 
Ajude a Organização na conservação ambiental.