Panorama
 
 
 

DECRETO REGULAMENTA FUNDO NACIONAL DO CLIMA

Panorama Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Outubro de 2010

26/10/2010
Melissa Silva
O presidente Lula assinou, nesta terça-feira (26/10), o decreto que regulamenta o Fundo Nacional sobre Mudança do Clima (FNMC ou Fundo Clima), o primeiro no mundo a utilizar recursos oriundos da participação especial dos lucros da cadeia produtiva do petróleo para financiar ações de mitigação e adaptação às mudanças climáticas e seus efeitos.

A partir de agora, o Comitê Gestor do Fundo - instituído pelo decreto e coordenado pelo Ministério do Meio Ambiente, composto por representantes governamentais, comunidade científica, empresários, trabalhadores e organizações não governamentais - terá condições de administrar, acompanhar e avaliar a aplicação dos recursos em projetos, estudos e empreendimentos de mitigação e adaptação da mudança do clima e seus efeitos.

"O Ministério do Meio Ambiente está consciente do papel estratégico que esse Fundo desempenhará na promoção do modelo de desenvolvimento sustentável de baixo carbono que consolidará o Brasil numa grande potência do século 21", enfatizou o ministro interino do Meio Ambiente, José Machado, durante a cerimônia.

O Fundo Clima deverá apoiar atividades voltadas para o combate à desertificação, à adaptação à mudança do clima, ações de educação e capacitação, projetos de REDD+, desenvolvimento de inclusão de tecnologias, formulação de políticas públicas, apoio a cadeias produtivas sustentáveis, pagamento por serviços ambientais, entre outras atividades.

Para 2011, o Comitê dispõe de um orçamento de R$226 milhões, sendo R$ 200 milhões reembolsáveis para empréstimos e financiamentos voltados para a área produtiva, cujo agente financeiro será o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Os outros R$ 26 milhões serão administrados pelo MMA para investimentos em projetos de pesquisa, mobilização e avaliações de impacto das mudanças do clima, podendo ser repassados para estados e municípios por meio de convênios e termos de cooperação.

Este número refere-se ao orçamento inicial, mas o Fundo pode receber ainda recursos de outras fontes, inclusive doações internacionais que venham a ser estabelecidas no âmbito da Convenção do Clima.

"O Fundo Clima não onera a população brasileira, já que os recursos financeiros são oriundos da participação especial dos lucros da cadeia produtiva do petróleo, podendo ainda recepcionar outras fontes de recursos", explicou José Machado.

A assinatura do decreto aconteceu durante a reunião anual do Fórum Brasileiro de Mudanças Climáticas com o Presidente da República, ocasião na qual o Governo Brasileiro, desde 2004, antecipa à sociedade seu posicionamento em relação às negociações internacionais e apresenta os seus resultados e proposições para o futuro na temática da mudança do clima.

O presidente Lula destacou que a reunião serviu para mostrar que "o Brasil pode se orgulhar muito das políticas ambientais que vem adotando nos últimos anos, e que a agenda voltada para as mudanças climáticas sintetiza os esforços e os resultados de uma série de ações que vêm sendo conduzidas com sucesso pelo nosso Governo em parceria com vários setores da sociedade brasileira", disse.

No ano passado, após a Conferência do Clima em Copenhague (COP 15), o Brasil aprovou a Política Nacional sobre a Mudança do Clima e assumiu voluntariamente o compromisso em reduzir, até 2020, as emissões projetadas de gases do efeito estufa, entre 36% e 39%. De acordo com o presidente Lula, desde que o Plano de Ação para a Prevenção e Controle do Desmatamento na Amazônia (PPCDAm) foi instituído, em 2003, o Brasil evitou a emissão de 2,9 bilhões de tCO2eq (toneladas de carbono equivalente), e o País tem o menor índice de desmatamento dos últimos 21 anos.

"Se mantivermos esse ritmo, a meta anunciada na COP 15 será antecipada em quatro anos. Teremos reduzidos em 80% o desmatamento ainda em 2016 e não em 2020 como nós estávamos prevendo", garantiu o presidente lembrando que a meta deverá ser superada mesmo com o "momento de grande crescimento econômico do Brasil".

"A operacionalização do Fundo Clima será mais uma grande conquista do Brasil a se juntar a tantas outras no combate às mudanças do clima, entre quais a queda consistente e radical das taxas de desmatamento na Amazônia e no Cerrado", reforçou José Machado.
Planos - Na mesma cerimônia, o secretário-executivo do Fórum, Luiz Pinguelli, recebeu os sumários executivos dos cinco planos de ação que reúnem diretrizes e ações estratégicas voltadas para a redução voluntária da emissão de gases previstos na Política Nacional sobre Mudança do Clima, aprovada em 2009, correspondentes aos compromissos assumidos em Copenhague (COP 15). Dois planos trazem as ações para prevenção e controle do desmatamento - na Amazônia e Cerrado - e os outros três são específicos para os setores de energia, agricultura e siderurgia.

"O Fundo certamente terá papel preponderante para apoiar muitas das ações estratégicas de combate às mudanças do clima identificadas nos planos setoriais recebidos pelo Fórum", afirmou o ministro interino do Meio Ambiente.

A elaboração desses planos contou com a participação de diversos segmentos da sociedade representativos dos setores envolvidos. Durante o Fórum, esses planos serão discutidos e aprofundados em uma reunião específica, prevista para ocorrer em 5 de novembro deste ano.

A próxima reunião do Fórum Brasileiro de Mudanças Climáticas vai ainda preparar a estratégia do Brasil na 16ª Conferência da Organização das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP16), que se realizará entre 29 de novembro e 10 de dezembro em Cancún, no México.

Inventário - Durante a reunião do Fórum, o Ministério da Ciência e Tecnologia também apresentou o segundo Inventário Nacional de Emissões Antrópicas por Fontes e Remoções por Sumidouros de Gases de Efeito Estufa, para o período de 11000 a 2005.

De acordo com o documento, o pico de emissões líquidas de 2,675 Gt de CO2eq aconteceu em 2004, quando ainda era alto o índice de desmatamento de florestas, principalmente na Amazônia. No entanto, com as políticas de redução de desmatamento e o monitoramento constante, as taxas caíram radicalmente, de forma que em 2009 as emissões líquidas caíram para 1,775 Gt de CO2eq, uma redução de 33,6% em cinco anos.

O inventário faz parte da Segunda Comunicação Nacional sobre o status da implementação da Convenção das Nações Unidas sobre Mudança do Clima no Brasil. Ele reúne informações sobre as emissões nos diversos setores da atividade econômica e avança em cinco anos o período estabelecido pelas diretrizes da Convenção, que era de 11000 a 2000.

O documento atualiza os dados de 11000 a 1994 e apresenta novas informações para o período de 1995 a 2005. Mais de 600 instituições e cerca de 1.200 especialistas de diversos setores - energético, industrial, florestal, agropecuário, de tratamento de resíduos - foram mobilizados para sua elaboração.

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Ministra defende mais investimentos para áreas protegidas na Amazônia

27/10/2010
Durante encontro na 10ª Conferência das Partes sobre Diversidade Biológica(COP-10) em Nagoia, no Japão, a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, disse, nesta quarta-feira (27/10), que a comunidade internacional precisa reconhecer a importância do trabalho dos países amazônicos na criação de áreas protegidas, e que deve fornecer apoio financeiro necessário para dar continuidade a programas estabelecidos com este objetivo.

De acordo com Izabella Teixeira, os países amazônicos já investem cerca de US$100 milhões de dólares anuais na manutenção das áreas protegidas. No entanto, segundo representantes de governos regionais, ainda há a necessidade de um aporte extra de, no mínimo, US$ 150 milhões anuais para esses projetos.

"É preciso ainda investir cerca de 500 milhões de dólares em infraestrutura para que essas áreas possam ter níveis básicos de consolidação", explicou.

Para a ministra, dada a importância global do bioma amazônico, uma parte significativa dessa lacuna financeira deve ser coberta de forma adequada e previsível por meio de investimentos de outros governos e instituições financeiras internacionais.

"O bioma amazônico tem um papel fundamental no sistema climático global, contribuindo com a circulação atmosférica tropical e com a manutenção das chuvas no continente americano. Além disso, o bioma tem quase 10% das reservas globais em ecossistemas terrestres", ressaltou Izabella.

Ela lembrou que 75% de todas as áreas protegidas criadas no mundo entre 2003 e 2009 estão na Amazônia. Isso representa 2,16% de todas as áreas protegidas do planeta.

"Com cerca de 6,6 milhões de quilômetros quadrados, a Amazônia abriga mais da metade das florestas tropicais do mundo, possui a maior bacia hidrográfica - com cerca de 15% a 20% da água doce do planeta- e uma das áreas com maior biodiversidade do globo", avaliou a ministra.

No evento, diretores de áreas protegidas dos nove países amazônicos apresentaram o primeiro relatório regional de implementação do Programa de Trabalho de Áreas Protegidas da CDB na Amazônia.

"Estes dados são fundamentais para o resultado positivo do indicador de áreas protegidas do último Panorama Global de Biodiversidade", disse.

Ministros e representantes dos países amazônicos também confirmaram interesse em trabalhar de forma conjunta para a conservação da região. Eles divulgaram um plano de ação para a região previsto para o período de 2011 a 2020.

"Esperamos poder trabalhar juntos nessa iniciativa de conservação regional da Amazônia e também contribuir para o sucesso da COP-10", afirmou a ministra Izabella Teixeira.

"Precisamos reconhecer o trabalho que já foi feito até agora, com resultados impressionantes, mas também fornecer um aparato técnico e político para que esses programas tenham continudade''.


 

Fonte: Ministério do Meio Ambiente
Ascom

 
 
 
 

 

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