Panorama
 
 
 

POR TRÁS DO DISCURSO VERDE

Panorama Ambiental
São Paulo (SP) – Brasil
Outubro de 2010

Fim de ano e de mandato, proximidade de eleições e chegada de mais uma Conferência do Clima, onde o Brasil pretende se pintar como líder mundial. Esse foi o tom dado na reunião do Fórum Brasileiro de Mudanças Climáticas.

O tema e os dados divulgados – a publicação do novo Inventário Nacional de Emissões de Gases de Efeito Estufa e a regulamentação do Fundo Nacional de Clima – deveriam ser amplamente debatidos pelo governo, a academia e a sociedade como pontos centrais do próximo governo, e render questionamentos e compromissos dos candidatos. Mas o evento, ocorrido nesta semana em Brasília, serviu de palanque para o presidente pintar seu governo, indevidamente, de verde.

Afinal, a principal fonte de emissão brasileira continua sendo o desmatamento e as queimadas, seguidos pelo setor agropecuário e pelo de energia. Das 2,192 gigatoneladas de dióxido de carbono (CO2) equivalente emitidos em 2005, o setor de mudança no uso da terra e florestas é responsável por 61% do total de emissões.

Ainda assim, nem governo nem sua candidata não se comprometem com o desmatamento zero. Trabalham com a meta de redução da taxa de corte em 80%, que o presidente Lula adiantou de 2016 para 2012, graças aos bons resultados nos últimos anos. Mas manter uma taxa, ainda que menor, de corte significa derrubar cerca de 200 milhões de árvores por ano na Amazônia.

É um número espantoso e desnecessário. Já foram desmatados 734 mil km2 na Amazônia, boa parte abandonada e degradada. A comunidade científica afirma que hoje há estoque suficiente de terras já abertas no Brasil para suportar o crescimento da produção de alimentos, fibras e biocombustíveis, isso sem contar o investimento em produtividade.

Cadê o pré-sal?

Na mesma reunião, o governo apresentou uma estimativa do volume de gases-estufa emitidos pelo Brasil no ano passado: 1,775 gigatoneladas de CO2 equivalente, 33% a menos que em 2005.

Segundo o ministro de Ciência e Tecnologia, Sergio Rezende, a queda é conseqüência da redução do desmatamento na Amazônia obtido nos últimos quatro anos. Sinal de que o problema pode ser controlado. Mas, disse ele, os outros setores – especialmente agricultura e energia – teriam mantido sua taxa de crescimento das emissões.

O desdém com que o governo lida com essas emissões é patente. A regulamentação da Lei Nacional de Mudanças Climáticas, necessária para que ela seja de fato implementada, ainda não saiu – e, quando ocorrer, não contemplará o pré-sal e suas emissões crescentes.

É o fortalecimento de um modelo energético baseado em fontes sujas, enquanto o Brasil tem potencial para inundar sua matriz com energia limpa, vinda do Sol e dos ventos. Enquanto o governo não rever suas escolhas e abraçar a energia limpa e o desmatamento zero, apesar dos avanços em ambos os setores, ficará difícil acreditar no Brasil verde que o presidente Lula tenta vender.


 

Fonte: Greenpeace-Brasil
Assessoria de imprensa

 
 
 
 

 

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