03/11/2010
O Serviço Florestal Brasileiro recebeu nesta
quarta-feira (3/11) uma delegação
chinesa que está no país para conhecer
as políticas e práticas brasileiras
de regularização
fundiária em áreas de floresta pública
e o uso desses locais pelas populações.
A comitiva de 15 autoridades quer
saber como o poder público promove o acesso
das comunidades que vivem na Amazônia à
floresta, pois o governo chinês planeja mudanças
no sistema de propriedade e posse em áreas
florestais voltados a populações com
características semelhantes.
O grupo vai visitar o Projeto
Ambé, na Floresta Nacional do Tapajós
(PA), onde os moradores realizam o manejo florestal,
além de agricultores da reforma agrária
dos projetos de assentamento Mojú e Igarapé
do Anta, também no estado, que têm
recebido apoio do governo federal para atividades
produtivas sustentáveis.
"O Brasil e a China são
países com grandes áreas florestais
e embora haja diferenças entre a propriedade
fundiária nos dois, podemos encontrar pontos
de comunicação em comum", afirma
Qi Hong, autoridade da Administração
Florestal chinesa e chefe da delegação.
"A ideia é aprender e ver o que é
possível de aplicar no nosso processo de
reforma", completa.
Durante o encontro com a equipe
do Serviço Florestal, o grupo foi informado
sobre a política do setor, áreas em
uso por povos e comunidades tradicionais, forma
de uso permitido nessas áreas (manejo madeireiro,
não madeireiro, agricultura), modo de destinação
para as comunidades e políticas e programas
de fortalecimento do manejo comunitário.
Somente na Amazônia há
mais de 110 milhões de hectares de florestas
públicas federais destinadas às comunidades
locais, sejam terras indígenas, projetos
de assentamento ou unidades de conservação
criadas para proteger os meios de vida e a cultura
de populações extrativistas ou tradicionais.
Os laços entre as duas
nações se estreitaram em outubro deste
ano, quando a República Popular da China
sediou o Megaflorestais, encontro que reuniu instituições
públicas dos países com as maiores
áreas florestais do mundo, como Canadá,
China, Congo, Estados Unidos, Indonésia,
Índia, México, Peru e Rússia.
Na ocasião, a delegação brasileira
convidou as autoridades chinesas para conhecer a
experiência aqui realizada.
Segundo o diretor-geral do Serviço
Florestal, Antônio Carlos Hummel, a aproximação
com o país asiático também
traz contribuições para o Brasil.
A China tem muitas experiências importantes
da área florestal que podem ser avaliadas
para serem incorporadas às políticas
públicas brasileiras, afirma.
O projeto de fortalecimento institucional
da China para a realização de mudanças
no sistema de propriedade tem o apoio da Organização
das Nações Unidas para Agricultura
e Alimentação (FAO). Outros países
devem ser visitados pelo grupo.
Fonte: Serviço Florestal Brasileiro