12/11/2010 - Os “Cenários
de Referência” das emissões de Gases
de Efeito Estufa – GEE do setor de resíduos
no país mostram a tendência de elevação
das emissões de 63 para 99 [106tCO2e] (milhões
de toneladas de CO2 equivalente) no período
entre 2010 e 2030, o que significa um aumento percentual
da ordem de 57%. O “Cenário de Baixo Carbono”
mostra que é possível evitar emissões
no ano de 2030, passando
das previstas 99 para 18 [106tCO2e], ou aproximadamente
80% de redução. Essa foi uma das principais
conclusões apresentadas, em 12.11, no auditório
da Companhia Ambiental do Estado de São Paulo
– CETESB, em São Paulo, durante o seminário
de “Lançamento do Estudo coordenado pelo
Banco Mundial: Baixo Carbono para o Brasil”.
O evento contou com as exposições
do eng. João Wagner Silva Alves, assessor
da Presidência da CETESB, que apresentou o
“Estudo de Baixo Carbono para o Brasil – Resíduos”,
e de Christophe de Gouvello, do Banco Mundial, que
falou sobre os estudos de baixo carbono realizados
em todo o país, com a coordenação
e o apoio da instituição financeira,
incluindo também os setores energético,
de transportes, agropecuário e de florestas,
e intitulado de “Estudo de Baixo Carbono para o
Brasil”. As duas publicações, que
foram distribuídas ao público presente
ao seminário, serão disponibilizadas
em forma eletrônica, em breve, através
do site do Programa Estadual de Mudanças
Climáticas – Proclima, coordenado pela CETESB.
João Wagner explica que
a expressão "Baixo Carbono" se
refere às mudanças tecnológicas
e comportamentais que devem ser induzidas pelo processo
que visa mitigar as mudanças climáticas
globais. Mantendo o desenvolvimento da economia
mundial, a humanidade deve encontrar, dentre as
tecnologias novas ou existentes, novos caminhos
- aqueles de "Baixo Carbono", com emissões
de GEE menores que as atuais. Com isso, deve ser
implementado o desenvolvimento sustentável,
que por ser de "Baixo Carbono", ameniza
as mudanças climáticas globais. Ele
complementa esclarecendo que, na expressão,
a palavra "Carbono", deve ser interpretada
como sendo todos os gases de efeito estufa. Dentre
eles, o Dióxido de Carbono - CO2 que é
o mais abundante e, por simplificação,
muitas vezes apresentado apenas como "Carbono".
Assim, "Baixo Carbono" significa menores
níveis de emissões dos GEE.
Em especial, o estudo feito pela
CETESB – escolhida pelo Banco Mundial e pelo Ministério
da Ciência e Tecnologia, pelo “know-how” adquirido
e desenvolvido por técnicos da Companhia
nos últimos anos, em relação
ao assunto, identifica as possibilidades de redução
das emissões de GEE no setor de resíduos
sólidos e líquidos no Brasil, considerando
que deverão aumentar as quantidades totais
geradas, em função, do crescimento
populacional, e também que deverão
aumentar as quantidades individuais produzidas,
por conta do aumento da renda e, por consequência,
do consumo.
Além das conclusões
acima, outra definição importante
a que se chegou é que a atividade mais relevante
para se obter a desejada redução das
emissões de GEE é simplesmente a queima
do metano (CH4), gerado pelos aterros sanitários,
com potencial de redução da ordem
de 55 [106tCO2e]. O Cenário de Baixo Carbono
do setor de resíduos, esgotos domésticos
e efluentes industriais inclui a expansão
dos sistemas anaeróbios (com ausência
de oxigênio) de tratamento de esgotos domésticos
e efluentes industriais, com a completa queima do
CH4 gerado, reduzindo-se para zero as emissões
pelo tratamento de esgotos e efluentes.
Em sua apresentação,
Christophe de Gouvello comentou que o Brasil possui
muitas oportunidades em relação à
mitigação e a remoção
das emissões de GEE na atmosfera. “Isso coloca
o país na posição de um dos
principais atores capazes de enfrentar o desafio
representado pela mudança climática
global. O presente estudo conseguiu demonstrar que
toda uma série de medidas de mitigação
e remoção de carbono são tecnicamente
viáveis, e que já estão em
curso esforços promissores”, afirmou. Mas
ele fez um alerta: “Por outro lado, a implementação
dessas medidas propostas exigiria grandes volumes
de investimentos e de incentivos, que podem estar
além de uma resposta estritamente nacional,
exigindo suporte financeiro internacional. Além
disso, para que o Brasil possa aproveitar todo o
leque de oportunidades para mitigação
das emissões de GEE não seriam suficientes
mecanismos de mercado. Políticas públicas
e planejamento seriam essenciais, como o gerenciamento
da competição pela terra e a proteção
das florestas no seu cerne”.
Ao que o secretário-adjunto da SMA, Casemiro
Tércio Carvalho, também presente ao
evento, complementou, enfatizando que o “Baixo Carbono
entra na pauta das políticas públicas
e que esses estudos vêm contribuir” com essas
políticas no Estado de São Paulo.
Ele ilustrou a importância dessa contribuição
afirmando que as informações agora
disponibilizadas poderão ajudar a indicar,
por exemplo, quais os modais energéticos
que o estado poderá adotar ou estimular.
Mário Senaga
+ Mais
CETESB participa da Feira Internacional
de Meio Ambiente Industrial e Sustentabilidade
10/11/2010 - A Companhia Ambiental
do Estado de São Paulo – CETESB está
participando de mais uma edição da
Feira Internacional de Meio Ambiente Industrial
e Sustentabilidade - FIMAI, que este ano acontece
no Pavilhão Azul do Expo Center Norte, na
Zona Norte da Capital. A diretora de Tecnologia,
Qualidade e Avaliação Ambiental da
CETESB, Ana Cristina Pasini da Costa, representando
o presidente Fernando Rei, esteve presente, em 09.11,
à solenidade de abertura oficial do evento,
que termina em 11.11.
Ana Cristina foi recepcionada
pelo diretor executivo da FIMAI, Julio Tocalino
Neto, e por outras autoridades presentes, como o
vereador Gilberto Natalini, e representantes dos
setores industriais, como o diretor-titular do Departamento
de Meio Ambiente da Federação das
Indústrias do Estado de São Paulo
– FIESP, Nelson Pereira dos Reis, o diretor-titular
do Departamento de Meio Ambiente do Centro das Indústrias
do Estado de São Paulo – CIESP, Eduardo San
Martin, e Ferdinando Fiore, do Instituto Italiano
para o Comércio Exterior – ICE. Ana Cristina
Pasini participou do corte simbólico da fita
de inauguração e conheceu os trabalhos
expostos na XII FIMAI.
Em um dos principais pontos do
Pavilhão Azul, próximo à entrada
da Feira Internacional, em uma área de 90
metros quadrados, a diretora teve oportunidade de
visitar o estande da CETESB, que entre outras atrações
para o público expõe o caminhão
utilizado nos atendimentos de emergências
químicas em campo e o laboratório-móvel
de análises de água, com todos os
equipamentos utilizados para monitoramentos e avaliações.
O espaço também exibe informações
“online” em uma tela dos dados colhidos pela rede
de monitoramento automático de qualidade
de água no Alto e Médio Tietê,
painel com o mapa da balneabilidade das praias paulistas,
vários “banners” com informações
e pesquisas ambientais, incluindo cursos e treinamentos
oferecidos pela CETESB, além da distribuição
de folhetos e materiais institucionais da Companhia.
A diretora destacou a importância
da XII FIMAI e da participação da
Companhia na Feira Internacional afirmando que “o
evento é uma oportunidade excelente de atualização
do que há disponível de tecnologia
ambiental no mercado e, nesse caso, serve também
para ajudar a CETESB a cobrar as melhorias tecnológicas
necessárias das empresas para o controle
da poluição. Nosso estande divulga
nossos trabalhos e mostra que temos muito conhecimento
para passar tanto ao mercado em geral como a outros
países que estão participando da feira.
Essa troca de experiências e informações
é extremamente importante”.
Mário Senaga
Foto: José Jorge