29/11/2010
Área de florestas públicas cadastradas
aumentou 21% em relação ao ano passado,
mas 64 milhões de hectares ainda não
têm destinação. Manejo florestal
e manutenção da cobertura
florestal é forma de mitigar mudanças
climáticas
O Brasil tem hoje 290 milhões
de hectares de florestas públicas cadastradas
pelo Serviço Florestal Brasileiro. A atualização
de 2010 do Cadastro Nacional de Florestas Públicas
(CNFP) mostra que houve um aumento de 21% em relação
aos números do ano passado. Os números
não significam criação de novas
florestas públicas e sim que o Brasil começa
a conhecer pelo cadastramento quais são e
onde estão suas florestas.
A maior parte das florestas públicas
se concentra na Amazônia. Aquelas que já
foram destinadas a algum uso são maioria
e contam 226 milhões de hectares. As terras
indígenas somam 111 milhões de hectares,
seguidas pelas unidades de conservação,
com cerca de 105 milhões de hectares, sendo
60% federais e 40% estaduais. Os assentamentos públicos
da reforma agrária ocupam em torno de 10
milhões de hectares.
Embora a porcentagem de florestas
públicas destinadas seja alta em torno de
80% das áreas já cadastradas - ainda
restam 64 milhões de hectares sem uso regulamentado.
Concessões florestais -
Levantamentos do Serviço Florestal apontam
que pelo menos 10 milhões de hectares de
floresta que estão sem destinação
poderiam dar origem a novas florestas nacionais
passíveis de concessão florestal,
instrumento que permite o uso sustentável
da floresta ao mesmo tempo em que a mantém
em pé.
"É preciso dar prioridade
para o aproveitamento dessas áreas por meio
de florestas nacionais. Precisamos ter metas e cenários
claros para atingir a sustentabilidade da produção
madeireira na Amazônia por meio das concessões
florestais, e essas metas devem ser consolidadas
em 2011", afirma o diretor-geral do Serviço
Florestal, Antônio Carlos Hummel.
Segundo Hummel, a resposta às
mudanças climáticas passa pelo manejo
florestal, associado ao fortalecimento da economia
florestal sustentável. As florestas precisam
ser vistas como oportunidades de desenvolvimento,
sem perda da ampla gama de serviços ambientais
agregados.
Floresta e clima - Em 2009, na
Conferência das Nações Unidas
sobre Clima (COP-15), o Brasil apresentou metas
ousadas para o corte na emissão de gases
do efeito estufa entre 36% e 39% -, além
da redução de 80% no desmatamento
da Amazônia até 2020. Com o início
da COP-16 nesta segunda-feira (29/11), aumenta a
importância da discussão que envolve
florestas e mudanças climáticas.
"As florestas públicas
representam enormes estoques de carbono armazenados
em sua biomassa, que se não conservados pelas
unidades de conservação e terras indígenas
estariam sendo emitidos para a atmosfera através
da conversão em outros tipos de uso da terra",
afirma a diretora de Pesquisa e Informação
Florestal do Serviço Florestal, Cláudia
Azevedo Ramos, responsável pela gestão
do CNFP.
Em regiões como a Amazônia,
a maior extensão de floresta tropical do
planeta e onde se concentram as maiores áreas
de floresta pública, a floresta tem papel
relevante na imensa produção de vapor
d'água e, portanto, no ciclo hidrológico
da Terra. Só esses fatos já tornam
o Brasil um importante ator para o equilíbrio
climático e para a mitigação
do aquecimento global.
Para o diretor-geral do Serviço
Florestal, Antônio Carlos Hummel, a proteção
e o uso sustentável das florestas públicas
são medidas importantíssimas para
reduzir o desmatamento, evitar a produção
ilegal de madeira e evitar emissões de carbono.
"Mas é preciso, ainda, nos apropriarmos
das florestas públicas não destinadas,
dando-lhes uso definido e segurança para
permanecerem floresta e tê-las como aliadas
na mitigação das mudanças climáticas",
afirma
Saiba mais
O Cadastro Nacional de Florestas
Públicas, interligado ao Sistema Nacional
de Cadastro Rural do Incra, é elaborado desde
2007 e reúne dados do Cadastro Geral de Florestas
Públicas da União e dos cadastros
de florestas públicas dos estados, municípios
e do Distrito Federal. .
As informações são
consolidadas à medida que novos dados são
disponibilizados pelas instituições
parceiras, o que faz do Cadastro um banco de dados
dinâmico. Foi desta forma que o número
de florestas públicas aumentou de 193 milhões
em 2007 para 210 milhões em 2008, 239 milhões
em 2009 e 290 milhões em 2010.
+ Mais
Conama mantém para 2012
o início dos programas de inspeção
veicular
26/11/2010
No máximo em um ano e meio, carros, ônibus,
caminhões e motocicletas vão ter mesmo
que passar pela inspeção de emissões
de poluentes na hora da renovação
do emplacamento. O Conama não abriu mão
do prazo para que os estados que vão controlar
seus níveis de emissão de Monóxido
de Carbono, Hidrocarbonetos, Óxidos de Nitrogênio
e particulados implantem seus programas de inspeção.
O que houve, de fato, foi a prorrogação
para a entrega dos Planos de Controle de Poluição
Veicular (PCPV) elaborados pelos Governos Estaduais
aos respectivos conselhos estaduais de meio ambiente.
O prazo, que venceu ontem, foi estendido para 30
de junho de 2011. Contudo, nos estados em que o
PCPV preveja a realização de Programas
de Inspeção Veicular, estes deverão
ser iniciados no prazo determinado anteriormente
pela Resolução 418, que é 25
de abril de 2012.
As demais exigências para
a inspeção também estão
valendo. Alguns estados já aprovaram seus
planos, elaborados de acordo com a realidade das
frotas e os níveis de poluição.
A expectativa no Conama é de que mesmo aqueles
que não aprovarem um plano completo, para
todo tipo de automóveis, o façam pelo
menos para os veículos pesados urbanos, ônibus
e caminhões. É que embora representem
apenas 10% da frota nacional, eles são os
responsáveis pela emissão de 50% dos
poluentes lançados na atmosfera.