Paulo Henrique/MCT - O diretor
do Inpe, Gilberto Câmara, anunciando os números
do desmatamento no Palácio do Planalto.
01/12/2010 - 14:55
O desmatamento na Amazônia
Legal no período 2009/2010 foi de 6.451 km².
A estimativa é do Projeto de Monitoramento
do Desflorestamento na Amazônia Legal (Prodes)
do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe/MCT).
A margem de erro para esta medida é de cerca
de 10%.
O dado foi anunciado hoje (1)
pelo diretor do Inpe, Gilberto Câmara, em
cerimônia no Palácio do Planalto, em
Brasília. Participaram do evento o presidente
Luiz Inácio Lula da Silva; os ministros da
Ciência e Tecnologia (MCT), Sergio Rezende;
do Planejamento (MP), Paulo Bernardo, e do Meio
Ambiente (MMA), Izabela Teixeira. O Prodes é
uma das ações do MCT no Plano de Ação
para a Prevenção e Controle do Desmatamento
na Amazônia (PPCDAM).
A taxa de desmatamento 2009/2010
indica uma redução de 13,6% em relação
ao período anterior. É a menor taxa
medida pelo Inpe desde 1988. Os estados que tiveram
maior desmatamento foram o Pará, com 3.710
km²; seguido do Mato Grosso, com 828 km²;
e o Maranhão, com 679km².
O diretor do Inpe agrega a redução
às ações políticas de
vários ministérios, entre eles o MCT
e MMA. “Temos um grande número de entidades
de conservação, além da responsabilidade
empresarial e dos trabalhos da Polícia Federal
e do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos
Recursos Naturais (Ibama)”, disse Câmara.
Ele ressaltou ainda que a meta é reduzir
o desmatamento da Amazônia em 80% até
2020.
O presidente Lula se mostrou orgulhoso
com o resultado. Destacou a evolução
da sociedade, dos empresários, ambientalistas
e trabalhadores. Segundo ele, a presidente eleita,
Dilma Rousseff, terá condições
de fazer ainda mais. “O nosso compromisso está
sendo cumprido. Agora precisamos monitorar. Este
governo colocou as coisas em prática",
disse.
MacroZEE
Ainda na cerimônia o presidente
Lula assinou o decreto que cria o Macrozoneamento
Ecológico-Econômico da Amazônia
Legal (MacroZEE). O documento promove a transição
do padrão econômico atual para um modelo
de desenvolvimento sustentável na região,
contemplando diferentes realidades e prioridades
do território amazônico.
O MacroZEE da Amazônia é
um instrumento fundamental de planejamento e gestão
ambiental e territorial, estabelecido na Política
Nacional do Meio Ambiente. Debatido por mais de
15 ministérios e os nove estados da Amazônia,
além da sociedade civil e universidades,
a elaboração do MacrozEE passou por
consulta pública na internet.
O texto aborda os desafios desta
transição e indica estratégias
de diferentes setores da economia, como o enérgico
e mineral, do planejamento integrado de infraestrutura
e de logística. O documento também
aborda temas como os territórios rural e
urbano, proteção da biodiversidade
e dos recursos hídricos, agricultura e mudanças
climáticas da Amazônia.
+ Mais
Estudo avaliará impacto
de derramamento de Petróleo em organismos
aquáticos amazônicos
Crédito: Flávio
Ribeiro (Inpa/MCT)
14/12/2010 - 08:00
Avaliar a toxidade do petróleo e do petróleo
dispersado nas águas branca e preta da região
amazônica e os efeitos destes sob o Tambaqui
(Colossoma macropomum) são os principais
objetivos da tese de doutorado de Helen Sadauskas
Henrique, intitulada “Aspectos ecofisiológicos
e ecomorfólógicos da espécie
Colossoma macropomum exposta ao petróleo
e ao petróleo quimicamente dispersado em
água branca e preta da Bacia Amazônia”.
A pesquisa será realizada
pelo Programa de Pós Graduação
em Ecologia (PPG-Eco) do Instituto Nacional de Pesquisas
da Amazônia (Inpa/MCT), sob orientação
da pesquisadora Vera Val do Laboratório de
Ecofisiologia e Evolução Molecular
(LEEM) e coorientação de Marisa Narciso
Fernandes da Universidade Federal de São
Carlos (UFSCar).
“O estudo contribuirá com
importantes informações para futuros
planos de manejo e conservação de
recursos naturais. Esperamos fazer uma revisão
geral dos dados gerados em laboratório e
coletados em campo, a fim de traçar perspectivas
de manejo ambiental e tomada de decisões
frente a possíveis efeitos em grande escala
de derrames de petróleo, levando em consideração
a crescente exploração de petróleo
na região”, comenta Helen.
De acordo com Helen, serão
realizadas pesquisas em laboratório e coleta
em campo nas proximidades da Província Petrolífera
do Urucu (PPU), localizada no município de
Coari, interior do Amazonas. “Esta área é
uma das maiores responsáveis pela produção
de gás natural e petróleo do país.
Tanto os rios de água preta quanto os rios
de água branca estão propícios
aos efeitos de derramamentos crônicos ou agudos
de petróleo”, afirma.
A doutoranda declara que o tambaqui
foi escolhido como espécie modelo por quatro
motivos: presença nos dois ambientes a serem
estudados, grande importância econômica,
alta sensibilidade ao petróleo, e existência
de pesquisas sobre os efeitos do petróleo
na espécie. O início das pesquisas
de laboratório está previsto para
começar a partir do ano que vem.