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IG REALIZA 1º SIMPÓSIO GEOCIÊNCIA E MEIO AMBIENTE

Panorama Ambiental
São Paulo(SP) – Brasil
Dezembro de 2010

10/12/2010 - 13:24 Nos dias 08 e 09 de dezembro, no auditório da Companhia Ambiental do Estado de São Paulo – Cetesb, ocorreu o 1º Simpósio Geociências e Meio Ambiente – Sigma, promovido pelo Instituto Geológico do Estado de São Paulo – IG. O evento técnico discutiu estratégias para redução de desastres naturais e a preservação da geodiversidade.

Na abertura do evento o secretário adjunto do Meio Ambiente do Estado, Casemiro Tércio Carvalho, destacou que a parceria entre o IG e da Defesa Civil, na área de prevenção, mapeamento e combate aos desastres naturais é prioridade e envolve um dos temas ambientais de maior preocupação atualmente, as mudanças climáticas. “Nós discutimos muito o que fazer para melhorar a eficiência energética, o transporte sustentável e não damos a atenção devida aos fenômenos que já estão batendo nas nossas portas, os desastres naturais causados pela mudança do clima. Precisamos de um trabalho conjunto na mitigação dos gases causadores do efeito estufa e na prevenção desses desastres”, afirmou.

O Secretário Ajunto acrescentou que o trabalho do IG é muito importante para o planejamento do desenvolvimento e expansão da economia no Estado. “Os mapeamentos de risco e as análises do IG precisam ser levados em conta no zoneamento econômico. Se já sabemos que em determinada área existe chances de haver problemas, não podemos arriscar”, disse.

O diretor do IG, Ricardo Vedovello, enfatizou a importância do evento. “Nós queremos aproximar todas as pessoas envolvidas no combate e prevenção dos desastres naturais, além de trocar informações e experiências. O evento une os órgãos ligados ao planejamento, gerenciamento e combate, alinhando os projetos e linha de trabalho, otimizando assim recursos financeiros e humanos”, afirmou.

O tenente coronel José Felix Drigo, da Defesa Civil do Estado, destacou o importante trabalho do IG em parceria com a Casa Militar. “Sempre trabalhamos juntos em momentos difíceis para a população. Essa interação é importante para o atendimento e para o desenvolvimento das futuras ações conjuntas”, afirmou.

Após palestras realizadas no período matutino, pesquisadores do Instituto Geológico comunicaram os participantes as novas publicações do órgão, no caso: o Caderno de Educação Ambiental Desastres Naturais; uma cartilha também sobre desastres; e um banco de dados com arquivo das catástrofes ocorridas na Baixada Santista de 1922 até 2009, a qual conta com informações como o que aconteceu, o número de vítimas, o local exato, a data e, se houver, uma notícia de jornal que explique o ocorrido.

A palestrante Norma Valêncio, coordenadora do Departamento de Sociologia da Universidade Federal de São Carlos, disse que “o desastre natural é uma crise com muitas faces, entre elas a cultural, a econômica e a política” e que “os afetados vivem abaixo da condição de liberdade”. Para ela, “mais importante do que contar os mortos é saber quem são e onde estão os vivos” e muitas vezes suas dificuldades não podem ser resolvidas só com soluções técnicas, sendo necessárias ações políticas articuladas entre diversos órgãos de Estado. Para exemplificar, ela conta o caso de uma comunidade de alojados em Pernambuco que, além das dificuldades materiais, ainda sofrem com o domínio de traficantes de drogas, numa alusão à necessidade de aproximação com órgãos que cuidam de segurança pública, entre outros.

O Coordenador de Defesa do Meio Ambiente da Procuradoria Geral do Estado – PGE, Jaques Lamac, num linguajar mais jurídico, abordou a responsabilidade pública nos desastres. “Antigamente, no absolutismo, o rei nunca errava, hoje, no Estado de Direito, o Estado passou a ter que responder pelos danos causados, exceto em caso fortuito ou de força maior”. Para ele, “se o poder público não tomou todas as cautelas necessárias, é sua obrigação a reparação”. Na seqüência, ele mostrou casos em que juízes julgaram procedentes ou não ações contra o Estado de particulares vítimas de catástrofes.

O palestrante Flavio Erthal, presidente do Departamento de Recursos Minerais – DRM no Estado do Rio de Janeiro, contou um pouco a experiência do órgão que trabalha. Segundo ele, o Serviço Geológico do Rio sempre teve uma imensa dificuldade em fazer o mapeamento geológico, por isso, nos últimos anos, o DRM recebeu diversos financiamentos com o objetivo de aumentar a capacidade para realizar esse trabalho, o que, no entanto, não teria resolvido o problema da falta de mão de obra qualificada.

O Ministério Público – MP foi representado no evento por Maximiliano Rosso. Segundo ele, o MP agora tem um novo campo de atuação, pois hoje, além de temas tradicionais, tais como assuntos criminais, a instituição também atua em setores ligados à geologia, como ambientais, urbanísticos, risco de desastres e alojamentos de desabrigados. Ele falou ainda da importância da colaboração da sociedade civil com o governo para solucionar os problemas urbanos, tema esse relacionado ao proferido na última palestra do dia, denominada “Articulação de Ações da Defesa Civil do Estado de São Paulo”, ministrada pelo Tenente Coronel José Felix Drigo.

Preservando a Geodiversidade

O segundo dia do Sigma teve como tema a preservação da geodiversidade. Durante a abertura, o Secretário do Meio Ambiente do Estado de São Paulo, Pedro Ubiratan Escorel de Azevedo, ressaltou os trabalhos da SMA na área, enfatizando a criação do monumento geológico da Pedra Grande, em Atibaia, e a aprovação pelo consema da criação do monumento da Pedra do Baú, na região de Campos do Jordão.

Na primeira palestra do dia, Antônio Theodorovics, que representou o Serviço Geológico do Brasil - empresa pública vinculada ao Ministério de Minas e Energia – defendeu a criação de um Geoparque na região do Vale do Ribeira, em São Paulo. “É uma área chave para o entendimento geológico do Sul e Sudeste”, afirma. Ele explica que para a Unesco reconhecer uma região como geoparque é preciso que o lugar tenha atrativos que vão além da geologia pura. “No Vale do Ribeira o potencial é enorme, a área está entre duas grandes cidades, São Paulo e Curitiba, o que estimula o turismo. Além disso, o local tem natureza preservada e a diversidade cultural dos quilombolas e dos ribeirinhos, o que conta positivamente”.

Na seqüência, a palavra foi passada à Ana Cristina Pasini, diretora da Cetesb. Ela destacou a importância da geologia no processo de licenciamento ambiental e destacou o Instituto como órgão que pode ser consultado. “Para licenciar questões ligadas às cavernas, por exemplo, nós já tivemos que ouvir o IG”.

Já o presidente do Conselho Nacional da Reserva da Biosfera da Mata Atlântica, Clayton Lino, aproveitou a oportunidade para tratar das cavernas brasileiras. Segundo ele, “o país tem cerca de 8.000 cavernas cadastradas e outros 2.000 registros de ocorrências, no entanto, a estimativa é que esse total represente apenas de 5% a 10% do total efetivamente existente no Brasil”. Para Lino, o potencial turístico das cavernas é grande. “Temos um patrimônio de cavernas de destaque mundial, muitas vezes mais reconhecido no exterior do que aqui”. Ele alerta, contudo, que atividades como a mineração e a hidroeletricidade muitas vezes põem em risco essa riqueza.

Na quarta palestra do dia, o pesquisador do Instituto Geológico, Rogério Rodrigues Ribeiro, ministrou “Gestão de Monumentos Geológicos no Estado de São Paulo”. Ele explicou que o objetivo é fazer o trabalho de pesquisa, de conservação e divulgação – nessa ordem – do geopatrimônio paulista. “Se a divulgação ocorrer antes de garantirmos a conservação do patrimônio corre-se riscos, como roubos e exploração econômica predatória”.

O período da tarde iniciou-se com a fala do professor Paulo Boggiani, que lembrou da importância do estudo da geologia. “Foram necessárias 250 mil mortes para que as pessoas soubessem o que é um tsunami”, afirmou ressaltando que o conhecimento prévio do fenômeno poderia ter mitigado seus efeitos. Ele ressalta que no Brasil o desconhecimento na área também é grande. “O caso do pré-sal é marcante, ninguém sabe o que é esse sal”, disse.

Outro palestrante do dia, o geógrafo Maurício Marinho, da Fundação Florestal – FF lembrou da importância do ICMS Ecológico como forma de estimular as prefeituras a conservar. Após explicitar ao público aspectos legais dos Sítios Naturais, ele disse que os “Monumentos podem ser criados em áreas particulares, porém mediante acordo ou desapropriações”.

As duas últimas palestras do dia são correlatas. Kátia Mansur, do Departamento de Recursos Minerais do Serviço Geológico do Estado do Rio de Janeiro, abordou o projeto, o qual é criadora, chamado “Caminhos Geológicos”. Já Eduardo Salamuni, diretor-presidente da Mineropar – Empresa de Serviço Geológico do Estado do Paraná – tratou do trabalho de geoturismo que desenvolve. Ambas palestras mostraram ferramentas de divulgação do geoconhecimento.

O Caminhos Geológicos é um projeto que instala e mantém painéis em pontos de destaque geológico e geomorfológico no Estado do Rio de Janeiro, como no Corcovado e no Pão de Açúcar. “Depois da instalação dos painéis aumentou o interesse nessa área do conhecimento e profissionais ligados à educação vieram nos perguntar sobre geologia”, conta. No Estado, hoje há 94 painéis e, segundo ela, “90% das pessoas pesquisadas apoiaram o trabalho”. Ele ressalta, porém, que foi necessário desenvolver placas usando materiais mais resistentes para conter o vandalismo e a maresia.

A Mineropar também trabalha com painéis geológicos. De acordo com Salamuni, “a idéia é fazer com que a apreciação dos monumentos naturais também agregue conhecimento ao visitante”. Para ele, se a sociedade sabe da importância geológica da região a tendência é aumentar seu grau de conservação. “Quem conhece, cuida”, diz Salamuni, complementando que é importante que o leitor não seja subestimado em sua compreensão do conteúdo do painel. “Não podemos fazê-los como se as pessoas fossem ingênuas, que não entendessem nada”, afirmou.
Texto: Júlio Vieira, Lukas Campagna e Gabriel Iorio Fotografia: José Jorge e Lauro Toledo


 

Fonte: Secretaria Estadual de Meio Ambiente de São Paulo
Assessoria de imprensa

 
 
 
 

 

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