Panorama
 
 
 

NEGOCIADORES DE CANCÚN PRECISAM CORRER ATRÁS DO PREJUÍZO

Panorama Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Dezembro de 2010

01 Dezembro 2010 Mudanças propostas no Código Florestal, em discussão no Congresso Nacional, colocam em cheque a capacidade do país de reduzir o desmatamento e de atingir nossas metas de redução de emissões. WWF-Brasil sugere coerência e protagonismo do Brasil.
Cancún, México – Depois de uma onda de relatórios dando conta de um déficit das ações por parte de países da Convenção Marco das Nações Unidas (CMUCC) na prevenção de catastróficas mudanças climáticas, a prioridade dos países reunidos na COP do Clima em Cancún é acertar um plano para se por em dia, segundo a Rede WWF.

"No momento, existe um gap claro entre a meta fixada de limitar o aquecimento global e os compromissos internacionais assumidos em mitigação e financiamento”, disse Gordon Shepherd, líder da Iniciativa Global do Clima da Rede WWF. “Entretanto, percebemos um ímpeto cada vez maior em vários países para atuar em favor do clima em nível nacional – como é o caso do México – que esperamos que contribua para um acordo global de clima.

"Os resultados de Cancún devem demonstrar explicitamente o reconhecimento de que há um déficit na ação internacional para o corte de emissões para níveis seguros e a proteção das pessoas e do planeta contra os impactos das mudanças climáticas. A partir daí, deve-se empregar este ímpeto nacional para apresentar um plano claro para reduzir este déficit”, disse Vanessa Pérez-Cirera, diretora do Programa de Mudanças Climáticas do WWF-México.

"Para se por em dia com a situação atual, o plano deve prever avanços em várias áreas-chave e as mais promissoras são o financiamento para a questão das mudanças climáticas, proteção das florestas, a ajuda às pessoas vulneráveis em busca de adaptação aos impactos das mudanças climáticas, e a construção de um sistema transparente para a promoção de cortes de emissões”, disse Pérez-Cirera.

O importante, para Cancún, é a construção de ferramentas que permitam a ação em campo e desenhem a arquitetura para um acordo global, sem que se precise esperar por um pacote completo de soluções que surja como um todo”, disse Shepherd.

Brasil em Cancún – Para o WWF-Brasil, o país, deve assumir posição de liderança em busca de um acordo global legalmente eficiente, junto à UNFCCC, que ofereça as bases para o desenvolvimento de baixo carbono. O Brasil, como guardião da maior biodiversidade do planeta e das maiores reservas de água doce, deve dar exemplo pelos esforços domésticos para a mitigação e adaptação às mudanças climáticas, pela transparência e por sua liderança no processo internacional dentro do UNFCCC.

“O Brasil já demonstrou, em outras oportunidades, sua capacidade de liderança. Por isso, sua atuação é crucial durante a COP 16, mirando em acordos legalmente robustos no ano que vem, na África do Sul”, avaliou Denise Hamú, secretária-geral do WWF-Brasil,
São as seguintes as propostas do WWF-Brasil para a participação do país na COP:

O Brasil deve liderar o processo de negociação rumo a um acordo robusto em REDD, com uma meta global relacionada à provisão e acesso a recursos financeiros.

O Brasil deve se comprometer com o desenvolvimento de um Plano de Ação de Baixo Carbono com uma visão de longo termo para 2050 e apresentar formalmente suas Ações Nacionais Apropriadas de Mitigação.

O Brasil deve apoiar o progresso de fontes inovadoras de recursos para financiamento público às ações de combate às mudanças climáticas.

O Brasil precisa assumir a liderança dentro do BASIC e apoiar um acordo legalmente robusto na COP 17, na África do Sul.

O Código Florestal e a COP – Além de propor maior protagonismo brasileiro em Cancún, o WWF-Brasil também sugere coerência ao país. Mudanças propostas no Código Florestal, em discussão no Congresso Nacional, colocam em cheque a capacidade do país de reduzir o desmatamento e de atingir nossas metas de redução de emissões.

“Um estudo contratado pelo Observatório do Clima demonstra que as mudanças propostas no relatório do deputado Aldo Rebelo poderiam resultar em destruição de grandes áreas de florestas e de aumento substancial das emissões brasileiras de gases de efeito estufa. O Brasil precisa ser coerente entre suas políticas e com o discurso que apresenta ao mundo nas negociações de clima.”, observou Carlos Rittl, coordenador do Programa de Mudanças Climáticas e Energia do WWF-Brasil.

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Água e adaptação às mudanças climáticas na pauta de Cancún

01 Dezembro 2010 Seca em Roraima: a água é a primeira vítima das mudanças climáticas. Eventos extremos como secas prolongadas e temporais severos tendem a se tornar mais frequentes e mais severos.
Cancún, MÉXICO – A água e sua disponibilidade constituem, de acordo com o Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC, da sigla em inglês), a principal pressão para a sociedade frente às mudanças climáticas. Daí a necessidade de melhorar a compreensão dos problemas que isto implica. Isto indica que são absolutamente críticas as reduções dos níveis de emissão de carbono, reduções que devem ser substanciais, imediatas e ambiciosas, de modo a evitar maiores impactos.

É urgente que se adote um marco de adaptação, priorizando a implementação de ações relativas à água, sobretudo para assegurar o êxito das estratégias de mitigação. As decisões da COP 16 em matéria de adaptação devem estar fundamentadas em sólidos mecanismos de financiamento e apoio técnico para assegurar sua implementação adequada em países em desenvolvimento.

“Mudar nosso modelo de desenvolvimento para uma economia de baixo carbono não será possível sem que a gestão integrada dos recursos hídricos seja sólida, sustentável e adaptável às novas condições climáticas”, comentou Vanessa Pérez-Cirera, diretora do Programa de Mudanças Climáticas do WWF-México.

A gestão dos recursos hídricos no mundo deve adequar rapidamente seus princípios e operações ao novo cenário de mudanças climáticas, melhorando a gestão e governança da água, o entendimento da variabilidade climática, controlando o impacto das ações de mitigação mas, acima de tudo, considerando a necessidade de evitar má adaptação, como, por exemplo, soluções que não incorporem os serviços dos ecossistemas ou a participação da sociedade.

Ainda que somente 1% da água doce do planeta esteja acessível ao ser humano, existem recursos hídricos suficientes para atender às demandas sociais e ambientais. O correto é assegurar a qualidade e a quantidade de água requerida, evitando interferências substanciais nos rios, lagos, áreas úmidas e aquíferos.

As maiores ameaças sobre os recursos hídricos em nível global são: a fragmentação dos rios, provocada por obras de infraestrutura, a superexploração e a contaminação. Segundo o informe Planeta Vivo 2010, da Rede WWF, dois milhões de toneladas de águas residuais são vertidas diariamente dentro de diferentes corpos d’água em todo o mundo, e as populações de espécies tropicais de água doce diminuíram em quase 70% nas últimas quatro décadas; esta foi a maior redução de espécies registrada estatisticamente, o que representa uma ameaça à segurança alimentar de muitos países em desenvolvimento, que obtêm 70 de suas necessidades de proteína a partir do pescado de água doce.

A Rede WWF conclama aos governos e instituições:

Fortalecer os marcos regulatórios sobre o uso e aproveitamento de recursos hídricos, em todos os níveis: nacional, regional e global, para estabelecer e cumprir um limite sustentável de uso e conservação de água;
Eliminar subsídios perversos e implementar incentivos adequados para evitar o desperdício de água e aumentar a eficiência de seu uso;
Estabelecer mecanismos mais robustos de transparência, contabilidade, monitoramento e avaliação participativa;
Considerar e valorizar a relação entre águas e florestas para harmonizar as políticas de fomento florestal e agropecuário com as políticas ambientais e, assim, deter o desmatamento.
Incorporar as funções e serviços ambientais na concepção, desenho e construção de obras de infraestrutura.
Adaptação no Brasil

Para o WWF-Brasil, o tema de adaptação às mudanças climáticas no país ainda é bastante incipiente. Ainda são poucas as instituições empreendendo esforços específicos na adaptação de ecossistemas aquáticos.

Existem alguns estudos que avaliaram os efeitos das mudanças do clima na vazão em algumas regiões hidrográficas brasileiras, e suas consequências aos setores de usuários. Entretanto, ainda são necessários estudos sobre governança, impactos sobre a biodiversidade aquática e serviços ambientais associados (como a garantia da qualidade da água).

"As políticas públicas de clima no Brasil têm um foco muito maior em mitigação das mudanças climáticas do que em adaptação” avalia Carlos Rittl, coordenador do Programa de Mudanças Climáticas e Energia do WWF-Brasil.

“Nos últimos anos, o Brasil e nossas bacias hidrográficas sofreram muito com eventos climáticos extremos. Apesar de o Governo Federal reconhecer a importância do tema, é necessário e urgente ao país investir muito mais em estudos que avaliem nossas vulnerabilidades, e desde já investir em estratégias e implementando as ações de adaptação”, concluiu.


 

Fonte: WWF-Brasil
Assessoria de imprensa

 
 
 
 

 

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