24/01/2011
Luana Lourenço
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A maioria dos agrotóxicos
comercializados no Brasil são classificados
como perigosos ou muito perigosos para o meio
ambiente, de acordo com relatório divulgado
hoje (24) pelo Instituto Brasileiro do Meio
Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis
(Ibama).
Os agrotóxicos são
classificados pelo Ibama em quatro níveis
de “potencial de periculosidade ambiental”.
Os da classe 1 são considerados altamente
perigosos, os da classe 2, muito perigosos,
os da classe 3, perigosos e os da classe 4,
pouco perigosos.
Em 2009, 88% dos defensivos
agrícolas comercializados no país
pertenciam às classes 1, 2 e 3: 1%
são da classe 1, 38% da classe 2, e
quase metade, 49%, da classe 3. Na avaliação
por estados, o panorama é parecido
com o nacional, com exceção
do Amazonas, onde a maioria dos agrotóxicos
comercializados foram do tipo pouco perigoso
para o meio ambiente.
Entre os riscos dos agrotóxicos
para a natureza estão interferências
nos processos de respiração
do solo e distribuição de nutrientes,
além da mortandade de espécies
de aves e peixes.
O insumo agrotóxico
mais comercializado no país em 2009
foi o herbicida glifosato, utilizado em lavouras
de 26 culturas diferentes, entre elas arroz,
café, milho, trigo e soja. Avaliado
na classe 3, de produtos perigosos, o agrotóxico
teve 90,5 mil toneladas comercializadas no
período.
Entre os dez produtos agrotóxicos
mais comercializados está o metamidofós,
banido pela Agência Nacional de Vigilância
Sanitária (Anvisa) na última
semana pelos altos riscos à saúde.
A proibição será gradual
e o produto poderá ser comercializado
até 2012.
Também estão
na lista dos mais vendidos os produtos à
base de cipermetrina, óleo mineral,
óleo vegetal, enxofre, ácido
2,4-Diclorofenoxiacético, atrazina,
acefato e carbendazim. Segundo o Ibama, o
acefato está passando por processo
de reavaliação e pode ser banido
das lavouras brasileiras.
Os dados para o levantamento
do Ibama são enviados por empresas,
seguindo determinação legal.
As informações poderão
subsidiar a fiscalização e a
concessão de autorizações
de estudos para buscar produtos menos nocivos
ao ambiente.