O ano de 2011 começou mal
para o Parque Marinho de Abrolhos. Uma decisão
judicial, tomada no apagar das luzes de 2010, voltou
a liberar a exploração de petróleo
e gás no arquipélago. As atividades,
que estavam suspensas desde o início de 2010,
foram permitidas por liminar do Tribunal Regional
Federal na última semana de dezembro.
Na prática, a decisão
abre caminho para a reabertura de poços de
petróleo já condenados e novas concessões
em uma das mais importantes regiões de proteção
de recifes de corais do Atlântico Sul. As
concessões da Agência Nacional de Petróleo
para novos poços estão proibidas desde
2003, por ordem do Ministério Público
Federal. Com a nova decisão judicial, cinco
empresas que já operam 16 concessões
na região podem voltar à ativa.
“Abrolhos ilustra perfeitamente
o termo “Geografia do Conflito”, título dado
ao nosso mais recente Atlas, que mostra a relação
entre o mar, a biodiversidade e a exploração
de petróleo no litoral brasileiro”, explica
Leandra Gonçalves, coordenadora de Campanha
do Greenpeace. “O arquipélago é uma
região de biodiversidade única. Esta
decisão da justiça, além de
um desastroso impacto ambiental, pode trazer prejuízos
para a economia local, o turismo e a pesca”, complementa
Leandra.
Entre os riscos, um vazamento
de petróleo é o mais alarmante e causaria
danos irreversíveis. Mas entram nesta conta
também o aumento do número de embarcações
e as conseqüências do aumento populacional
com a chegada de novos trabalhadores na região.