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CRESCE MATANÇA DE BOTOS NO AMAZONAS

Panorama Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Fevereiro de 2011

25/02/2011 - Moradores de comunidades em torno de Tefé, interior do Amazonas, têm exercido uma atividade que agride o meio ambiente, causando impacto decisivo no futuro de um dos animais aquáticos que fazem parte da fauna amazônica: o boto-vermelho (Inia geoffrensis).
De acordo com Nívia do Carmo, pesquisadora do Projeto Boto do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCT) e presidente da Associação Amigos do Peixe-Boi (Ampa), pesquisas de monitoramento com esses mamíferos aquáticos apontam um decréscimo na população de botos-vermelhos de 10% na última década nessa região.

Os estudos são realizados, desde 1993, na Reserva de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá (RDSM) (distante de Manaus cerca de 700km), sob a coordenação da pesquisadora do Inpa, Vera da Silva, e do membro do Conselho de Pesquisas do Ambiente Natural do Reino Unido (Nerc), Anthony Martin.

A causa dessa diminuição pode ser a captura predatória de botos-vermelhos para a pesca da piracatinga (Calophysus macropterus), espécie de peixe necrófago - que come carniça de animais mortos-, de porte médio, podendo medir 45 cm em comprimento total, muito abundante na região amazônica e consumido em larga escala pelos colombianos, também conhecida como mota ou simí, na Colômbia.

Segundo a pesquisadora, uma viagem foi realizada, em outubro e novembro de 2010, às comunidades em torno de Tefé por pesquisadores do Inpa. Durante a excursão, constataram que a caça dos botos é constante e tratada de forma natural por eles, embora os comunitários tenham consciência de que a pesca ou caça de animais silvestres é crime ambiental.

“O peixe é mais facilmente capturado utilizando carne de jacaré e de boto, esta última tem um odor mais apelativo a essa espécie de peixe. Geralmente utiliza-se como isca um boto-vermelho adulto, que pode pesar entre 150 e 200kg. Com uma isca desse porte é possível pescar aproximadamente uma tonelada de piracatinga”, afirmou a pesquisadora.

A Colômbia é um grande apreciador de peixes Siluriformes (peixes lisos ou de couro) da Amazônia brasileira e a pesca da piracatinga se torna uma atividade lucrativa para os ribeirinhos que habitam essas localidades.

O Comércio

A pesquisadora disse ainda que o filé de piracatinga é comercializado na Colômbia a preços bem baixos. Tem-se notícias, segundo ela, que está sendo vendido no Amazonas em frigoríficos, já em filetes, com o nome de “douradinha”. O comércio do peixe durante o período da cheia é negociado ao valor de R$ 1,50 o quilo. Durante o período da vazante, época em que é mais fácil a captura, o preço do quilo diminui para R$ 0,50.

A pesca da piracatinga não é a causa do predatorismo do boto vermelho, pois essa espécie pode ser capturada com vísceras de outros animais, por exemplo; o problema é a caça. “O custo-benefício ao usar o boto como isca é mais vantajoso para eles e o tempo de trabalho é reduzido”, disse Carmo.

Fiscalização

De acordo com Jéferson Lobato, do departamento de fiscalização do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), um estudo está sendo feito para avaliar se a captura de botos e jacarés está alterando de alguma forma o biossistema da localidade em questão.
Já o Batalhão Ambiental informou que tem conhecimento do caso e está traçando estratégias para combater a atividade.

+ Mais

Pesquisador do Inpa publica cartilha sobre cultivo e manejo do pau-rosa

23/02/2011 - O pau-rosa (Aniba rosaeodora Ducke) é uma das espécies de árvores da Amazônia mais visadas em caráter internacional pela sua utilização na indústria de cosméticos, principalmente na perfumaria fina e por isso possui uma grande demanda por parte das comunidades rurais, para usar o óleo extraído de seus galhos e folhas e produzir sabonetes, óleos perfumados, através de cooperativas. A publicação é da Editora do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCT).

A cartilha foi composta por quatro autores: Keuris Kelly Souza da Silva, mestranda em Ciências de Florestas Tropicais (CFT/Inpa), Elisabete Brocki, pró-reitora de graduação da Universidade do Estado do Amazonas (UEA) e Gil Vieira, pesquisador da Coordenação de Pesquisa em Silvicultura Tropical (CPST/Inpa). O pesquisador responsável e também autor da cartilha é Paulo de Tarso Barbosa Sampaio também do CPST/Inpa.

A idéia era produzir uma cartilha sobre o manejo do pau-rosa, segundo Sampaio, partiu da necessidade de que a árvore em questão está incluída na Convenção sobre o Comércio Internacional das Espécies da Fauna e da Flora (Cites) na categoria de plantas ameaçadas de extinção e obriga o governo brasileiro a adotar políticas para o uso e a conservação da espécie, sendo que a autoridade denominada é o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).

Quanto à produção da cartilha, de acordo com o pesquisador, foi utilizada uma linguagem acessível ao produtor para que este entenda e saiba como cultivar o pau-rosa da maneira correta, dando o passo a passo desde o plantio ao sistema de poda. O pau-rosa é economicamente viável para o plantio e produção nas comunidades rurais por ser uma alternativa sustentável.

“Utilizando o sistema de podas, não há a degradação da árvore e ela se recompõe mais rapidamente, ou seja, é um método diferente do que foi utilizado há décadas que não dava tempo suficiente do recurso se renovar. Essa é a proposta de manejo nos plantios do pau-rosa, para que ela venha a se tornar uma atividade intensa e lucrativa para os produtores”, explica Sampaio.

Com base em pesquisas realizadas nas comunidades dos municípios de Presidente Figueiredo e Silves, interior do Amazonas, notou-se grande interesse por parte dos agricultores em cultivar o pau-rosa, visto que essas são áreas em que a árvore ocorria naturalmente.

Os projetos de pesquisa visam reintroduzir a espécie nessas localidades e com a participação da comunidade, previamente selecionada, a ocorrência do pau-rosa deve se fazer presente no meio ambiente.

Sabe-se que a exploração maciça do pau-rosa por décadas, sem que houvesse plano de manejo e/ou critério de exploração, resultou na raridade das árvores nativas, que hoje se encontram em maior parte em reservas florestais no Amazonas, por isso medidas foram adotadas para que a espécie não desapareça. Dentre essas medidas, encontram-se as pesquisas e o plantio das mudas, que em um período de cinco anos permite a extração do óleo dos galhos e folhas, que tem composição diferente do óleo da madeira, mas que também é apreciada pela indústria de perfumaria.


 

Fonte: Ministério da Ciência e Tecnologia
Assessoria de imprensa

 
 
 
 

 

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