02/02/2011 - Nos meses de novembro
e dezembro foram verificados 135 km² de desmatamentos
pelo Sistema de Detecção de Desmatamento
em Tempo Real (Deter), alerta
baseado em satélites do Instituto Nacional
de Pesquisas Espaciais (Inpe/MCT) que verifica a
ocorrência de corte raso ou degradação
progressiva na Amazônia Legal.
Entre novembro e abril, que consiste
na época de chuvas na Amazônia e se
torna mais difícil a observação
por satélites devido à intensidade
de nuvens que cobrem a região, o Instituto
divulga os resultados do Deter agrupados por bimestre.
Entretanto, é importante salientar que o
sistema mantém durante todo o período
sua operação regular, com o envio
de dados a cada quinzena ao Ibama.
Em função da cobertura
de nuvens variável de um mês para outro
e, também, da resolução dos
satélites, os dados do Sistema não
representam uma avaliação fiel do
desmatamento mensal da floresta amazônica.
Por estes motivos o Inpe não recomenda a
comparação entre dados de diferentes
meses e anos.
O sistema registra tanto áreas
de corte raso, quando os satélites detectam
a completa retirada da floresta nativa, quanto áreas
classificadas como degradação progressiva,
que revelam o processo de desmatamento na região.
Em operação desde
2004, o Deter é um sistema de alerta para
suporte à fiscalização e controle
de desmatamento. Embora os dados sejam divulgados
em relatórios mensais ou bimestrais, os resultados
do Deter são enviados a cada quinzena ao
Ibama, responsável por fiscalizar as áreas
de alerta.
Como o Deter utiliza dados do
sensor Modis do satélite Terra, com resolução
espacial de 250 metros, é possível
detectar apenas polígonos de desmatamento
com área maior que 25 hectares. O Inpe reitera
que nem todos os desmatamentos maiores que 25 hectares
são identificados pelo sistema, devido à
cobertura de nuvens. Contudo, a menor resolução
dos sensores usados pelo Deter é compensada
pela capacidade de observação diária,
que torna o sistema uma ferramenta ideal para informar
rapidamente aos órgãos de fiscalização
sobre novos desmatamentos.
Os números apontados pelo
Deter são importantes indicadores para os
órgãos de controle e fiscalização.
No entanto, para computar a taxa anual do desmatamento
por corte raso na Amazônia, o Inpe utiliza
o Prodes, que trabalha com imagens de melhor resolução
espacial capazes de mostrar também os pequenos
desmatamentos.
A cada divulgação
sobre o sistema de alerta Deter, o Instituto apresenta
também um relatório de avaliação
amostral dos dados. Os relatórios, assim
como todos os dados relativos ao Sistema, são
públicos e podem ser consultados no site
do Deter.