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ENERGIA EÓLICA: HÁ LUZ NO FIM DO TÚNEL

Panorama Ambiental
São Paulo(SP) – Brasil
Fevereiro de 2011

Gerar energia próximo ao local de consumo é alternativa para evitar apagão generalizado.
Oito estados do Nordeste passaram até quatro horas sem luz na madrugada desta sexta-feira, dia 04, graças a uma falha técnica em uma subestação de transmissão de energia no interior de Pernambuco, que provocou um efeito cascata de falta de energia na região. O incidente comprova que o Brasil precisa investir em eficiência de geração e distribuição de energia.

Grandes usinas hidrelétricas, em geral distantes dos seus centros de consumo, dependem de estações intermediárias de transmissão para distribuir a energia que produzem. O caso do apagão que atingiu Bahia, Alagoas, Ceará, Sergipe, Pernambuco, Rio Grande do Norte e Paraíba mostra que a segurança no abastecimento passa por minimizar este efeito em cadeia, produzindo energia de forma descentralizada.

“Gerar energia mais perto de onde ela será consumida, o que chamamos de geração descentralizada, é a maneira mais segura de garantir que não haverá falta de eletricidade no país”, diz Ricardo Baitelo, coordenador da Campanha de Energia do Greenpeace. “Além de uma alternativa para o problema de apagões generalizados, a descentralização evita as perdas de energia que acontecem no processo de transmissão e pode garantir fornecimento a um milhão de pessoas que ainda não têm energia elétrica no Brasil”, diz.

A nova versão do relatório Revolução Energética, estudo elaborado pelo Greenpeace, em parceria com especialistas do setor e lançado no final de 2010, mostra como o Brasil pode se tornar 93% renovável nos próximos 40 anos, com investimentos em energia limpa e eficiência. Pelas projeções do relatório, 26,4% da energia que consumiremos será proveniente de solar e eólica. “O Nordeste é a região do país onde o sol e o vento podem gerar mais energia. Com todo este potencial, não faz sentido um defeito de transmissão ser capaz de cessar o abastecimento de oito estados”, conclui Baitelo.

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A revolução está na lei

Greenpeace põe no prédio do Congresso uma torre eólica para lembrar aos deputados que a Lei de Renováveis, esperando votação, garante o futuro limpo para o Brasil.

O dia no Congresso Nacional em Brasília começou movimentado. Por volta das 9h ativistas do Greenpeace entraram em ação para pedir que os deputados federais votem o Projeto de Lei de Renováveis, paralisado desde o final de 2009 na Câmara Federal.

Um grupo de dez pessoas “plantou” uma torre eólica inflável de 25 metros ao lado da cúpula da Câmara Federal, onde se lia a frase “Energia limpa. Voto no futuro”. Por duas horas os ativistas se mantiveram sentados no local. Quatro pessoas ficaram detidas na Sede da Polícia Legislativa do Senado. Dois fotógrafos da imprensa foram agredidos.

A reação intempestiva dos seguranças é um contraponto às intenções do Greenpeace: promover um desenvolvimento limpo e pacífico do país. O Projeto de Lei 630/03, de autoria do deputado Fernando Ferro (PT-PE), mais conhecido como Lei de Renováveis, é considerado a semente de uma revolução energética capaz de garantir o futuro de nosso país.

O texto espera há um ano e meio entrar na pauta de votação. “Que o projeto seja priorizado pelos parlamentares, e que eles compreendam seu potencial para incentivar um setor econômico verdadeiramente verde”, afirma Ricardo Baitelo, coordenador da campanha de energia do Greenpeace. No final da manhã, após a manifestação, ele protocolou o relatório “Revolução Energética”, estudo que mostra que um novo cenário energético baseado em fontes limpas é possível no Brasil.

A proposta cria um ambiente seguro para encorajar investimentos em geração limpa como eólica, solar, pequenas centrais elétricas (PCHs) e usinas de cogeração a biomassa. Com sua aprovação, o Congresso dará início a um ciclo virtuoso capaz de colocar o Brasil em lugar de ponta no setor de energia do século 21. A Lei de Renováveis aloca subsídios para fontes de geração limpa e assegura a elas prioridade na ligação com a rede de distribuição de energia nacional.

Ela também amplia a quantidade de energia limpa comercializada no país e abre o caminho para a geração descentralizada, prevendo inclusive que brasileiros, individualmente, possam gerar energia em suas próprias casas e jogar o excedente na rede elétrica. Quando aprovada, a lei aumentará o volume de energia limpa na nossa matriz elétrica, empurrando para baixo o custo de geração para os consumidores e colocando o Brasil na vanguarda da luta contra o aquecimento global.

Em nosso país, a queima de combustíveis fósseis para a produção de energia figura entre as principais fontes de gases de efeito estufa. O Brasil está entre os principais responsáveis pelas emissões que ameaçam o clima do planeta. O projeto do deputado Fernando Ferro tira o Brasil do rumo do passado, evitando que continuemos a ligar térmicas a óleo, por exemplo, para suprir nossas necessidades energéticas.

“O potencial de geração de energia limpa baseado em fontes como solar, eólica, biomassa e pequenas hidrelétricas é de 26 vezes a demanda nacional atual. Até 2050, mesmo multiplicando por quatro nossa geração elétrica, a participação de renováveis em nossa matriz pode ir de 88% para 93%”, diz Baitelo.

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Oportunidade perdida

Aguardado há meses, o anúncio de uma moratória do desmatamento das florestas da Indonésia deve ser feito em alguns dias pelo governo do país. Mas o que era para ser uma boa notícia não deve passar de um plano muito modesto – até demais. O Greenpeace teve acesso ao documento e, se for anunciado como o previsto, a moratória vai deixar de fora 45 milhões de hectares de florestas tropicais e de turfa que deveriam estar sob proteção. Uma área duas vezes maior que o Reino Unido.

“A proposta da moratória é totalmente inadequada. Ela permite que as indústrias de papel e óleo de dendê destruam as florestas e a biodiversidade da Indonésia”, critica Yuyun Indradi, que coordena a campanha do Greenpeace no Sudeste Asiático. “O governo tem de tomar medidas que realmente protejam as florestas e as vidas que dependem delas. Não há mais tempo a perder”, diz.

No plano que deve ser anunciado em breve pelo presidente Susilo Bambang Yudhoyono, o hábitat de orangotangos, tigres e outras espécies ameaçadas vai permanecer vulnerável. A moratória vai muito pouco além do que a legislação do país já oferece em termos de preservação.

De acordo com mapas produzidos pelo Greenpeace – com dados do próprio governo indonésio – a proteção vai abranger apenas 12 milhões de hectares a mais, e a maioria dessas áreas está em regiões de difícil acesso, que não estão atualmente ameaçadas pelas indústrias que mais têm devastado as matas do país.

A melhor notícia do mês, aliás, veio da própria indústria. Há algumas semanas, a empresa Golden Agri – braço da companhia Sinar Mars na produção de óleo de dendê no país – anunciou um plano para que sua produção deixe de significar mais devastação. O plano da Golden Agri inclui não desmatar mais florestas de turfa, áreas de alto armazenamento de carbono e com alto valor de conservação. E, para isso, uma auditora independente – a organização The Forest Trust (TFT) – vai acompanhar os passos da empresa.

O plano da Golden Agri foi recebido com controlado entusiasmo pelas organizações ambientalistas, que esperavam uma proposta ainda mais ousada por parte do governo, e um certo grau de cuidado. Daqui a alguns dias mesmo essas expectativas devem ser frustradas, com o programa oficial. “Se o governo for à frente com esse plano, a promessa de reduzir mais de 40% de suas emissões de gases-estufa vai por água abaixo”, conclui Indradi.


 

Fonte: Greenpeace-Brasil
Assessoria de imprensa

 
 
 
 

 

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