Danilo Macedo
Repórter da Agência Brasil
Brasília – A presidenta da Confederação
da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA),
senadora Kátia Abreu (DEM-TO), pediu hoje
(15) o apoio de secretários
estaduais de Agricultura e de setores políticos
nos estados para aprovação do projeto
de alteração do Código Florestal
Brasileiro, que tramita no Congresso Nacional.
De autoria do deputado Aldo Rebelo
(PCdoB-SP), o projeto deverá ser votado até
meados de março. Kátia Abreu quer
que os titulares da pasta equivalente à Casa
Civil nos estados enviem carta à Presidência
da República em defesa do texto atual. Ela
teme que o Executivo apresente uma proposta alternativa
ao projeto de alteração do Código
Florestal, como vem sendo discutido dentro do governo.
Ontem (14), ela se reuniu com
o ministro da Agricultura, Wagner Rossi, para apresentar
um estudo que mostra o crescimento das áreas
florestais em propriedades privadas. Hoje, durante
o encontro com os secretários na sede da
CNA, a senadora elogiou a atuação
da ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira.
“A Izabella é uma boa interlocutora, sem
radicalismos”.
Segundo a senadora, caso o projeto
de lei em tramitação no Congresso
não seja aprovado, a agropecuária
brasileira deve perder, nos próximos dez
anos, 20 milhões de hectares de área
produtiva. Ela acredita que há receio por
parte dos ambientalistas se o projeto atual for
votado. “Eu sinto que vamos conseguir votar e a
impressão que tenho é que os ambientalistas
estão com medo, tentando postergar a votação
”.
+ Mais
Brasil cumpre poucas metas de
preservação de seus biomas, segundo
ONG
Bruno Bocchini
Repórter da Agência Brasil
São Paulo – O Brasil cumpriu poucas metas
para a proteção de seus biomas estipuladas
na Convenção das Nações
Unidas (ONU) sobre Conservação da
Diversidade Biológica. É o que mostra
levantamento da organização não
governamental (ONG) WWF-Brasil em parceria com a
Conselho Nacional Reserva da Biosfera da Mata Atlântica.
Das 51 metas nacionais que deveriam
ser atingidas até 2010, o país cumpriu
duas na totalidade; cinco não foram executadas,
e o restante encontra-se em estágios intermediários
de cumprimento.
De acordo com o levantamento,
o país não cumpriu a meta de recuperar
no mínimo 30% dos principais estoques pesqueiros
com gestão participativa e controle de capturas.
Também não colocou em ação
planos de manejo para controlar, pelo menos, 25
das principais espécies exóticas invasoras
que mais ameaçam os ecossistemas.
O país também não
implementou projetos de proteção ao
conhecimento de todas as comunidades tradicionais
dos biomas, e nem criou políticas para que
os benefícios resultantes do uso comercial
dos recursos genéticos dos ecossistemas fossem
efetivamente repartidos de forma eqüitativa
em prol da conservação da biodiversidade.
O Brasil, segundo a WWF, cumpriu
apenas a redução média de 25%
no número de focos de calor em cada bioma,
e também elaborou uma lista amplamente acessível
das espécies brasileiras formalmente descritas
de plantas, animais vertebrados, animais invertebrados
e microorganismos.
“No campo do conhecimento, de
criação de áreas protegidas,
de monitoramento, as notícias são
boas. Em outros campos, sobre o uso sustentável
dos biomas, de se colocar o meio ambiente no centro
das decisões políticas, e de se criar
uma economia verde, as notícias são
ruins”, avaliou o superintendente de conservação
do WWF-Brasil, Cláudio Maretti. Maretti.
O estudo mostra ainda que o Brasil
cumpriu apenas em parte a meta de redução
na taxa de desmatamento de seus biomas. Não
foi alcançado o estipulado pela convenção
da ONU, de diminuição de 100% no desmatamento
no Bioma Mata Atlântica, de 75% no Bioma Amazônia
e de 50% nos demais biomas.
Com encerramento dos prazos de
2010, e com as decisões tomadas na conferência
de Nagoia (Japão), em outubro do ano passado,
ficaram definidas metas ainda mais ambiciosas para
o Brasil. O objetivo agora é aumentar para
17% as áreas protegidas até 2020,
praticamente o dobro do que o bioma abriga hoje.