22/03/2011
Carine Corrêa
As florestas do planeta cobrem 31% da área
terrestre, garantem a sobrevivência de 1,6
bilhão de pessoas e abrigam cerca de 300
milhões de habitantes. Com o objetivo
de destacar a importância destas áreas
para a manutenção da vida no globo,
a Assembleia Geral da Organização
das Nações Unidas (ONU) declarou 2011
como o Ano Internacional das Florestas.
Para marcar o acontecimento no
Brasil, a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira,
realizou nesta terça-feira (22/03), no Jardim
Botânico do Rio de Janeiro, a abertura oficial
do evento no País.
Durante o evento, houve a abertura
da exposição "A Mãe D´Água",
sobre o Cerrado. Também foi lançado
o site do Ano Internacional das Florestas (www.anodafloresta.com.br),
e os alunos da Oficina Escola de Lutheria da Amazônia
fizeram uma apresentação em que utilizaram
instrumentos produzidos por eles mesmos a partir
de madeira de árvores não ameaçadas
e de origem certificadas. O evento foi encerrado
com o show do cantor Milton Nascimento.
No decorrer de todo este ano serão
realizados eventos para sensibilizar a sociedade
sobre a importância da preservação
das florestas em prol de uma vida sustentável
no planeta. O tema do Ano Internacional é
"Proteja as florestas, elas protegem você",
e o slogan foi criado para destacar a relação
entre estes territórios e as pessoas que
deles dependem.
Em mensagem no site oficial das
Nações Unidas, o secretário-geral
da ONU, Ban Ki-moon, destacou que é preciso
"educar a comunidade global sobre o grande
valor das florestas". Ele ressaltou a importância
das áreas florestais para o meio ambiente,
para a economia e a erradicação da
pobreza.
Serviços - As florestas
fornecem produtos madeireiros e não madeireiros,
são fonte de plantas medicinais, objeto de
pesquisas e estudos e oferecem ainda serviços
de recreação e turismo. Além
disso, garantem água potável, reduzem
a poluição do ar, regulam o clima,
protegem a biodiversidade e promovem a manutenção
e fertilização do solo.
O uso sustentável destes
territórios também ajuda muitas populações
rurais a satisfazerem necessidades básicas
de subsistência, como alimentos, água,
combustíveis e remédios.
Florestas brasileiras - O Brasil
é o segundo país com a maior extensão
florestal do planeta - o primeiro é a Rússia.
Possui 516 milhões de hectares de florestas
naturais e plantadas, o que equivale a 60,7% do
território nacional, de acordo com dados
do Serviço Florestal Brasileiro (SFB).
É ainda a nação
com maior extensão de florestas tropicais
do mundo, e a conservação desta megabiodiversidade
terrestre está intrinsecamente relacionada
à conservação da cobertura
florestal nacional.
Alguns dos biomas mais ricos do
mundo também podem ser encontrados no País
(Amazônia, Caatinga, Cerrado, Pantanal, Mata
Atlântica, Pampa e Zona Costeira e Marinha),
o que reflete a riqueza das florestas brasileiras,
que detêm mais de 20% do número total
de espécies do planeta. Somente a Amazônia
responde por cerca de 26% das florestas tropicais
remanescentes do
mundo.
Utilização - A Organização
das Nações Unidas para Agricultura
e Alimentação (FAO) definiu algumas
funções prioritárias para o
uso de áreas florestais. No Brasil, a maior
parte das florestas (cerca de 190 milhões
de hectares) ainda têm uso prioritário
desconhecido ou indefinido, mas, já existem
128.244.660 de hectares ocupados por reservas de
desenvolvimento sustentável (unidades de
conservação de uso sustentável),
extrativistas e terras indígenas. Estas áreas
são consideradas como função
prioritária de serviço social por
incluir populações indígenas
e comunidades tradicionais entre as beneficiárias
do uso da floresta.
As outras áreas de florestas
estão divididas entre os seguintes usos:
85.148.800 de hectares para proteção
do solo e recursos hídricos (estimativa de
10% da área total do país em áreas
de preservação permanente); 49.991.010
de hectares para conservação da biodiversidade
em unidades de conservação federais
e estaduais, em sua maioria de proteção
integral; 32.284.110 de hectares para a produção
madeireira e não madeireira em florestas
nacionais, estaduais e florestas plantadas; e 30.798.320
de hectares de áreas de proteção
ambiental, outra categoria de unidades de conservação
de uso sustentável que permitem usos múltiplos,
como áreas urbanas.
As florestas brasileiras também
garantem 615.947 empregos formais, segundo dados
de 2009 do Ministério do Trabalho e Emprego.
A maioria destes trabalhadores, cerca de 172.1000,
ocupa cargos na indústria moveleira. O segundo
lugar no ranking de postos de trabalhos em territórios
florestais é é do setor de produção
de celulose e papel (163.182), seguido pelo ramo
de desdobramento de madeira (83.114), produção
florestal em florestas plantadas (62.877), atividades
de apoio à produção florestal
(44.419), produção de estruturas e
artefatos de madeira (43.742) e produção
florestal em florestas nativas (6.382).
+ Mais
Ministra defende fotalecimento
do Conama como órgão deliberativo
30/03/2011
A ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira,
defendeu nesta quarta-feira (30/3), o fortalecimento
do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama) como
órgão de caráter deliberativo.
Durante a 101ª reunião do conselho,
em Brasília, ela disse que o Conama hoje
é o espaço democrático que
recepciona as diferenças de opinião
e pensamento e que também representa o ideal
de luta pela consolidação da democracia
dos últimos 30 anos. "Temos de nos orgulhar
deste ambiente tão rico", destacou a
ministra.
Em sua fala para os membros do
colegiado, Izabella ressaltou a necessidade de avançar
na agenda ambiental para fazer face aos desafios
do Brasil. Segundo ela, há três desafios
nessa agenda: a questão do clima e todas
suas implicações; os resíduos
sólidos, com a erradicação
dos lixões; e a conservação
da biodiversidade.
A ministra disse ainda que para
alcançar essas metas, o MMA deve exercer
seu protagonismo dentro de um novo patamar de desenvolvimento,
ampliando sua rede de interlocução
com os segmentos da sociedade. A agenda é
fundamental e estratégica para criar a interlocução
com a sociedade.
Na reunião, Izabella falou
do orgulho de ter participado da trajetória
de Paulo Nogueira Neto, primeiro ministro do Meio
Ambiente do Brasil e um dos fundadores do movimento
que fundou o Conama. A ministra recomendou o livro
de Nogueira Neto "Uma Trajetória Ambientalista"
como uma "aula de meio ambiente", que
será lançado nesta quarta-feira, em
Brasília.
Plenária - A plenária
do Conama aprovou o texto base da resolução
que dispõe sobre as condições
e padrões de lançamentos de efluentes,
que complementa e altera a resolução
do Conama nº 357 de 2005. O texto continuará
em debate nesta quinta-feira (31/03).
Também foi alterada a resolução
Conama nº 307/2002 que trata sobre a reclassificação
dos resíduos de gesso. Foi incluído
no texto que o material pode ser reciclado.