30/03/2011 - O Conselho Estadual
de Política Energética realizou nesta
quarta-feira, 30.03, sua primeira reunião.
O encontro, serviu para debaterem sobre a Matriz
Energética do Estado de São Paulo
2005 - 2035, uma ampla e detalhada pesquisa de projeção
de cenários energéticos e sócio-econômicos.
O governador Geraldo Alckmin abriu a reunião
que aconteceu no Palácio dos Bandeirantes,
na capital. O secretário do Meio Ambiente,
Bruno Covas também participou.
O objetivo da pesquisa é
orientar as futuras ações de governo
e as políticas públicas no Estado
de São Paulo para um melhor equilíbrio
entre o ritmo do crescimento econômico, a
eficiência energética e a redução
de custos econômicos e ambientais.
Elaborado a partir da análise
de dados consolidados e de simulações
de desempenho em diversas atividades, o estudo toma
por parâmetro para a construção
de cenários futuros uma projeção
de crescimento médio do PIB do estado da
ordem de 3,5% ao ano. A partir deste índice,
torna-se viável calcular aproximadamente
as necessidades energéticas do estado em
números absolutos, bem como por setor econômico
e por fonte energética, possibilitando ao
poder público uma maior acuidade no planejamento
e nos investimentos requeridos.
Na análise global da composição
da demanda energética do estado de São
Paulo prevista pela Matriz 2035, a demanda de energia,
em termos totais, sairá de 51 milhões
tOE (2005) para 130 milhões tOE ao final
da simulação (2035). A demanda de
eletricidade crescerá em média 1,8%
ao ano, enquanto a oferta média aumentará
1,3%. Isto significa que, caso sejam mantidas as
perspectivas de crescimento em 3,5% ao ano, São
Paulo terá que importar energia elétrica,
mesmo com o aumento da oferta geral de energéticos.
Ainda segundo o estudo, o crescimento
do setor de transporte na demanda geral por energia
(de 33% em 2005, para 36% em 2035) deverá
pressionar a participação do diesel
na matriz energética (de 14,9% para 16,3%).
Por outro lado, crescerá também a
participação de fontes limpas, como
o bagaço de cana (de 18,9% para 23,5%), o
etanol (4,1% para 7%) e o gás natural (de
6,9% para 10,3%). O consumo industrial deverá
atingir quase a metade de todo o consumo de energéticos
(48%). Já o residencial deverá cair
pela metade (de 8% para 4%), reduzindo participação
da eletricidade na matriz (de 19,9% para 13,9%).
Em suma, a projeção
de cenários permite ao Governo de São
Paulo atuar institucionalmente junto ao Governo
Federal para que as demandas futuras sejam equacionadas
com mais agilidade e precisão. A exploração
de fontes alternativas e dos bens minerais, as prioridades
de investimentos, a gestão de políticas
públicas voltadas às contingências
do próprio ritmo do desenvolvimento econômico,
enfim, toda a cadeia de decisões governamentais
no setor de energia passam a contar com uma maior
previsibilidade e segurança a partir dos
subsídios que a Matriz Energética
do Estado de São Paulo 2005 - 2035 oferece.
Conselho Estadual de Política
Energética
Presidido pelo titular da Secretaria de Energia,
José Aníbal, o Conselho Estadual de
Política Energética do Estado de São
Paulo (CEPE) é composto por outros seis secretários
de Estado, além de especialistas com notório
saber em Energia e representantes setoriais da agricultura,
do comércio e da indústria. O objetivo
do grupo é contribuir com o Estado, de maneira
integrada aos demais órgãos do Governo,
na formulação de diretrizes e políticas
públicas na área de energia. A Matriz
Energética 2005-2035 é uma das ferramentas
utilizadas para subsidiar as propostas do CEPE.
Secretários de Estado
Secretário de Energia, José Aníbal
(presidente)
Secretário-chefe da Casa Civil, Sidney Beraldo
(vice-presidente)
Secretário de Meio Ambiente, Bruno Covas
Secretário de Planejamento e Desenvolvimento
Regional, Emanuel Fernandes
Secretário de Desenvolvimento Econômico,
Ciência e Tecnologia, Guilherme Afif
Secretário de Agricultura e Abastecimento,
João Sampaio
Secretário de Saneamento e Recursos Hídricos,
Edson Giriboni
Representante da Assembléia
Legislativa
Chefe de Gabinete da Assembléia Legislativa
do Estado de São Paulo, Rodrigo Del Nero
Representante de Universidade
Carlos Alberto Canesin, Faculdade de Engenharia
Ilha Solteira - Unesp
Notório saber, especialistas
em energia
José Goldemberg
José Sidnei Colombo Martini
Sérgio Valdir Bajay
David Zyjlbersztajn
Institutos e federações
Presidente do Instituto de Pesquisa Tecnológica
(IPT), João Fernando Gomes de Oliveira
Diretor da Federação das Indústrias
do Estado de São Paulo (FIESP), Carlos Antonio
Cavalcante
Representante da Federação do Comércio
do Estado de São Paulo (FECOMÉRCIO),
Sanae Murayama Saito
Presidente da Federação da Agricultura
e Pecuária do Estado de São Paulo
(FAESP), Fábio de Salles Meirelles
Texto: Lukas Campagna, com informações
da Secretaria de Energia