05/04/2011 - Iniciativas em todo
o mundo têm caminhado no
sentido de desvendar os mistérios dos oceanos.
Muito pouco se sabe sobre a população
marinha e como esse ecossistema funciona. Neste
sentido, um esforço de governos e organismos
internacionais preocupados com a questão
tem sido empreendido no levantamento das espécies
marítimas. Na próxima quinta-feira
(7) e na sexta-feira (8), acontece na sede da Unesco
em Paris, o workshop “Compreendendo a Biodiversidade
das Águas Profundas do Oceano Atlântico:
opções de conservação
e uso sustentável dos recursos dos oceanos
profundos”.
Ainda há muito do que se
conhecer. Um exemplo é o Oceano Atlântico,
um dos mais jovens de todos os grandes oceanos,
formado a partir da separação da América
do Sul da África há aproximadamente
90 milhões de anos atrás, e é
o único que se conecta com todos os oceanos.
Pesquisadores afirmam que o conhecimento a respeito
de sua diversidade é escasso.
Apesar de ainda ser insuficiente,
o Brasil tem liderado várias pesquisas tanto
do lado Norte quanto Sul do Oceano Atlântico.
O primeiro deles, é o projeto MAR-ECO que
investigou, em 2006, os padrões ecológicos
da cordilheira meso-oceânica do Atlântico
Norte. A iniciativa teve o intuito de desenvolver
um programa de amostragem da biota, desde microorganismos
até baleias.
Em 2009, uma segunda expedição,
desta vez, do MAR-ECO Atlântico Sul ocorreu
a bordo do Navio de Pesquisa Akademik Ioffe através
do esforço colaborativo do Shirshov Institute
of Oceanology (Rússia). Durante um cruzeiro
de 34 dias, um time de cientistas do Brasil, Uruguai,
Rússia e Nova Zelândia conduziram um
total de 63 amostragens pelágicas e bentônicas
até 4,7 quilômetros de profundidade
sobre áreas pré-determinadas da cadeia
meso-oceânica do Atlântico Sul e Cadeia
Walvis.
A ideia do workshop que acontece
em Paris é consolidar os principais resultados
científicos a partir dos dados coletados
durante as expedições. Além
disso, tem a proposta de preparar uma proposta de
Grupo de Trabalho no âmbito do Comitê
Científico em Pesquisa Oceânica (SCOR)
para aprimorar as atividades de rede e suporte de
amostragem contínua no Oceano Atlântico.
O worshop será presidido
por representante da Comissão Oceanográfica
Intergovernamental (COI/Unesco) e contará
com a participação dos pesquisadores
brasileiros: Luis Fernandes (Universidade Federal
do Espirito Santo), Irene Cardoso (Museu Nacional/Universidade
Federal do Rio de Janeiro) e Abilio Gomes (Universidade
Federal Fluminense).