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MINISTRA ANUNCIA PROPOSTA DO GOVERNO PARA O CÓDIGO FLORESTAL

Panorama Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Abril de 2011

27/04/2011 - Carlos Américo - Com uma população de 28 milhões de pessoas, a Caatinga é a região semiárida mais populosa do mundo. No bioma, o único exclusivamente brasileiro, o grande desafio é promover o desenvolvimento da região com a proteção do meio ambiente.

E é para chamar a atenção para a importância do bioma para o Brasil que no dia 28 de abril é comemorado o Dia Nacional da Caatinga. Audiência Pública vai discutir a situação do bioma nesta quinta-feira (28/4), no plenário 8 da Câmara dos Deputados.

O bioma Caatinga tem uma área de 850 mil km², o que equivale a 11% do território nacional.

Além de estar presente nos nove estados nordestinos, a Caatinga também é encontrada no norte do Estado de Minas Gerais. Os dados do desmatamento do Projeto de Monitoramento do Desmatamento dos Biomas Brasileiros por Satélite mostram que o bioma ainda possui 55% de vegetação remanescente (dados do período entre 2002 e 2008).

A região da Caatinga tem dependência do recurso florestal para o desenvolvimento. "É preciso combinar ações que proporcionem o desenvolvimento da região, o bem-estar social e a proteção da fauna e da flora. É importante que se avancem as alternativas sociais e econômicas de inclusão e geração de renda para aqueles que vivem, dependem de recursos da Caatinga", disse a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, na abertura da Semana Nacional da Caatinga, na segunda-feira (25/04), em Fortaleza(CE).

Na região onde está o maior número de propriedades rurais do Brasil, a participação social é fundamental para o desenvolvimento da região. "É importante que a população tenha o interesse de preservar a caatinga, e de criar mecanismos inovadores de conservação da biodiversidade que permitam, além da proteção da natureza, a geração de renda para as comunidades que vivem nessas localidades", disse.

Desde 1995, está em tramitação no Congresso Nacional a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) que transformará a Caatinga e o Cerrado em patrimônios nacionais. Para a ministra, o desafio é fazer com que a Caatinga seja reconhecida e, consequentemente, protegida. Nós estamos junto com o Governo do Estado para aprovar a emenda que coloca a Caatinga e o Cerrado como patrimônios nacionais. Este é o bioma que detém o menor status de conservação em áreas protegidas.

Na Caatinga, são 144 unidades de conservação que representam 7% da área total do bioma, mas apenas 1% das unidades é de proteção integral. Os dados são do Mapa de Unidades de Conservação e Terras Indígenas da Caatinga, produzido em parceria entre Ministério do Meio Ambiente e The Nature Conservancy.

Uso Sustentável - Um dos problemas da Caatinga é o desmatamento causado pelo uso da madeira para energia. Um terço da energia da região é à lenha. De acordo com o diretor de Combate à Desertificação do MMA, Francisco Campello, é possível atender à demanda de lenha da indústria com a realização de manejo florestal sustentável. É preciso uma área de 2,5 milhões de hectares para atender a demanda de lenha, utilizando 170 mil hectare por ano, explicou. Para realizar o manejo, a área é dividida em 15. A cada ano, é retirada a madeira de uma parte. Depois essa área é reflorestada e é usada a madeira de outra divisão.

Estudo da Rede de Manejo Florestal da Caatinga, que tem a participação da Embrapa, universidades e ONGs, mostraram que em área de manejo florestal sustentável foram registradas a mesma biodiversidade que em áreas preservadas. A sociedade precisa entender que é possível desenvolver com o manejo sustentável, explicou Campello.

O uso sustentável dos recursos naturais apresenta grandes perspectivas no semiárido brasileiro. A Caatinga dispõe de modelos já testados e com bons resultados para o manejo agrosilvopastoril, a integração do uso sustentável de produtos madeireiros e não-madeireiros e o manejo da vegetação para pecuária e agricultura. A valorização dos produtos da sociobiodiversidade e a criação de mecanismos de financiamento de atividades sustentáveis, aliados à tecnologia sustentável e aos conhecimentos tradicionais são outras possibilidades para modificar o perfil de uso da Caatinga.

A conservação da Caatinga também está intimamente associada ao combate da desertificação, processo de degradação ambiental que ocorre em áreas áridas, semi-áridas e sub-úmidas secas. No Brasil, 95% das áreas suscetíveis à desertificação estão na Caatinga. Por isso, combater o desmatamento e ampliar atividades sustentáveis são focos de ações para conter a desertificação e proteger a caatinga.

A proteção da Caatinga é trabalhada no Ministério do Meio Ambiente com as estratégias de proteção, na Secretaria de Biodiversidade e Florestas, e com as alternativas de uso sustentável, na Secretaria de Extrativismo e Desenvolvimento Rural Sustentável.

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Dia de alerta contra a devastação da Caatinga

28/04/2011 - Carine Correa - A Caatinga, que abriga 27 milhões de pessoas e abrange cerca de 11% do território nacional, está em ritmo acelerado de devastação. Números apresentados nesta quinta-feira (28/04) em audiência pública na Câmara dos Deputados revelam que 2,8 mil Km2 do bioma são transformados em lenha anualmente no segundo mais ameaçado do País. O total equivale a 40% da matriz energética da região, uma das mais sujas do Brasil.

O encontro, que fez parte do Dia Nacional da Caatinga, serviu de alerta para a necessidade de se buscar urgentemente modelos de sustentabilidade socioambiental e econômica para a região. O Ministério do Meio Ambiente anunciou que vem avançando, em convênio com os estados do Nordeste, onde está a maior área de Caatinga, no sentido de criar e implementar pelo menos 40 novas Unidades de Conservação, na tentativa de conter o avanço da desertificação.

"Os cenários de mudança climática indicam que a Caatinga vai se tornar mais árida do que já é, então os desafios para toda a população que vive nesta área serão ainda maiores. A necessidade de se definir estratégias mais sustentáveis para a ocupação e exploração econômica da região é urgente", afirmou o secretário de Biodiversidade e Florestas do MMA, Bráulio Dias.

Para o deputado Sarney Filho (PV-MA), coordenador da Frente Parlamentar Ambientalista, "nenhuma política de desenvolvimento para a Caatinga produzirá resultados duradouros se não incorporar, de forma efetiva, a preocupação com o uso sustentável dos seus recursos naturais".

Ele defendeu "o envolvimento social e econômico da região" como condição para a solução dos problemas ambientais do bioma. O parlamentar lembrou o compromisso firmado pelo Brasil na Convenção sobre Biodiversidade, em Nagoya, no Japão, afirmando que se o desmate da área continuar ocorrendo no ritmo atual, "nem em um século será possível alcançar a meta de proteger pelo menos 10% do bioma".

Parlamentares e sociedade civil, que lotaram a comissão de Meio Ambiente da Câmara dos Deputados, em Brasília, pediram mais agilidade do Congresso na aprovação da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 115/95, que transforma tanto a Caatinga como o Cerrado em patrimônios nacionais, garantindo maior proteção aos dois biomas.

Biodiversidade - A Caatinga, único bioma exclusivamente brasileiro, ocupa cerca de 850 mil Km2 nos estados de Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte, Piauí, Sergipe e o norte de Minas Gerais. De acordo com estudos da Conservação Internacional (CI) foram registradas na região, até agora, 932 espécies de plantas, 187 de abelhas, 240 de peixes, 167 de répteis e anfíbios, 510 tipos diferentes de aves e 148 de mamíferos. Como 47% da área ainda foram investigados e 80% permanecem ainda subamostrada, o número total da biodiversidade da região deve ser maior. Apesar de sua importância ambiental e social, o bioma tem sido relegado no que diz respeito a políticas públicas que garantam sua conservação e proteção.

As áreas originais remanescentes se encontram muito fragmentadas, o que dificulta a reconstituição natural do bioma. Do total de unidades de conservação (UCs) na Caatinga, apenas 1% é área de proteção integral. Dos 13 principais tipos de vegetação reconhecidos no bioma, quatro ainda não estão representados em nenhum tipo de UC.

Alternativas - Para Francisco Campello, diretor de Combate à Desertificação do MMA, o desafio da inclusão social, da sustentabilidade e do desenvolvimento ecossocioeconômico no campo é reunir biodiversidade, biomassa e biotecnologias. Ele defende também que o reflorestamento para a produção de carvão vegetal deve ser feito dentro do conceito de florestas econômicas plantadas.

"Temos que ter a ótica do uso adequado, e não do não uso, uma vez que a lenha é muito utilizada pela população do Nordeste. Trata-se do semiárido mais populoso do mundo e a lenha representa 40% da matriz energética da região, sendo consumida por moradores e pelo parque industrial", afirmou Campello.

Proteção - Bráulio Dias disse também que o MMA está trabalhando para criar um mosaico de conservação no Boqueirão da Onça, localizado no norte da Bahia, e nas dunas do Rio São Francisco.

Também está sendo negociado com os governos do Ceará e Pernambuco a criação de novas áreas nestes estados, e os bancos do Nordeste e Caixa Econômica Federal lançaram um fundo para estimular empreendimentos alternativos e sustentáveis na Caatinga. "Além das ações governamentais, também é fundamental o manejo adequado da vegetação", disse.

Outras boas notícias relacionadas à conservação no bioma são a criação do Monumento Natural do São Francisco - que conta com 27 mil hectares em uma região que abrange terras de Alagoas, Bahia e Sergipe - e a ampliação do Parque Nacional da Serra das Confusões, no Piauí. O MMA também realizou um estudo que indica 40 novas áreas em que devem ser criadas novas UCs, o que abrange cerca de 4 mil km2.

A audiência foi promovida pelo Núcleo Bioma Caatinga do Ministério do Meio Ambiente (MMA) e pela Comissão de Meio Ambiente da Câmara.

 


 

Fonte: Ministério do Meio Ambiente
Ascom

 
 
 
 

 

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