Belém (12/04/2011) – Um
tamanduá-mirim foi espancado neste domingo
(10/04) e jogado ainda vivo numa lixeira no bairro
Liberdade, na área
urbana de Marabá, no sudeste do Pará.
“É chocante presenciar tamanha violência
gratuita com a vida de um animal inocente”, afirmou
a veterinária Christina Whiteman, chefe do
Núcleo de Fauna da Gerência Executiva
do órgão na cidade, que vem tentando,
com uso de antibióticos, anti-inflamatórios,
suplementos vitamínicos e alimentação
especial, salvar a vida do pequeno mamífero
desde o final de semana.
Um telefonema anônimo avisou
o Corpo de Bombeiros dos maus-tratos. Acharam o
animal agonizando num monturo na rua Brasil, área
carente de Marabá. Levado ao Ibama, o tamanduá
recebe, desde domingo, tratamento veterinário
e, ainda hoje, corre grande risco de morrer. Segundo
Christina, não há fratura evidente,
mas o estado letárgico do animal, o sangramento
pelo nariz e as várias escoriações
pelo corpo indicam que pode haver danos internos,
principalmente, na cabeça.
O tipo de ferimento indica que
ele pode ter sido ferido por paus ou pedras. “Infelizmente,
não é o primeiro caso de ataque gratuito
contra animais aqui na região”, lamenta a
veterinária. Somente neste ano, um homem
testemunhou quando um motorista atropelou propositadamente
uma sucuri que passava lenta pela estrada e os bombeiros
salvaram outro tamanduá-mirim que estava
sendo apedrejado por crianças. No mês
passado, um tatu também foi alvo de violência
praticada por crianças. Uma moradora do bairro
Liberdade revelou que apedrejar iguanas, por exemplo,
é “diversão” frequente dos jovens
de lá.
“Estamos orientando a população
que ferir animais é considerado crime pela
lei. E reforçando que mesmo aqueles que possam
oferecer risco à população
não devem ser feridos ou mortos, como serpentes
e jacarés. Em caso de risco, os bombeiros
e órgãos ambientais devem ser chamados
para retirada do animal. Mas precisamos da conscientização
e do apoio de todos, cidadãos comuns e profissionais
da área ambiental, para tentar mudar esse
cenário de violência contra os animais.
Os valores de respeito à vida também
devem ser transmitidos às crianças
por suas famílias”, diz Christina.
Nelson Feitosa
Ascom/Ibama/PA
Foto: Christina Whiteman