30/05/2011 - 7h08
Da BBC Brasil
Brasília – O governo
da Alemanha anunciou hoje (30) acordo para o fechamento
de todas as usinas nucleares do país até
2022. O anúncio, após uma reunião
que terminou apenas na madrugada desta segunda-feira
(30), foi feito pelo ministro do Meio Ambiente,
Norbert Rottgen. A chanceler Angela Merkel criou
uma comissão de ética para analisar
a energia nuclear após o desastre ocorrido
na usina japonesa de Fukushima.
Após o grande terremoto
e o tsunami que danificaram a usina japonesa e provocaram
um dos maiores desastres nucleares da história,
a Alemanha foi palco de grandes protestos contra
a energia nuclear.
Rottgen afirmou que os sete reatores
mais antigos do país, que já estavam
parados por uma moratória determinada pelo
governo, além da Usina Nuclear Kruemmel,
não serão reativados.Mais seis reatores
devem ser desligados até 2021, e os três
mais novos devem ser desativados em 2022.
“É definitivo. O fim das
últimas três usinas nucleares será
em 2022. Não haverá cláusula
para revisão”, afirmou o ministro. Antes
da reunião que decidiu pelo fechamento das
usinas nucleares, Merkel advertiu que muitas questões
ainda têm que ser consideradas.
“Se você quer deixar algo,
também tem que provar como a mudança
vai funcionar e como podemos garantir o fornecimento
duradouro de energia sustentável”. Antes
da moratória nas usinas nucleares decretada
em março, após o acidente em Fukushima,
a Alemanha dependia da energia nuclear para 23%
de seu suprimento.
A onda de protestos contra a energia
nuclear na Alemanha fortaleceu o Partido Verde,
que no fim de março venceu as eleições
locais em Baden-Wuerttemberg, antes controlada pelo
Partido Democrata Cristão, de Merkel.
+ Mais
Emissões batem recorde
em 2010 e ameaçam meta de combate a aquecimento
30/05/2011 - 9h26
Da BBC Brasil
As emissões internacionais de gases responsáveis
pelo efeito estufa bateram um recorde histórico
no ano passado, colocando em dúvida o cumprimento
da meta de limitar o aquecimento global em menos
de 2 graus, segundo informações divulgadas
hoje (30) pela Agência Internacional de Energia
(AIE).
Segundo a agência, as emissões
de dióxido de carbono, o principal gás
do efeito estufa, cresceram 5% no ano passado em
relação ao recorde anterior, em 2008.
Em 2009, as emissões haviam caído
graças à crise financeira global,
que reduziu a atividade econômica internacional.
A agência estimou ainda
que 80% das emissões projetadas para 2020
no setor de energia já estão comprometidas,
por virem de usinas elétricas atualmente
instaladas ou em construção.
A meta de limitar o aumento global
das temperaturas médias em 2 graus foi estabelecida
durante a conferência da Organização
das Nações Unidas (ONU) sobre mudanças
climáticas realizada no ano passado em Cancún.
O limite teve como base um relatório técnico
que indicava que se a temperatura global aumentar
mais de 2 graus, as consequências podem ser
irreversíveis e devastadoras.
Segundo os cálculos da
AIE, a quantidade de dióxido de carbono emitida
no mundo atingiu 30,6 gigatoneladas no ano passado,
um aumento de 1,6 gigatoneladas em relação
ao ano anterior. A agência estimou que, para
limitar o aquecimento dentro dos limites aceitáveis,
as emissões globais não devem ultrapassar
32 gigatoneladas até 2020.
Se o crescimento das emissões
neste ano igualar o do ano passado, o limite estabelecido
será ultrapassado nove anos antes do prazo.
Segundo a AIE, os países
considerados desenvolvidos foram responsáveis
por 40% das emissões totais em 2010, mas
responderam por apenas 25% do crescimento global
das emissões.
Países em desenvolvimento,
principalmente China e Índia, registraram
um aumento muito maior de suas emissões,
acompanhando seu crescimento econômico acelerado.
Quando consideradas as emissões
per capita, porém, os países desenvolvidos
tiveram uma emissão média de 10 toneladas
por pessoa, enquanto na China foram 5,8 toneladas
per capita e, na Índia, 1,5 tonelada.