Panorama
 
 
 

CÂMARA APROVA CÓDIGO FLORESTAL

Panorama Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Maio de 2011

24/05/2011 - 21h14
Iolando Lourenço
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A Câmara dos Deputados acaba de aprovar por 410 votos a favor, 63 contrários e 1 abstenção o novo Código Florestal. Ainda devem ser votados alguns destaques que pretendem alterar o texto do relator Aldo Rebelo (PCdoB-SP). Apenas o P-SOL e o PV recomendaram voto contrário à matéria.

Aprovado o texto-base, os deputados rejeitaram, de uma só vez, os destaques apresentados pelos deputados que pretendiam alterar parte do relatório de Aldo Rebelo. Os destaques, propostos principalmente por deputados do PV, que tentavam suprimir partes do parecer, receberam do relator parecer pela rejeição.

Em seguida foi iniciado o debate da emenda proposta pelo PMDB, de autoria do deputado Paulo Piau (PMDB-MG). Destacado pelo PMDB, ou seja, para ser votada nominalmente, o dispositivo dá aos estados e ao Distrito Federal (DF), assim como a União, o poder de legislar sobre a política ambiental.

Esse ponto é considerado um dos mais polêmicos e altera o Artigo 8º do texto de Aldo Rebelo. O líder do governo na Casa, Cândido Vaccarezza (PT-SP), anunciou que, caso ele seja aprovado e não for retirado no Senado, a presidenta Dilma Rousseff irá vetá-lo.

O destaque foi defendido com veemência pelo líder do PMDB, Henrique Eduardo Alves (RN). Ele afirmou que a aprovação do destaque não significa derrotar o governo, mas será uma vitória da agricultura e da produção brasileira.

Vaccarezza rebateu dizendo que a própria presidenta Dilma teria dito que a emenda é “uma vergonha para o Brasil”. “A emenda muda a essência do texto do deputado Aldo Rebelo”, disse.

O que muda com o novo Código Florestal

O projeto de lei do novo Código Florestal (PL 1876/99), aprovado pela Câmara, altera a legislação ambiental em vigor desde 1965. Algumas das mudanças aprovadas podem ser modificadas durante a votação no Senado e, ainda, vetadas pelo governo.

1- Reserva Legal

Como era

A lei de 1.965 previa a obrigação de reserva legal em todas as propriedades rurais. A reserva legal é um percentual mínimo de vegetação nativa que deve ser mantida nas propriedades. O percentual

de preservação varia de acordo com o bioma: é de 80% na Amazônia, 35% no Cerrado e 20% nas outras regiões.

O que mudou

Os percentuais foram mantidos, mas o novo código dispensa propriedades com até quatro módulos fiscais (medida que varia de 20 a 400 hectares) de recompor a área de reserva legal desmatada. Para esses casos, não haverá obrigatoriedade de percentual mínimo de preservação, será válida para o cálculo qualquer quantidade de vegetação nativa existente até julho de 2008. Nos imóveis com mais de quatro módulos fiscais, o cálculo para reflorestamento pode descontar uma área equivalente a esse tamanho. O novo código também autoriza a recomposição em áreas fora da propriedade, desde que no mesmo bioma. Também autoriza o uso de espécies exóticas para reflorestamento dessas áreas.

2 - Plantações em áreas de preservação permanente (APP) de encostas e topos de morros

Como era

A legislação de 1.965, ao proibir plantações em encostas e topos de morro, tornou irregular diversas propriedades.

O que mudou

O novo código permite plantações de café, maçã, uva e fumo já consolidadas em encostas e topos de morros com inclinação de mais de 25 graus, que são consideradas áreas de preservação permanente (APPs), e também em locais com altitude superior a 1,8 mil metros. A medida não permite novos desmatamentos nessas áreas.

Nas áreas de preservação em beira de rios, o texto manteve as mesmas faixas de proteção estabelecidas hoje: 30 a 500 metros em torno de rios. No caso de rios com até dez metros de largura e que já tenham sido desmatados, a faixa de recomposição será de 15 metros.

3 - Desmatamentos em APPs

Como era

O Código de 1965 diz que é do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama) a prerrogativa de definir atividades em APPs, que podem ser consideradas de interesse social, utilidade pública ou de baixo impacto.

O que mudou

Pelo novo texto, estados, o Distrito Federal – por meio do Programa de Regularização Ambiental – e a União poderão decidir sobre atividades agropecuárias em APP. Uma nova lei vai regulamentar o uso do solo com base nos critérios de utilidade pública, interesse social e baixo impacto.

O novo código ainda libera plantações, pastos e atividades de ecoturismo e turismo rural em áreas de preservação permanente (APPs) até julho de 2008.

4 - Regularização Ambiental

Como era

Pelo Código Florestal de 1.965, os proprietários que não respeitaram os limites de reserva legal e de cultivos em APPs estavam ilegais e sujeitos a multas por crimes ambientais e embargo das propriedades.

O que mudou

Será criado o Cadastro Ambiental Rural (CAR), onde a reserva legal será registrada sem a necessidade do averbação (registro) em cartório.

+ Mais

Código Florestal: Gilberto Carvalho diz que Dilma vetará anistia a desmatadores

24/05/2011 - 12h19
Pedro Peduzzi
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Gilberto Carvalho, afirmou que o governo está empenhado em votar ainda hoje (24) o Código Florestal. Ele ressaltou que essa decisão não tem qualquer relação com a discussão do caso que envolve o ministro-chefe da Casa Civil, Antonio Palocci. Ele confirmou também que a presidenta Dilma Rousseff vetará qualquer tipo de norma que fale em anistia a quem desmatou. “[Se aprovado,] Isso será vetado pela presidenta Dilma”, garantiu.

“A cena é típica de uma luta política. É apenas espuma. Não precisamos de nenhuma negociação. Quem esperar isso vai quebrar a cara”, disse Gilberto Carvalho ao negar que acordos estejam sendo feitos para evitar o depoimento de Palocci no Congresso Nacional. “[O depoimento] Não interessa ao ministro Palocci porque o governo já sabe de onde vazou a história", acrescentou Carvalho após participar do Fórum Interconselhos do Plano Plurianual (PPA).

Ele rebateu as informações divulgadas sobre Palocci. “Não há nenhuma denúncia formal. Tudo está bem claro, e quem fez a denúncia também sabe que ela tem apenas o objetivo de fragilizar o governo”, afirmou o ministro.

Sobre o Código Florestal, Gilberto Carvalho reiterou que o empenho do governo vai no sentido de votá-lo ainda hoje. O bom-senso deve prevalecer, e as resistências são meramente ideológicas. Elas não podem atrapalhar uma lei que é boa para o país”, disse Carvalho.

O Fórum Interconselhos do PPA reúne pela primeira vez os 34 conselheiros setoriais que compõem o grupo. Com acesso direto ao ministério, o conselho é o meio para que qualquer entidade ou organização civil deem sugestões para os investimentos a serem feitos pelo estado entre 2012 e 2015.

“A lista de conselheiros representantes de cada setor nos estados pode ser facilmente localizada no site dos ministérios. As entidades que desejarem apresentar suas sugestões devem procurá-los”, sugere a secretária de Planejamento do Ministério do Planejamento, Lúcia Falcon.

+ Mais

Câmara aprova emenda ao Código Florestal que permite que estados possam legislar sobre meio ambiente

25/05/2011 - 0h22
Iolando Lourenço e Ivan Richard
Repórteres da Agência Brasil
Brasília - A Emenda 164, de autoria do deputado Paulo Piau (PMDB-MG), que libera plantações e pastos feitos em áreas de preservação permanente (APPs) até julho de 2008, foi aprovada pela Câmara, no começo da madrugada de hoje (25), por 273 votos favoráveis, 182 contrários e 2 abstenções. Na prática ela anistia quem desmatou, o que não é aceito pelo governo.

Além disso, a emenda transfere para estados e o Distrito Federal, em conjunto com a União, o direito de também legislar sobre meio ambiente. A 164 foi negociada com o PMDB e a oposição na semana passada em troca da emenda 183 apresentada pela oposição no último dia 11.

A Emenda 164 altera o Artigo 8º da texto do relator Aldo Rebelo (PCdoB-SP) que estabelece que a intervenção ou supressão de vegetação em APPs, e a manutenção de atividades consolidadas até 22 de julho de 2008, ocorrerá nas hipóteses de utilidade pública, de interesse social ou de baixo impacto ambiental previstas em lei, bem como nas atividades agrossilvopastoris, ecoturismo e turismo rural.

Após a votação, os deputados também aprovaram a redação final do novo Código Florestal que agora seguirá para apreciação do Senado, onde o governo tentará mudar o texto do relator, inclusive suprimindo a Emenda 164.


 

Fonte: Agência Brasil - Radiobras

 
 
 
 

 

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