Panorama
 
 
 

NOVO CÓDIGO FLORESTAL AMEAÇA BIODIVERSIDADE

Panorama Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Maio de 2011

27 Maio 2011 - No dia 22 de maio, em meio ao contexto de discussões sobre o Código Florestal na Câmara dos Deputados e no Ano Internacional das Florestas, foi celebrado o Dia Internacional da Biodiversidade.

Em Nova York, o secretário geral das Nações Unidas, Ban-Ki-Moon, aproveitou para ressaltar o valor das florestas para a humanidade. No Brasil, país com maior biodiversidade no mundo e detentor, junto com China, Canadá, Estados Unidos e Rússia, de 50% das florestas, a data é um bom momento para lembrar a importância da biodiversidade e florestas para a vida no planeta.

América Latina possui maior biodiversidade do mundo
A Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) também se manifestou sobre o valor das florestas e de sua função de conservar a diversidade biológica em comunicado.

“Os benefícios das florestas são extensos. Florestas capturam e armazenam água, estabilizam o solo, abrigam a biodiversidade e dão uma contribuição importante para a regulação climática e dos gases de efeito estufa que as estão causando.Elas geram lucros para empresas internacionais e proporcionam renda e recursos essenciais para centenas de milhões das pessoas mais pobres do mundo. Contudo, apesar de nossa crescente compreensão e apreciação do quanto nós colhemos das florestas, elas ainda estão desaparecendo em ritmo alarmante”, afirma a FAO.

O Brasil é o país que mais perde floresta anualmente e a maior ameaça às florestas e biodiversidade no país é o desmatamento.

No ano passado, o Brasil se comprometeu em conferência internacional em Nagoya, no Japão, a cumprir as metas de conservação de biodiversidade estabelecidas pela Convenção sobre Diversidade Biológica (CDB) das Nações Unidas para 2020.

O Ministério do Meio Ambiente brasileiro, em parceria com o WWF-Brasil, União Internacional para Conservação da Natureza (UICN) e o Instituto de Pesquisas Ecológicas (IPÊ), já começaram a se mover para cumprir tais metas e vêm mobilizando a sociedade civil para a elaboração de um plano brasileiro de implementação das metas da CDB no país.

Porém, o cumprimento dos compromissos internacionais assumidos e a manutenção e conservação das nossas florestas e recursos naturais estão em jogo com as alterações propostas, e aprovadas pela Câmara dos Deputados, no Código Florestal do país no último dia 24 de maio.

“O Brasil vem assumindo uma postura de liderança na conservação ambiental e se comprometeu internacionalmente a cumprir metas de conservação da biodiversidade para a próxima década. O novo código florestal, em fase de análise, representa um retrocesso no caminho que o país está traçando e ameaça seriamente a nossa diversidade biológica”, afirmou o superintendente de conservação do WWF-Brasil, Carlos Alberto de Mattos Scaramuzza.

O texto aprovado na Câmara dos Deputados e que está em análise no Senado, dá poder aos mais de 5,5 mil municípios para autorizarem o corte de florestas e abre brechas para desmatamento em qualquer local voltado à “produção de alimentos”.

Outras ameaças às riquezas naturais de todo o Brasil, não só da Amazônia, também são contempladas no documento. Entre elas, consolida desmatamentos ilegais feitos até julho de 2008, reduz a faixa protetora de vegetação na margem de rios e córregos, libera topos de morros e montanhas, serras e bordas de chapadas à criação de gado, permite corte de árvores ameaçadas de extinção, como a araucária, e reduz a função socioambiental das propriedades diminuindo a necessidade de manter vegetação nativa.

Se, por um lado estudos comprovam que é possível aumentar a produtividade de alimentos com a quantidade de terra já disponível para a agricultura atualmente, por outro, com as alterações no Código Florestal aprovadas na Câmara dos Deputados, as florestas, a biodiversidade e os serviços que elas nos prestam estarão correndo risco maior. E a humanidade é quem pagará por isso.

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Organizações pedem mudança de relator

12 Maio 2011 - Organizações da sociedade civil divulgaram nesta quinta-feira (12/05) uma carta aberta aos líderes de partidos e do governo na Câmara dos Deputados. O documento critica o substitutivo que tenta modificar o Código Florestal, apresentado na quarta-feira (11/05), reitera apoio à ex-senadora Marina Silva (PV-AC), que sofreu ofensas por parte do deputado Aldo Rebelo (PCdoB-SP) e pede que o parlamentar seja destituído da relatoria da matéria, por agir, desde o início do processo, de forma parcial, defendendo incondicionalmente os interesses do agronegócio e dos latifúndio.

Confira a íntegra da carta:

Manifesto sobre a discussão do Código Florestal

A sessão da Câmara dos Deputados de ontem (11/05) à noite foi reveladora de como a discussão do Código Florestal foi conduzida pelo deputado Aldo Rebelo (PCdoB-SP). Ao invés de exercer seu papel de relator, buscando soluções e consensos, o parlamentar optou pelo lado ruralista, como ficou claro ao apresentar por escrito um texto diferente do acordado com o governo para a votação.

O tão esperado relatório “acordado” com o governo só chegou a Câmara em torno das 22h, após a discussão em plenário ter acontecido sem um texto referência. O que parecia estar ruim conseguiu ser piorado pelo relator, que modificou mais uma vez o relatório, inserindo “pegadinhas” que alteravam o conteúdo do que foi supostamente acordado. Diante dessa manobra do relator, o líder do PT apoiou a proposta do Psol e do PV de adiar a votação, o que foi apoiado por outros líderes.

Imediatamente, milhares de pessoas enviaram mensagens pelas redes sociais sobre o fato, entre elas a ex-senadora Marina Silva, que postou o seguinte comentário: “Estou no plenário da Câmara. Aldo Rebelo apresentou um novo texto, com novas pegadinhas, minutos antes da votação. Como pode ser votado?!”.

Para surpresa geral, o relator, num rompante misto de desespero, arrogância e falta de decoro, atacou Marina Silva e sua família, lançando acusações mentirosas sobre seu marido, que o próprio parlamentar já desmentiu em entrevista à rádio CBN.

As organizações da sociedade civil manifestam publicamente sua solidariedade a Marina Silva, ao mesmo tempo em que exigem o afastamento do deputado Rebelo da relatoria do substitutivo ao Código Florestal por quebra de decoro e parcialidade no processo. A agressão feita por Aldo Rebelo Marina Silva no plenário da Câmara só demonstra o desespero do relator da matéria, que não foi capaz de cumprir os acordos feitos com o governo.

Para que a votação do Código Florestal siga os ritos democráticos e regimentais, é fundamental que seja designado novo relator, e que a discussão avance sobre um texto previamente apresentado e de conhecimento público.

Brasília, 12 de maio de 2011


 

Fonte: WWF-Brasil
Assessoria de imprensa

 
 
 
 

 

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