Belém (10/05/2011) – O
Ibama enviou nesta terça-feira (10/05) uma
solitária tigresa de bengala para se reunir
a outros da sua espécie no ZooPark,
um zoológico onde os animais vivem em semi-liberdade
e em ambientes semelhantes aos da natureza em Itatiba,
na região metropolitana de Campinas, em São
Paulo. Fazia 42 dias que a felina, apreendida sob
condições de maus-tratos em Paragominas,
no sudeste do Pará, se recuperava dos anos
de fome e descaso que enfrentou como uma das atrações
de um pequeno circo intinerante do interior do Brasil.
“Quando a retiramos de lá,
ela mal conseguia se erguer, de fraqueza”, lembra
o veterinário Christian Legatzky, da Divisão
de Fauna do Ibama no Pará. Além da
tigresa, cuja espécie está ameaçada
de extinção, um babuíno e um
avestruz foram apreendidos no mesmo circo. O proprietário
do negócio acabou multado em R$ 11,4 mil
pelos maus-tratos e por introduzir animais exóticos
no país sem autorização (o
tigre é originário da Ásia
e os outros da África). Magra e fraca, a
tigresa foi trazida para Belém onde ficou
desde a apreensão se recuperando no Museu
Emílio Goeldi. Nas primeiras semanas no novo
endereço, chegou a comer 10 kg de carne num
único dia. Acabou ganhando força,
engordando aproximadamente 25 kg, e, hoje, bem melhor
de saúde, já pesa cerca de 150 kg.
Trailer no meio da praça
Além de recinto e alimentação
adequada, um grande felino também exige cuidados
de segurança. No caso do circo, a tigresa
vivia num trailer sem qualquer segurança
que ficava estacionado até nas praças
das cidades onde o espetáculo era apresentado.
“Para se ter um tigre em cativeiro, é necessário
ter um plano de contenção. Ele é
imprescindível, pois, em caso de fuga, assegura-se
a proteção do animal e da população”,
explica o veterinário Mauro Jackson, da Divisão
de Fauna do Ibama no Pará.
O babuíno e o avestruz
também apreendidos no circo já foram
destinados, respectivamente, ao Zoológico
de Teresina, no Piauí, e a um mantenedor
de fauna de Belém.
Nelson Feitosa
Ascom/Ibama/PA