17/06/2011
Carolina Pimentel
Repórter da Agência Brasil
Brasília – Ao encerrar hoje (17) visita ao
Brasil, o secretário-geral da Organização
das Nações Unidas (ONU), Ban Ki-moon,
afirmou que coibir o desmatamento da Amazônia
é uma questão mundial e não
somente do Brasil.
O secretário disse ainda que as ações
adotadas pelo Brasil para deter a destruição
da floresta influenciam toda a estratégia
mundial para preservação florestal.
“O que o Brasil faz é uma grande diferença
para a campanha global contra o desmatamento. Não
é um assunto somente do Brasil. É
uma questão mundial”, disse à imprensa.
O secretário reuniu-se hoje com a ministra
do Meio Ambiente, Izabella Teixeira.
Durante a entrevista, Ban Ki-moon afirmou que irá
se dedicar para o sucesso da Rio+20, conferência
internacional que discutirá o desenvolvimento
sustentável e preservação ambiental,
sediada no Rio de Janeiro, no próximo ano.
O secretário espera que os líderes
mundiais tratem o tema com “seriedade”, alertando
que “podemos não ter muito mais tempo”.
Depois do giro pela América do Sul, o sul-coreano
destacou o esforço de integração
entre os países da região. Além
do Brasil, o secretário visitou a Colômbia,
Argentina e o Uruguai.
+ Mais
Iniciativa da ONU quer chamar
a atenção para populações
que dependem da floresta para viver
19/06/2011
Akemi Nitahara
Repórter do Radiojornalismo
Brasília - “Proteja a Floresta. Ela Protege
Você”. Este é o lema, no Brasil, do
Ano Internacional das Florestas. Além de
chamar a atenção da sociedade para
a questão da conservação ambiental,
a iniciativa da Organização das Nações
Unidas (ONU), que declarou 2011 como Ano Internacional
das Florestas, pretende colocar no centro do debate
as pessoas que dependem das florestas para viver.
A estimativa é que haja 1,6 bilhão
de pessoas nessa situação em todo
o mundo.
No Brasil, várias comunidades têm na
floresta sua forma de subsistência. É
o caso de quilombolas, ribeirinhos, indígenas
e extrativistas – comunidades que serão retratadas
em uma série de matérias produzidas
pelo Radiojornalismo da EBC e publicadas hoje (19)
pela Agência Brasil.
Definidas como territórios com vegetação
cerrada e árvores de grande porte, as florestas
cobrem 31% da área do planeta, servem de
abrigo para 300 milhões de pessoas e respondem
por 80% da biodiversidade de todo o mundo, de acordo
com o Programa das Nações Unidas para
o Meio Ambiente.
O diretor do Departamento de Florestas do Ministério
do Meio Ambiente, João de Deus Medeiros,
afirma que a instituição dessa data
pela ONU é fundamental para o Brasil, que
detém a segunda maior extensão de
florestas do planeta, atrás apenas da Rússia,
e a maior área de floresta tropical do mundo.
“Ter um reconhecimento internacional do ano das
florestas coloca no calendário mundial a
evidência com relação à
necessidade de termos uma política que consiga
conciliar o desenvolvimento com a conservação
das florestas.”
Medeiros considera que o Brasil deve liderar a luta
mundial pelo melhor relacionamento do homem com
os recursos naturais, assumindo o protagonismo.
O diretor-geral do Serviço Florestal Brasileiro,
Antônio Carlos Hummel, garante que o Brasil
já está virando modelo para outros
países quanto à gestão das
florestas, que cobrem 61% do território brasileiro.
Ele cita o sistema de monitoramento do desmatamento,
feito pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais
(Inpe), e o processo de concessões florestais.
“Temos também um plano anual de manejo florestal
comunitário, ou seja, mostrar que aquelas
populações tradicionais, que vivem
em florestas, aquelas populações familiares
que vivem em assentamentos rurais, podem ter uma
propriedade rural em floresta e podem explorar isso
de forma sustentável.”
Outra novidade é o Inventário Florestal
Nacional, que começou a ser feito este ano
no Brasil. Hummel explica que, com o levantamento,
será possível conhecer a extensão
e a qualidade das florestas brasileiras, além
de quantificar as pessoas que tiram o sustento de
produtos florestais.
A encarregada do Fórum sobre Florestas da
ONU, Bárbara Távora-Jainchill, lembra
que todos devem contribuir para a conservação
do meio ambiente. “Não se pode pensar apenas
nessas grandes florestas, da Amazônia, da
Bacia do Congo, do Sudeste Asiático, florestas
também são essas árvores que
estão no meio das cidades, e que fazem uma
diferença na qualidade do ar, na água.”