04/06/2011
Deogracia Pinto
Repórter do Radiojornalismo
Brasília – Seguindo a recomendação
da Organização das Nações
Unidas (ONU), que declarou 2011 como o Ano Internacional
das Florestas, o Brasil prepara uma série
de atividades para este ano. O país é
detentor da maior área de florestas tropicais
do planeta e o segundo em extensão de florestas,
perdendo só para a Rússia, onde predominam
as florestas temperadas.
De acordo com o diretor do Departamento de Florestas
do Ministério do Meio Ambiente, João
de Deus Medeiros, as atividades de divulgação,
do Brasil, referentes ao Ano Internacional de Florestas,
vão ressaltar a importância da proteção
e envolvimento do homem com as florestas.
“Quando se fala em maior área de florestas
tropicais, isso significa e faz uma diferença
grande em termos de biodiversidade, diferentemente
de quando se fala de florestas temperadas. Porque
a biodiversidade é significativamente maior
do que nas florestas temperadas”, observou Medeiros.
Para o diretor, essa característica faz com
que o Brasil assuma um papel de destaque no que
diz respeito a uma política nacional e no
sentido de chamar a atenção para a
relação do homem com a floresta. “A
ideia é realmente aproveitar o Ano Internacional
como uma forma de difundir a importância da
preservação, como algo essencial para
garantir a qualidade e o desenvolvimento das comunidades
humanas e integrar um pouco mais o homem com a floresta.”
Ele lembrou ainda da importância da relação
dos biomas florestais com o clima global. “No momento
em que o planeta inteiro sofre não só
uma crise de biodiversidade, mas, agora, de forma
até mais emblemática e séria,
esses efeitos das mudanças climáticas
e a vinculação estreita das florestas
com a regulação do clima do planeta,
essa indicação do Ano Internacional
de 2011 é importante para auxiliar neste
movimento”, afirmou.
O Programa das Nações Unidas para
o Meio Ambiente (Pnuma) instituiu como tema do Dia
Mundial do Meio Ambiente, que se comemora amanhã
(5) o slogan Florestas: a Natureza a seu Serviço.
E a Índia foi escolhida como anfitriã
das comemorações. Segundo o Pnuma,
o tema “ressalta a relação intrínseca
entre qualidade de vida e saúde dos ecossistemas
florestais e, abrange, também, o Ano Internacional
das Florestas da ONU”.
O dia 5 de junho foi recomendado como a data comemorativa
do meio ambiente pela Conferência das Nações
Unidas sobre Meio Ambiente, realizada em 1972, em
Estocolmo, na Suécia. No Brasil, foi implantada
em 1982, como parte do calendário de atividades
de conscientização ambiental, a Semana
Nacional do Meio Ambiente
No mundo, ambientalistas, cientistas, pesquisadores
e a sociedade civil fazem mobilizações,
realizam paradas, concertos, campanhas, divulgam
estudos com o objetivo de chamar a atenção
de seus governantes sobre os problemas causados
pelo aquecimento do planeta e as necessidades de
implantação de políticas públicas
com o objetivo de preservar o meio ambiente. Com
o tempo, surgiu a necessidade de ampliar as celebrações
com a criação da Semana Mundial do
Meio Ambiente.
Os cientistas destacam a importância da realização
de estudos sobre a interferência do homem
na natureza e suas influências para o planeta
Terra. Segundo o coordenador-geral das Unidades
de Pesquisa do Ministério da Ciência
e Tecnologia, Carlos Oití Berbert, a situação
do planeta tende a se agravar com o aumento da população,
que deve chegar a 11,2 bilhões de habitantes
até o final do século.
“As novas tecnologias que têm surgido rapidamente
têm ajudado a entender, primeiro, o planeta
Terra. Em segundo lugar, a entender os fenômenos
que acontecem na Terra. Há questão
de 50 anos, não era possível, por
exemplo, se prever uma erupção vulcânica.
Hoje, já conseguimos prever com segurança.
Ainda não se pode prever um terremoto, mas
a ciência está desenvolvendo uma metodologia
que, um dia, vai permitir a previsão de terremotos”,
observa.
Berbert afirma que manter um ambiente com qualidade
e saudável é dever de todos: governantes,
empresários, pesquisadores, cientistas e
cidadãos. “A ciência está ajudando
na resolução de problemas, como deslizamentos
de encostas e no planejamento territorial urbano.
Está resolvendo problemas, também,
de despoluição de águas superficiais
e vai desenvolver soluções para despoluição
eventual da água subterrânea, que vai
ser uma das principais, senão a principal,
fonte de abastecimento humano no futuro”.