01/07/2011
- Roberta Lopes
Repórter da Agência Brasil
Brasília O Brasil deverá defender,
na Conferência das Nações Unidas
sobre Desenvolvimento Sustentável (Rio+20),
que ocorre no próximo ano, o desenvolvimento
sustentável em conjunto com a erradicação
da pobreza, afirmou hoje (1º) a ministra do
Meio Ambiente, Izabella Teixeira.
A ideia é trabalharmos sobre conteúdos.
Temas que o Brasil quer formular no contexto da
erradicação da pobreza, no contexto
da economia verde e no arranjo adicional de governança
e desenvolvimento sustentável, disse a ministra
depois de deixar a reunião da Comissão
Nacional da Rio+20.
Foi a primeira vez que a comissão nacional
se reuniu. O grupo vai discutir com órgãos
do governo e com a sociedade civil os temas que
serão tratados na Rio+20, em junho de 2012.
Segundo Izabella, a comissão tem até
novembro para definir os temas que o Brasil vai
levar para a reunião das Nações
Unidas.
Criada
no início do mês passado, a comissão
é presidida pela ministra do Meio Ambiente
e o ministro das Relações Exteriores,
Antonio Patriota.
+ Mais
Rio+20 terá cúpula
paralela organizada por entidades da sociedade civil
01/07/2011 - Isabela Vieira
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - Organizações da sociedade
e movimentos ambientalistas estão se articulando
para tentar influenciar as decisões da Conferência
das Nações Unidas sobre Desenvolvimento
Sustentável (UNCSD) Rio+20, que será
realizada no Rio de Janeiro, em 2012.
A ideia é reunir entidades para instalar
a Cúpula dos Povos da Rio+20 por Justiça
Social e Ambiental, que funcionará paralelamente
à conferência. A cúpula também
acompanhará os eventos preparatórios
para a Rio+20.
Cerca de 150 entidades de 27 país querem
garantir a aprovação de propostas
para o fim de problemas ambientais que acentuam
desigualdades sociais, além de chamar atenção
para o mito da "economia verde", segundo
o representante dos povos indígenas Marcos
Terena.
"Não vamos permitir que o argumento
da 'economia verde' olhe para a Amazônia,
as florestas, a natureza, como mais uma fonte mercadológica
capaz de atender as mesmas pessoas que estão
destruindo o meio ambiente: os grandes blocos industriais,
econômicos e até estatais", disse.
Para Fátima Mello, que integra a Rede Brasileira
de Integração dos Povos, os países
têm dificuldades de assumir compromissos com
medo de prejudicar as economias, mas a Rio+20 pedirá
que comecem imediatamente um novo ciclo de economia
comprometido com as novas realidades ambientais.
"Vamos afirmar que não haverá
uma RIO+40. Nosso planeta não aguentará
isso. Vamos dizer claramente que estamos cansados
de conferências sem capacidade implementação
e compromissos que não são condizentes
com a crise do nosso planeta", disse.
Para organizar a Cúpula dos Povos, que deve
promover debates, palestras e outros eventos durante
a Rio+20, no Aterro do Flamengo, as organizações
se reúnem até amanhã (2), na
capital fluminense. Estima-se a presença
de 500 pessoas de diversas organizações.
Os ativistas avaliarão a Conferência
da ONU sobre o Meio Ambiente e o Desenvolvimento,
a Rio92 ou Eco 92, que há 20 anos discutiu
medidas para frear o aquecimento global, como o
Protocolo de Quioto. O documento propôs a
redução da emissão de gases
de efeito estufa.
A expectativa é que outros assuntos, como
os impactos sociais e ambientais das obras para
Olimpíadas e a Copa do Mundo, também
sejam debatidos. O ativista sul-africano Brian Ashley
disse que está impressionado em ver as semelhanças
nas reivindicações na África
do Sul, último país a organizar a
Copa, e no Brasil em relação ao evento
esportivo.
"De repente, apareceu dinheiro para construção
de elefantes brancos, como os estádios. Estamos
vendo isso aqui também", disse. Segundo
ele, na África do Sul o problema dos transportes
no país vem desde o Apartheid, e não
foi resolvido com os investimentos da Copa do Mundo
de 2010.
+ Mais
Ex-presidentes da República
deverão participar das discussões
da Rio+20
06/07/2011 - Renata Giraldi
Repórter da Agência Brasil
Brasília Os ex-presidentes da República
Luiz Inácio Lula da Silva, Fernando Henrique
Cardoso, Fernando Collor de Mello e José
Sarney (PMDB-AP) deverão participar de debates
que integram a Conferência Rio+20, no período
de 4 a 6 de junho de 2012, no Porto do Rio, a exemplo
do que ocorreu em março, durante a visita
do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama,
ao Brasil. A conferência será realizada
de 28 de maio a 6 de junho do ano que vem.
No almoço oferecido a Obama, no Palácio
Itamaraty em Brasília, todos os ex-presidentes
foram convidados. O ex-presidente Itamar Franco
(1992-1994), que morreu no último dia 2,
também compareceu e elogiou a iniciativa
da presidenta Dilma Rousseff de convidar seus antecessores
para o almoço. Todos se sentaram à
mesma mesa Fernando Henrique, Collor, Sarney e
Itamar. Lula não esteve presente.
De acordo com os organizadores da Rio+20, o conjunto
de medidas adotadas no Brasil nos últimos
anos para incentivar a economia verde, a preservação
ambiental e o desenvolvimento sustentável
resultam das ações de vários
governos, consolidadas na gestão Dilma Rousseff.
No que depender da presidenta, o objetivo da Rio+20
será enfatizar como alternativa mundial o
desenvolvimento da economia verde por meio de incentivos
à melhoria da qualidade de vida das populações,
erradicando a pobreza e estimulando a sustentabilidade.
Determinada a defender essa alternativa, a presidenta
passou a associar os programas de transferência
de renda adotados no Brasil e os números
positivos da economia nacional.
Uma das preocupações do governo brasileiro
é incluir essa determinação
no documento final, no qual estarão definidas
as metas de desenvolvimento sustentável para
as próximas duas décadas e que serão
adotadas por todos os participantes da Rio+20. A
ideia é aprovar um documento como o definido
pelas Nações Unidas, em 2000, quando
foram estabelecidas as Metas do Milênio.
No documento Metas do Milênio, da Organização
das Nações Unidas (ONU), os objetivos
se concentraram em oito pilares: fim da fome e da
pobreza, educação básica de
qualidade para todos, igualdade entre sexos e valorização
da mulher, redução da mortalidade
infantil, melhoria da saúde das grávidas,
combate à aids e à malária,
o respeito ao meio ambiente e incentivo ao trabalho
pelo desenvolvimento.
+ Mais
Rio+20 poderá gerar órgão
mundial destinado à preservação
do meio ambiente
06/07/2011 - Renata Giraldi
Repórter da Agência Brasil
Brasília Autoridades de países que
são alvos de críticas internacionais
por causa da forma como tratam a preservação
ambiental e o estímulo à economia
verde, deverão participar da Conferência
Rio+20, de 28 de maio a 6 de junho de 2012, na área
do Porto do Rio de Janeiro. A expectativa, segundo
os organizadores, é que a China, Índia
e os Estados Unidos enviem emissários do
primeiro escalão do governo para os debates.
As discussões da cúpula poderão
gerar a proposta de criação de um
órgão específico internacional
para a área ambiental.
O órgão, em estudo, ficará
subordinado à Organização das
Nações Unidas (ONU), como ocorre com
a Organização das Nações
Unidas para a Educação, a Ciência
e a Cultura (Unesco) e a Organização
das Nações Unidas para Agricultura
e Alimentação (FAO) que será
comandada pelo brasileiro José Graziano da
Silva.
A ideia é que a sede do novo órgão,
responsável pela área ambiental, seja
na África. Atualmente só há
uma agência da ONU para cuidar do tema, que
é o Programa das Nações Unidas
para o Meio Ambiente (Pnuma), cuja sede fica no
Quênia. Criado em 1972, o programa tem o objetivo
de fortalecer as ações mundiais de
desenvolvimento sustentável.
As autoridades brasileiras e estrangeiras, porém,
concluíram que é necessário
ampliar os esforços em nível mundial,
pois hoje não há uma definição
universal sobre economia verde nem foram estabelecidos
os instrumentos, aceitos de forma global, para o
desenvolvimento sustentável.