07/07/2011 - Vinicius Konchinski
Repórter da Agência Brasil
São Paulo – Cada brasileiro consome, em média,
aproximadamente 30 quilos de plástico reciclável
por ano, segundo a Associação Brasileira
da Indústria Química (Abiquim). Em
2010, de acordo com anuário do setor químico
da entidade, foram consumidas no país cerca
de 5,9 mil toneladas de plástico, o que representa
50% a mais do que há dez anos.
Os dados foram apresentados hoje (7) pela pesquisadora
Lucilene Betega de Paiva em um seminário
na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp).
Lucilene trabalha no Instituto de Pesquisa Tecnológica
do Estado de São Paulo (IPT) e é especialista
em plásticos.
Em sua participação no seminário,
ela falou sobre a importância da reciclagem
desse material. Segundo ela, a Política Nacional
de Resíduos Sólidos (PNRS) pode ajudar
a “transformar um passivo ambiental em uma fonte
de recursos financeiros”.
A PNRS foi o tema central do seminário na
Alesp. O evento faz parte de uma série de
debates preparatórios para a 12ª Conferência
das Cidades, promovida pela Comissão de Desenvolvimento
Urbano da Câmara dos Deputados.
A Conferência das Cidades ocorre todo ano,
no segundo semestre. Em 2011, ela está programada
para outubro e deve tratar também da PNRS.
A PNRS foi instituída por lei aprovada, sancionada
e regulamentada no ano passado. Ela estabelece regras
para a destinação do lixo produzido
no país. De acordo com a PNRS, a reciclagem
deve ser priorizada. Já o lixo não
reciclável deve ser levado a aterros sanitários.
Os lixões precisam fechados até 2015.
Dados da Associação Brasileira de
Empresas de Limpeza Pública e Resíduos
Especiais (Abrelpe), também apresentados
no seminário na Alesp, mostram que o Brasil
ainda precisa avançar para cumprir o estabelecido
pela PNRS. Segundo levantamento feito pela entidade
em 350 cidades que concentram quase metade da população
urbana brasileira, 42% do lixo do país não
receberam uma destinação adequada
no ano passado.
Ao todo, foram 23 milhões de toneladas de
lixo levadas para lixões ou aterros controlados,
que não são ambientalmente apropriados.
Para aterro sanitários, em que existem sistemas
para evitar contaminação de água
e solo, foram levadas 31 milhões de toneladas
de lixo.
O deputado federal Manoel Junior (PMDB-PB), presidente
da Comissão de Desenvolvimento Urbano, disse
que a implantação da PNRS é
um desafio para o país. As discussões
durante seminários e na Conferência
das Cidades, acrescentou, podem ajudar a adequar
a destinação do lixo no país.