26/07/2011 - De difícil
germinação na natureza, o ipê
(tabebuia) vem sofrendo degradação
através da extração irregular
de madeira e desmatamento de matas ciliares. A espécie,
nativa da Mata Atlântica, está atualmente
incluída entre as espécies ameaçadas
de extinção. Diante deste quadro,
o Centro de Tecnologias Estratégicas do Nordeste
(Cetene/MCT), por meio da Biofábrica Gov.
Miguel Arraes, desenvolveu o protocolo de micropropagação
in vitro do ipê, técnica que torna
possível a produção em larga
escala de mudas dessa espécie para projetos
de reflorestamento e recuperação de
matas nativas.
A pesquisa durou dois anos e a
expectativa é que as primeiras mudas sejam
entregues nos próximos meses. Segundo Laureen
Kido, pesquisadora do Cetene, a pesquisa foi desenvolvida
por demanda. "Nós identificamos através
do interesse de cooperativas e usinas a necessidade
de desenvolver protocolo de espécies nativas
para utilização nessas ações
de reflorestamento", afirma.
O projeto está em fase
final de aclimatização, onde as mudas
são transferidas para estufas com o objetivo
de adaptação ex vitro. De acordo com
a pesquisadora do Cetene, a iniciativa já
despertou o interesse de usineiros de Pernambuco
que, por determinação do Ibama, são
obrigados a reservar parte das terras para plantios
de reflorestamento.
+ Mais
Nova espécie de planta
é registrada no herbário do Inpa
27/07/2011 - Um dos pontos altos
das atividades que deram início as comemorações
dos 57 anos do Instituto Nacional de Pesquisas da
Amazônia (Inpa/MCT), nesta terça-feira
(26), foi o registro de uma nova planta amazônica,
a pradosia lahoziana terra-araújo. Ela foi
registrada pelo estudante de doutorado Mário
Henrique Terra Araújo do curso de pós-graduação
em Botânica do Instituto. Esse foi o registro
de número 240 mil catalogadas no herbário
do Instituto.
Araújo explica que a planta
é conhecida popularmente pelos nomes casca
doce, abiu, dentre outros. Porém, falta a
identificação científica. “A
planta foi coletada em 1973 mas faltava a identificação.Fui
em busca de exemplares vivos e encontrei nos arredores
do Escola Agrícola Federal”, disse. Ainda
de acordo com o estudante, o nome da espécie
é uma homenagem ao pesquisador José
Eduardo Lahoz, que por muitos anos trabalhou no
Inpa e colaborou para a identificação
de várias espécies de plantas.
Registros
Para o pesquisador do Inpa e curador
do herbário, Carlos Henrique Franciscon,
o número de registros é significativo.
“Com 57 anos é um número expressivo
de registros, é uma conquista, pois o herbário
do Inpa é relativamente jovem tendo em vista
que grandes herbários são centenários”,
declara.
O diretor do Instituto, Adalberto
Val, lembrou que os estudos mais avançados
em botânica começam com essa identificação.
“A biotecnologia nasce nessas descrições,
de um trabalho de pessoas extremamente dedicadas
que descobrem novas espécies como essa. Esse
número de 240 mil espécies é
emblemático”, finaliza.
O Inpa comemora 57 anos nesta
quarta-feira (27) e a programação
continua com o culto ecumênico, a partir das
9h na ilha da Tanimbuca, campus I do Inpa.