Panorama
 
 
 

CONDIÇÕES METEOROLÓGICAS DESFAVORECERAM DISPERSÃO DOS POLUENTES EM 2010

Panorama Ambiental
São Paulo (SP) – Brasil
Agosto de 2011

02/08/2011 - A atuação do fenômeno La Niña fez com que o inverno de 2010 se situasse entre os mais desfavoráveis à dispersão dos poluentes primários dos últimos dez anos, na Região Metropolitana de São Paulo - RMSP. Os longos períodos de calmaria, ausência de chuvas e com alta insolação contribuíram decisivamente para a CETESB registrar, no maior aglomerado urbano e industrializado do país, altas concentrações dos poluentes ozônio (O3) e partículas inalávei

(MP10). Estas e outras informações encontram-se detalhadas no Relatório de Qualidade do Ar no Estado de São Paulo de 2010, disponibilizado no site da CETESB. O documento também traz um estudo comparativo da qualidade do ar de São Paulo com outras regiões metropolitanas do Brasil e de outros países, que mostram que, de maneira geral, a situação da RMSP é similar à de outros grandes centros urbanos de países desenvolvidos.

No que diz respeito aos aspectos meteorológicos, a influência do fenômeno La Niña no ano passado, principalmente no inverno, na Região Metropolitana de São Paulo, fez com que fosse registrada a ocorrência de 59 dias desfavoráveis à dispersão dos poluentes, correspondente a 39% dos dias, percentual semelhante ao verificado em 2008 (que teve 60 dias desfavoráveis; em 2009, foram 37 dias).

Os dados do Relatório mostram que, na RMSP, as concentrações de dióxido de enxofre (SO2), monóxido de carbono (CO) e partículas inaláveis (MP10) são menores do que as observadas no final de década de 90 e início dos anos 2000, em função dos diversos programas de controle adotados. Mais uma vez, os veículos, leves e pesados, se constituíram na maior fonte de emissão dos poluentes atmosféricos.

O ozônio continua sendo o poluente que mais ultrapassa o Padrão de Qualidade do Ar – PQAr, sendo que na RMSP foram 61 dias acima do padrão, contra 57 em 2009. No interior e em Cubatão, o PQAr de ozônio também foi ultrapassado em diversas estações.

As partículas inaláveis, representativas das concentrações de material particulado, ou poeira, em 2010 apresentaram uma evolução das concentrações médias anuais, registrando 39 µg/m3, acima dos 34 µg/m3 verificados no ano anterior.

Em 2010, foi observada uma única ultrapassagem dos limites legais de dióxido de ntrogênio (NO2), precursor do ozônio, na realidade uma ultrapassagem do padrão horário, na estação IPEN-USP - o padrão anual não é ultrapassado há mais de uma década.

As notícias boas ficaram por conta do monóxido de carbono, cujos níveis na RMSP, mesmo com as condições meteorológicas bastante desfavoráveis, estão entre os mais baixos da década, e o dióxido de enxofre, cuja concentração média no ano passado é a mais baixa registrada no período de 10 anos.

Nas demais regiões do estado, destaca-se o aumento da concentração média de partículas inaláveis, na área industrial de Cubatão, associado às condições meteorológicas desfavoráveis. Em Santa Gertrudes, que concentra um importante pólo cerâmico, em 2010 o padrão anual e o padrão diário de MP10 foram ultrapassados.

E, assim como na RMSP, o poluente que mais viola o PQAr nas estações do interior, em regiões com vocação industrial, é mesmo o O3. Foram registradas ultrapassagens do PQAr nas estações de Americana, Jundiaí, Paulínia, Paulínia-Sul, Piracicaba, São José dos Campos e Sorocaba. Também nas regiões com as vocações definidas como “em industrialização” e “agropecuária”, o O3 foi o poluente que se destacou, apresentando ultrapassagens em Araçatuba, Bauru, Jaú, Marília, Presidente Prudente e São José do Rio Preto.

O Relatório de qualidade do ar de 2010 da CETESB traz ainda dados de outras Regiões Metropolitanas do Brasil e de outros países, referentes aos poluentes mais preocupantes na RMSP. A fim de comparação, foram utilizados números de 2009.

Os organizadores do relatório ressaltam que não se trata de um “ranking” de cidades mais poluídas, uma vez que os métodos de monitoramento e critérios de localização das estações variam de cidade para cidade, além de, por se tratar da comparação de apenas um ano (2009), as condições meteorológicas observadas nas diferentes localidades nesse período também podem influenciar na classificação apresentada.

De maneira geral, observa-se que a situação da RMSP é similar à de outros grandes centros urbanos, inclusive de países desenvolvidos.
Texto: Mário Senaga

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Especialistas explanam sobre POPs em encontro na CETESB

Especialistas ligados à área da saúde humana e meio ambiente se reuniram, de 01 a 03.08, no auditório da CETESB, para debater padrões para análise de Poluentes Orgânicos Persistentes - POPs, em amostras de ar e leite materno. No decorrer dos três dias, representantes de diversas entidades, entre elas, a Secretária Estadual do Meio Ambiente, o Ministério do Meio Ambiente, a Fundação Oswaldo Cruz, os Institutos de Oceanografia da Universidade de São Paulo - USP e da Universidade Federal de Rio Grande, explanaram sobre o tema.

O encontro contou, ainda, com a participação da especialista Jana Klánová, coordenadora do Centro Regional da Convenção de Estocolmo para países do leste europeu. Os palestrantes trouxeram diversas informações sobre o perigo que esses compostos químicos podem oferecer, bem como esclareceram o padrão de distribuição desses elementos nas suas diversas matrizes ambientais.

Os POPs, também conhecidos como os “Doze Sujos”, são substâncias orgânicas sintéticas que se mantêm inalteráveis na natureza, devido a sua grande resistência à degradação química e biológica. Por serem altamente tóxicos, fazem grande mal a saúde humana e ao meio ambiente, podendo causar diversos problemas imunológicos como infertilidade, distúrbios neurológicos, entre outras doenças. Por este motivo, em parceria com a Organização das Nações Unidas, foi elaborado um tratado internacional, a Convenção de Estocolmo, adotada em 2001 e ratificada pelo Brasil em 2004, criando uma lista com doze poluentes nocivos que devem ser banidos da produção industrial, são eles: aldrin, clordano, DDT, dieldrin, endrin, heptaclor, mirex, toxafeno, hexaclorobenzeno, PCBs – bifenila policlorada, dioxinas e furanos. Em agosto de 2010 foram incluídos noves novos POPs e, em 2011, durante a COP5, foi acrescentada mais uma substância na lista, o endosulfan.

Segundo a Diretora de Qualidade Ambiental na Indústria, do Ministério do Meio Ambiente, Sérgia de Souza Oliveira, o objetivo da Convenção é “proteger a saúde humana e o meio ambiente dos efeitos danosos dos poluentes orgânicos persistentes, bem como promover a utilização, a comercialização e o gerenciamento e o descarte, de maneira sustentável e ambientalmente correta”, observou.

Poluentes Orgânicos Persistentes podem entrar na corrente sanguínea pela alimentação. Geralmente, são carregados por animais ou vegetais expostos aos contaminantes químicos que levam consigo estas substâncias nocivas até o topo da cadeia alimentar, ocupada pelo homem. Com o passar do tempo esses elementos vão se acumulando nos organismos vivos, sendo a única forma de excreção o leite materno, rico em gordura, na qual os “Doze Sujos” são solúveis, acumulando altas concentrações.

A Fundação Oswaldo Cruz, faz um acompanhamento severo dessa matriz, através de um projeto que monitora o leite materno em diversas regiões do Brasil, coordenado por Ana Maria C. B. Braga. “Amamentar é fundamental por isso é importante manter controlada a saúde da mãe”, ponderou à especialista.

Os POPs são poluentes voláteis que se espalham por todo o meio ambiente, em vista disso, a CETESB realiza o monitoramento do ar, da água e dos solos contaminados com a intenção de mapear e detectar locais com maior índice de concentração, prevenindo a população de possíveis contágios. Além disso, a Companhia foi escolhida como um dos oito Centros Regionais da Convenção de Estocolmo, espalhados por todo mundo.

Segundo a gerente do Setor de Instrumentos de Gestão Ambiental e Sustentabilidade da CETESB e coordenadora do Centro Regional, Lady Virginia Meneses, "a padronização dessas substâncias é fundamental, pois com a sistematização de analises e metodologias, todos os órgãos ambientais e de saúde pública envolvidos com o assunto poderão desenvolver um único modelo para coleta a fim de obter resultados convincentes e comparáveis”. Além disso, a interação entre os diversos setores responsáveis é importante, pois agrega conhecimento, preenchendo lacunas sobre o tema para todas as entidades participantes.

O presidente da CETESB, Otavio Okano, ao encerrar o encontro lançou um desafio: “dada à disposição e a colaboração de todos os participantes, espero estabelecemos um primeiro convênio com um país do leste europeu, a fim de que possamos nos aprimorar nas questões em debate”.
Para mais informações sobre a Confederação de Estocolmo, consulte o site da CETESB.
Texto – João França


 

Fonte: Secretaria Estadual de Meio Ambiente de São Paulo
Assessoria de imprensa

 
 
 
 

 

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