Panorama
 
 
 

ENCONTRO INTERNACIONAL EXPÕE PREOCUPAÇÕES
DOS POVOS INDÍGENAS COM O MEIO AMBIENTE

Panorama Ambiental
São Paulo (SP) – Brasil
Agosto de 2011

19 de agosto de 2011
Terminou nesta quinta-feira (18), em Manaus/AM, a 1ª Cúpula Regional Amazônica: Saberes Ancestrais, Povos e Vida Plena em harmonia com os Bosques, reunindo povos indígenas de nove países da bacia amazônica. O evento propôs discutir, em 3 painéis principais, os temas “Clima, florestas e povos indígenas”; “Territórios, economia verde e vida plena”; e “Os processos globais e influências dos povos indígenas”. Representantes e autoridades indígenas do Brasil, Bolívia, Colômbia, Equador, Guiana, Guiana Francesa, Peru, Suriname e Venezuela prepararam-se para dois momentos importantes no cenário internacional. O primeiro acontecerá na África do Sul, onde governos do mundo todo discutirão ações para combater o aquecimento global. O segundo será a Conferência do Rio de Janeiro (Rio+20), em 2012, que marcará os 20 anos da Eco-92.

No documento final do encontro, intitulado Mandato de Manaus, a Cúpula classifica a crise ambiental como irreversível, e conclama os povos indígenas a atos políticos e culturais durante a Rio+20. No texto, as propostas afetas ao mecanismo de REDD+ (Redução de Emissões por Degradação e Desmatamento) figuram como um dos temas centrais do debate. Há, ainda, importante destaque para a necessidade de garantia de titularidade e seguridade dos territórios indígenas.

Convidado para o encerramento do encontro, o presidente da Funai, Márcio Meira, manifestou o compromisso do Estado brasileiro no desafio de proteção das terras indígenas. “O Brasil garante, por sua Constituição Federal, o direito fundamental de posse e usufruto exclusivo dos indígenas sobre as terras que tradicionalmente ocupam. Embora muitas vezes estes territórios não estejam em posse plena, pela ação de garimpeiros, madeireiros... As terras estão demarcadas e juridicamente protegidas”, esclareceu Meira. O presidente do órgão indigenista enfatizou a necessidade de constar no documento da Cúpula a preocupação com os povos indígenas isolados, citando os recentes acontecimentos no Acre, na região de fronteira com o Peru. “A Funai tem uma política de proteção diferenciada para povos isolados. Junto com a OTCA (Organização do Tratado de Cooperação Amazônica) temos trabalhado para estender essa política aos outros Estados da bacia amazônica”, concluiu, sob aplausos.

Também presente na solenidade de encerramento, a presidente do Fórum Permanente sobre as Questões Indígenas das Nações Unidas (ONU), Mirna Cunningham, lembrou do papel das mulheres indígenas na luta pela garantia dos direitos indígenas. Falou também sobre o respeito devido às crenças, estilos de vida e conhecimentos dos povos indígenas e como os valores tradicionais devem ser valorizados no enfrentamento das causas estruturais da crise ambiental. Para Mirna, o mundo precisa superar o racismo e o mercado capitalista avançando para um modelo de desenvolvimento com respeito à natureza.

A 1ª Cúpula Regional Amazônica foi convocada pela Coordenação de Organizações Indígenas da Bacia Amazônica (Coica) e Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (Coiab), e contou com o apoio da Funai e outros parceiros. O encontro aconteceu no Hotel Taj Mahal, na capital amazonense, de 15 a 18 de agosto, por ocasião do Ano Internacional das Florestas, declarado pela ONU.

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Comissão de Direitos Humanos da Câmara rejeita projetos contra terras indígenas

03 de agosto de 2011
A Comissão de Direitos Humanos e Minorias (CDHM) da Câmara dos Deputados rejeitou hoje, 3 de agosto, dois Projetos de Decreto Legislativo (PDL) que tentam tornar sem efeito a homologação das Terras Indígenas Ibirama-La Klanô, em Santa Catarina, e Apyterewa, no Pará. A maioria dos deputados da Comissão seguiu o voto dos relatores pela rejeição das propostas.

A Terra Indígena Ibirama-La Klanô, localizada entre os municípios Doutor Pedrinho, Itaiópolis, José Boiteux, Rio Negrinho e Vitor Meireles, em Santa Catarina, foi declarada de posse permanente dos grupos indígenas Xokleng, Kaingang e Guarani pela portaria nº 1.128, de 13 de agosto de 2003, do Ministério da Justiça. O relator Chico Alencar considerou que o dispositivo constitucional citado pelos autores do PDL nº 480/2008 – artigo 49, inciso V da Constituição Federal - “autoriza o controle externo apenas sobre os atos normativos, e não sobre qualquer tipo de ato administrativo”, que é o caso da portaria declaratória e de decretos de homologação.

A Terra Indígena Apyterewa, homologada por Decreto do Presidente da República em 19 de abril de 2007, é habitada pelos índios da etnia Parakanã e está localizada no Município de São Félix do Xingu, no Estado do Pará. O relator Luiz Couto utilizou o mesmo argumento de seu colega ao relatar o PDL nº 393/2007, lembrando ainda o direito dos ocupantes não índios. “De acordo com o art. 4º do Decreto nº 1.775, de 1996, deverá o órgão fundiário federal dar prioridade ao assentamento dos ocupantes não índios. A estes é assegurado o direito à indenização de suas benfeitorias”, concluiu.

A Comissão de Direitos Humanos e Minorias é responsável por analisar o mérito da proposição no que se refere ao campo temático, ou seja, sob a ótica das comunidades indígenas e do regime das terras tradicionalmente ocupadas por elas, no caso dos projetos apreciados nesta quarta-feira. Os projetos passaram anteriormente pela Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural (CAPADR), onde obteve parecer favorável.

A matéria segue agora para a Comissão de Constituição e Justiça (CCJC), que deliberará sobre sua constitucionalidade, podendo ir à votação no Plenário, caso seja considerada constitucional.

 


 

Fonte: Funai – Fundação Nacional do Índio
Assessoria de imprensa

 
 
 
 

 

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