Panorama
 
 
 

REVOGADA ORDEM DE REINTEGRAÇÃO DE POSSE
CONTRA COMUNIDADE GUARANI

Panorama Ambiental
São Paulo (SP) – Brasil
Agosto de 2011

19 de agosto de 2011
A Procuradoria Regional Federal da 3ª Região (PRF3) conseguiu a revogação da ordem liminar de reintegração de posse expedida pelo Juízo da 1.º Vara Federal em Ponta Porã (MS) contra os indígenas da Comunidade Kurusu Amba, da etnia Guarani. A decisão possibilita que os indígenas permaneçam na área de reserva legal da Fazenda Nossa Senhora Auxiliadora, localizada no município de Coronel Sapucaia. A PRF3 trabalhou com a colaboração da Procuradoria Federal no Estado de Mato Grosso do Sul (PF/MS) e da Procuradoria Federal Especializada junto à Fundação Nacional do Índio (PFE/Funai).

Os supostos proprietários da área haviam ingressado com a Ação de Reintegração de Posse contra o grupo indígena Guarani alegando que os índios passaram a ocupar parte de suas terras em novembro de 2009. Em audiência de justificação prévia, a Justiça de primeira instância deferiu liminar de reintegração de posse em favor dos fazendeiros, estabelecendo a retirada dos indígenas.

Diante do elevado risco social envolvido, a Procuradoria Federal no Estado de Mato Grosso do Sul, em colaboração com a Procuradoria Regional Federal da 3º Região, entrou com recurso de Agravo de Instrumento para reformar essa decisão. Os procuradores argumentaram que os indígenas estão ocupando apenas 10 hectares da fazenda, o que significa uma pequena parte do imóvel de 615 hectares.

A Procuradoria também argumentou que, caso não fosse suspensa e ao final revogada a ordem de reintegração, os indígenas teriam inúmeros direitos fundamentais violados, entre os quais, o direito à vida, pois acabariam à margem de rodovia próxima, local totalmente inadequado para a moradia de qualquer ser humano. Ademais, as aldeias próximas estariam superlotadas e com severos problemas sociais, o que impossibilitaria o acolhimento dos atuais 128 indígenas que compõe a comunidade.

Julgamento

Após a obtenção de sucessivas liminares, suspendendo a ordem de reintegração, a 1ª Turma do Tribunal Regional Federal da 3ª Região, por unanimidade, resolveu “revogar a ordem de reintegração, mantendo os indígenas na posse da área presentemente ocupada, impondo à Funai a responsabilidade pela manutenção do estado atual da ocupação, bem como responsável quanto aos atos da comunidade e seus membros, devendo assegurar o regular acesso e uso da propriedade”.

No voto, a relatora Sílvia Rocha pontuou os direitos fundamentais de ambos os lados: “de um lado, o direito de propriedade (art. 5º, XXII, CF) e, do outro, o direito originário dos índios sobre as terras que tradicionalmente ocupam (art. 231 da CF)”, mas fez prevalecer os direitos indígenas, diante das “condições extremamente precárias de sobrevivência a que estão expostos os índios, principalmente as crianças. Expulsos de suas terras ancestrais, vivem à beira da Rodovia MS 289 que liga Amambaí a Coronel Sapucaia, sem condições de desenvolver sua agricultura de subsistência, estando desprovidos de alimentos, água potável, assistência médica e educacional. Em outras palavras, vivem sem a mínima infra-estrutura básica, em barracas de lona junto à estrada, sujeitando-se à toda sorte de atos de violência e ao descaso do Poder Público”, argumentou.

Os demais membros da Turma acompanharam o entendimento da relatora. O desembargador federal Johonsom Di Salvo, em longo pronunciamento, destacou que os indígenas foram historicamente espoliados de suas terras e que a garantia das terras indígenas pelo Estado brasileiro não é caridade, mas direito previsto na Constituição Federal que deve ser observado pelos três Poderes. Por sua vez, a desembargadora federal Vesna Kolmar, além de ratificar as falas anteriores, relembrou que não era a primeira vez que o Tribunal revogava ordens de reintegração de posse deferidas contra indígenas, o que demonstra certa insensibilidade de alguns juízes de primeira instância em lidar com o tema. O acórdão foi publicado nesta quinta-feira,18, no Diário Eletrônico de Justiça.

A PRF3, a PF/MS e a PFE/Funai são unidades da Procuradoria-Geral Federal, órgão da Advocacia-Geral da União (AGU).

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Operação conjunta com Ibama fecha serrarias na Terra Indígena Kayapó

23 de agosto de 2011
O Ibama, em operação conjunta organizada pela Funai, fechou, pela segunda vez este ano, um pólo madeireiro irregular nas imediações da Terra Indígena (TI) Kayapó, localizada no município de Cumaru do Norte, estado do Pará. A operação foi encerrada na última sexta-feira, 19, com apreensão de 729 m³ de madeira, que daria para encher 40 caminhões. Com o apoio da Funai e do Batalhão de Polícia Ambiental de Belém, o Ibama desmontou três serrarias clandestinas e removeu todo o maquinário.

Para desmontar as serrarias e retirar a madeira apreendida, a operação Ocara II, como está sendo chamada, utilizou dois caminhões do Ibama, além de dois caminhões e quatro carretas cedidas pela Funai. No total, foram aplicados R$ 315 mil em multas e a madeira apreendida ficou depositada aos cuidados da prefeitura de Cumaru do Norte, que deverá utilizá-la em obras sociais na região.

Desde 2009 a Funai vem fazendo mapeamento das serrarias ilegais e atividades de garimpo no interior e no entorno da Terra Indígena Kaiapó. A estratégia é manter uma ação continuada nessas localidades para desestimular o desmatamento ilegal. A operação deste ano é uma continuidade de duas ações deflagradas no ano passado.

A primeira investida contra exploração de madeira na TI Kayapó ocorreu em novembro de 2010, durante a operação Ocara I, que envolveu a Funai, a Polícia Federal e o Ibama. A operação desmontou e embargou cinco serrarias em Cumaru do Norte e duas em Bannach. Em maio de 2011, no entanto, foi constatado que três delas haviam voltado a operar ilegalmente e uma nova serraria havia se instalado recentemente no entorno da área protegida. Esta última foi bloqueada e não poderá comercializar madeira até se regularizar.

Outra investida foi contra o garimpo, na mesma terra indígena. A Operação Bateia, como foi batizada, envolveu Funai, Ibama e Departamento da Polícia Federal, com apoio do Exército e da Força Nacional. A operação desmontou um garimpo de ouro, retirando 300 invasores.


 

Fonte: Funai – Fundação Nacional do Índio
Assessoria de imprensa

 
 
 
 

 

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