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CI APONTA AS TARTARUGAS MAIS AMEAÇADAS DO PLANETA

Panorama Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Setembro de 2011

Estudo mostra a situação global das populações de tartarugas marinhas, além de indicar ações de conservação e identificar áreas de desova na Índia, no Sri Lanka e em Bangladesh, que estão entre os locais de maior risco para as espécies. Também foram ident Arlington, EUA, 29 de setembro de 2011 — Especialistas em tartarugas marinhas de todo o mundo anunciaram os resultados da primeira avaliação completa da situação de todas as populações de tartarugas marinhas do planeta, em um relatório publicado esta semana na revista científica on-line PLoS ONE. O estudo, realizado com o objetivo de disponibilizar um referencial de preservação e pesquisa, avaliou a situação de populações específicas de tartarugas marinhas e identificou as 11 populações mais ameaçadas, bem como as 12 mais saudáveis.

MAPA DAS 11 POPULAÇÕES DE TARTARUGAS MARINHAS MAIS AMEAÇADAS:

As 11 populações de tartarugas marinhas mais ameaçadas são:

• Tartaruga-oliva (Lepidochelys olivacea) no oeste do Oceano Índico
Principais locais de desova: Índia e Omã

• Tartaruga cabeçuda (Caretta caretta) no nordeste do Oceano Índico
Principais locais de desova: Sri Lanka, Bangladesh e Birmânia

• Tartaruga-oliva (Lepidochelys olivacea), com comportamento de arribada (desova em massa) no nordeste do Oceano Índico Principais locais de desova: Índia

• Tartaruga-oliva (Lepidochelys olivacea) no nordeste do Oceano Índico
Principais locais de desova: Índia e Sri Lanka

• Tartaruga-de-pente (Eretmochelys imbricata) no nordeste do Oceano Índico
Principais locais de desova: Índia, Sri Lanka e Bangladesh

• Tartaruga-de-pente (Eretmochelys imbricata) no leste do Oceano Atlântico
Principais locais de desova: Congo e São Tomé e Príncipe

• Tartaruga cabeçuda (Caretta caretta) no nordeste do Oceano Atlântico
Principais locais de desova: Cabo Verde

• Tartaruga-de-pente (Eretmochelys imbricata) no leste do Oceano Pacífico
Principais locais de desova: El Salvador, Nicarágua e Equador

• Tartaruga-de-couro (Dermochelys coriacea) no leste do Oceano Pacífico
Principais locais de desova: México, Nicarágua e Costa Rica

• Tartaruga cabeçuda (Caretta caretta) no norte do Oceano Pacífico
Principais locais de desova: Japão

• Tartaruga-de-pente (Eretmochelys imbricata) no oeste do Oceano Pacífico
Principais locais de desova: Malásia, Indonésia e Filipinas

O relatório, produzido pelo Grupo de Especialistas em Tartarugas Marinhas (MTSG, na siga em inglês) da União Internacional para a Preservação da Natureza (IUCN, na sigla em inglês) e patrocinado pela Conservação Internacional (CI) e a Fundação Nacional da Vida Marinha e da Vida Selvagem (NFWF, na sigla em inglês), é o resultado da colaboração entre mais de 30 especialistas de seis continentes e 20 países, com experiências diversas em todas as áreas da biologia e da conservação das tartarugas marinhas.

Quatro das sete espécies de tartarugas marinhas têm populações que estão entre as 11 mais ameaçadas do mundo. Quase metade (cinco) dessas populações são encontradas no norte do Oceano Índico, especificamente em praias de desova e em águas que fazem parte de zonas econômicas exclusivas de países como Índia, Sri Lanka e Bangladesh. Outras áreas identificadas como os locais mais perigosos para as tartarugas marinhas foram o leste do Oceano Pacífico (dos EUA até a América do Sul) e o leste do Oceano Atlântico (na costa oeste da África).

“O relatório confirma que a Índia abriga muitas das tartarugas marinhas mais ameaçadas do mundo”, afirma o Dr. B. C. Choudhury, chefe do Departamento de Gestão de Espécies Ameaçadas do Instituto de Vida Selvagem da Índia e um dos colaboradores do estudo. “Esse relatório é um alerta para que as autoridades tomem mais providências para proteger as tartarugas marinhas da Índia e seus hábitats a fim de assegurar sua sobrevivência."

No Brasil, o estudo apontou que duas das cinco espécies de tartarugas marinhas que ocorrem no país, a tartaruga de pente (Eretmochelys imbricata) e a tartaruga de couro (Dermochelys coriacea), fazem parte das 19 populações que apresentam status de alto risco (pequenas ou em declínio) e alto grau de ameaça no mundo. “Em abril de 2011, o Brasil publicou um estudo coordenado pelo Projeto Tamar que mostra que as duas espécies foram classificadas como “Criticamente em Perigo”, coincidindo com os resultados do estudo global”. afirma a coordenadora técnica nacional do Tamar, Neca Marcovaldi, que coordenou o processo de avaliação do estado de conservação das tartarugas marinhas no Brasil, segundo critérios da IUCN.

O estudo também destacou as doze populações de tartarugas marinhas mais saudáveis do planeta, que geralmente são populações grandes com tendência a aumentar e risco de ameaça relativamente pequeno. Cinco espécies entre essas doze prósperas populações são encontradas em locais de desova e áreas de alimentação na Austrália, no México e no Brasil. Outras regiões que abrigam populações de tartarugas saudáveis incluem o sudoeste do Oceano Índico, a Micronésia e a Polinésia Francesa.

O estudo indica que a tartaruga verde no Brasil se encontra entre as 12 populações mais saudáveis do mundo Este fato se deve a que as principais áreas de desova das tartarugas verdes estão protegidas por Unidades de Conservação Federais (Reserva Biológica do Atol das Rocas e Parque Nacional Marinho de Fernando de Noronha) e uma Municipal (Trindade/ ES, que também é área militar da Marinha do Brasil). Contudo, o aumento da atividade pesqueira nos últimos anos é considerado a principal ameaça para essa espécie (indivíduos em estágio juvenil), principalmente as redes de emalhe na costa. Mais informações sobre as tartarugas no Brasil podem ser encontradas no site do Projeto Tamar www.projetotamar.org.br

MAPA DAS 12 POPULAÇÕES DE TARTARUGAS MARINHAS MAIS SAUDÁVEIS:

As 12 populações de tartarugas marinhas mais saudáveis são:

• Tartaruga cabeçuda (Caretta caretta) no noroeste do Oceano Índico
Principal local de desova: Omã

• Tartaruga-verde (Chelonia mydas) no sudeste do Oceano Índico
Principal local de desova: Austrália

• Tartaruga-de-pente (Eretmochelys imbricata) no sudeste do Oceano Índico
Principal local de desova: Austrália

• Tartaruga-de-pente (Eretmochelys imbricata) no sudoeste do Oceano Índico
Principais locais de desova: Seychelles, Territórios Ultramarinos da Grã-Bretanha e da França

• Tartaruga-de-couro (Dermochelys coriacea) no sudeste do Oceano Atlântico
Principal local de desova: Gabão

• Tartaruga-verde (Chelonia mydas) no sudoeste do Oceano Atlântico
Principal local de desova: Brasil

• Tartaruga-de-couro (Dermochelys coriacea) no sudoeste do Oceano Atlântico
Principais locais de desova: Trinidad, Guiana, Guiana Francesa e Suriname

• Tartaruga-verde (Chelonia mydas) no leste do Oceano Pacífico
Principais locais de desova: Ilhas Galápagos, Equador e México

• Tartaruga-oliva (Lepidochelys olivacea), população da arribada no leste do Oceano Pacífico
Principais locais de desova: México, Nicarágua e Costa Rica

• Tartaruga-verde (Chelonia mydas) no centro-sul do Oceano Pacífico
Principais locais de desova: Polinésia Francesa

• Tartaruga-verde (Chelonia mydas) no sudoeste do Oceano Pacífico
Principal local de desova: Austrália

• Tartaruga-de-pente (Eretmochelys imbricata) no sudoeste do Oceano Pacífico
Principal local de desova: Austrália

“Antes de realizarmos o estudo, nosso conhecimento sobre as tartarugas marinhas se restringia ao fato de que seis das sete espécies que existem no planeta encontravam-se sob ameaça de extinção”, ressalta o Dr. Bryan Wallace, diretor científico do Programa de Espécies Marinhas-Bandeira da CI e principal autor do estudo. “Mas essa informação não contribuía muito para a conservação, pois não nos ajudava a priorizar as várias populações nas diversas regiões. As tartarugas marinhas exigem conservação em escala global, mas esse novo referencial nos ajudará a direcionar esforços de conservação mais efetivos em todo o mundo”.

As sete espécies de tartarugas marinhas compreendem 58 populações biológicas definidas, chamadas "unidades regionais de gestão" (URGs). Para determinar as populações mais ameaçadas, os especialistas consideraram, para cada URG, características como tamanhoe tendências da população, vulnerabilidade da colônia, diversidade genética, bem como as ameaças de captura em áreas de pesca, consumo humano das tartarugas e seus ovos, desenvolvimento costeiro, poluição agentes causadores de doenças e mudanças climáticas.

“Estamos empolgados com os esclarecimentos proporcionados por esse novo estudo na identificação das áreas mais importantes para a conservação das tartarugas marinhas ao redor do mundo”, declara o Dr. Claude Gascon, diretor científico e vice-presidente executivo da NFWF. “O relatório é um guia destinado a cientistas, conservacionistas, formuladores de políticas e financiadores para a definição dos lugares para os quais os recursos devem ser direcionados a fim de melhorar a situação dessas populações ameaçadas”.

A avaliação também permite que os especialistas identifiquem os principais dados pendentes sobre a situação das populações e outros fatores, bem como as maiores ameaças para as tartarugas. As ameaças mais significativas para todas as populações em risco são a captura em áreas de pesca, a captura acidental de tartarugas marinhas por pescadores que procuram outras espécies e a coleta de tartarugas ou seus ovos para serem usados como alimento ou para comercializar o material do casco.

“Esse sistema de avaliação representa uma linha de base, sendo uma referência da situação atual de todas as tartarugas marinhas. A partir dele, poderemos avaliar nosso progresso na recuperação dessas populações ameaçadas”, explica Roderic Mast, vice-diretor do MTSG, vice-presidente da CI e um dos autores do estudo. “Ao longo desse processo, aprendemos muito sobre as práticas de conservação de tartarugas marinhas – quais estão e quais não estão funcionando - e estamos ansiosos para transformar esse conhecimento em estratégias sólidas de conservação das populações e de seus hábitats”.

A Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas da IUCN™

Ou simplesmente Lista Vermelha da IUCN é a fonte de informações mais abrangente do mundo sobre a situação de conservação global de espécies de plantas, fungos e animais. Ela baseia-se em um sistema objetivo usado para avaliar o risco de extinção de determinada espécie caso nenhuma ação de conservação seja tomada.

São atribuídas às espécies uma entre oito categorias de ameaça com base em critérios relacionados à tendência de população, tamanho e estrutura da população e faixa geográfica. As espécies classificadas como "Criticamente em perigo", "Em perigo" ou "Vulnerável" são descritas em conjunto como "Ameaçadas".

A Lista Vermelha da IUCN não é apenas um registro dos nomes e das categorias de ameaça correspondentes. Trata-se de um amplo compêndio de informações sobre as ameaças às espécies, suas exigências ecológicas, seu habitat e informações sobre ações de conservação que podem ser empreendidas para reduzir ou prevenir a extinção.

A Lista Vermelha da IUCN é um esforço conjunto da IUCN e de sua Comissão de Sobrevivência das Espécies aliadas aos parceiros da Lista Vermelha: BirdLife International, Botanic Gardens Conservation International, Conservação Internacional, NatureServe, Royal Botanic Gardens, Kew, Universidade Sapienza de Roma, Texas A&M University, Wildscreen e Sociedade Zoológica de Londres.

Sobre a IUCN

A IUCN (International Union for Conservation of Nature, União Internacional para a Preservação da Natureza) ajuda o mundo a encontrar soluções pragmáticas para os desafios mais urgentes nas questões de meio ambiente e desenvolvimento, patrocinando pesquisas científicas, conduzindo projetos em campo em todo o mundo e integrando governos, ONGs, a ONU, convenções internacionais e empresas para desenvolver políticas, leis e práticas recomendadas.

Com o posto de maior e mais antiga rede ambiental global do mundo, a IUCN é uma união de associações democráticas que tem como membros mais de 1.000 ONGs e organizações governamentais, bem como 11.000 cientistas e especialistas voluntários em cerca de 160 países. O trabalho da IUCN é realizado por uma equipe com mais de 1.000 profissionais em 60 escritórios e centenas de parceiros dos setores público, privado e ONGs ao redor do mundo. A sede da IUCN encontra-se em Gland, próximo a Genebra, na Suíça.


 

Fonte: Conservação Internacional Brasil
Assessoria de imprensa

 
 
 
 

 

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