27/09/2011 - Meio Ambiente - Luana
Lourenço*
Repórter da Agência Brasil
Belém - A flexibilização
do Código Florestal e a manutenção
de investimentos em grandes projetos de infraestrutura
na Amazônia podem colocar o governo brasileiro
em uma “saia justa” durante a Conferência
da Organização das Nações
Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável,
a Rio+20, que o país vai sediar em junho
de 2012. A avaliação é do coordenador
do Grupo de Trabalho Amazônico, que representa
602 organizações da região,
Rubens Gomes.
Durante o seminário regional sobre economia
verde na Amazônia, Amazônia rumo à
Rio+20, que discute as prioridades da região
para a conferência, Gomes apontou que a redução
da proteção das florestas e a construção
de grandes empreendimentos à revelia de populações
tradicionais, como a Usina Hidrelétrica de
Belo Monte, podem comprometer a legitimidade da
proposta que o governo brasileiro está preparando
para contribuir com o texto-base da conferência.
“Na Rio+20 vamos discutir uma nova economia, um
novo modelo de desenvolvimento, mas com que base?
É uma análise que tem que se fazer
com seriedade. O Brasil precisa continuar tendo
um papel de liderança do crescimento sustentável,
de redução do desmatamento, de combate
à pobreza. Mas para cumprir acordos internacionais,
para que consiga manter compromissos, tem que ter
posições firmes com relação
a mudanças no Código Florestal e em
relação a essas grandes obras impactantes”,
disse.
Segundo Gomes, mesmo que o objetivo da Rio+20 não
seja definir protocolos vinculantes, os governos
serão cobrados a cumprir acordos e assumir
medidas que, de fato, levem à transição
para uma economia verde, ponto-chave da conferência.
“A Rio+20 não será a revisão
da Eco 92, mas não tem como apagar os compromissos
firmados, a sociedade vai cobrar”, declarou Gomes,
em referência a inciativas como a Agenda 21,
um plano de ação criado na conferência
de 1992 a fim de orientar os países para
o desenvolvimento sustentável.
Além do GTA, outras organizações
da sociedade civil, representantes de governos,
movimentos sociais, empresários povos tradicionais
participam do seminário, que discute uma
agenda de prioridades da Amazônia para a Rio+20.
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Índios Yanomani e Yekuana
pedem socorro à Câmara Deputados para
barrar garimpo ilegal em Roraima
28/09/2011 - Meio Ambiente - Ivan
Richard
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Lideranças indígenas
de Roraima pediram apoio à Comissão
da Amazônia da Câmara dos Deputados
para tentar conter o garimpo ilegal nas terras Yanomani
e Yekuana do estado. Segundo a deputada Janete Capiberibe
(PSB-AP), membro da comissão, a extração
de ouro nas terras ocorre desde o ano passado e
tem provocando a escassez de alimentos e contaminação
dos rios. Ela quer que a Polícia Federal
investigue o caso.
De acordo com a parlamentar, as lideranças
indígenas disseram que já enviaram
ofícios ao governo federal e à Organização
das Nações Unidas (ONU) denunciando
o problema, mas não obtiveram resposta. “Eles
estão pedido socorro e não conseguem
ser atendidos”, disse ela à Agência
Brasil.
Segundo a deputada, os índios relataram que
os garimpeiros chegam às terras indígenas
em aviões de pequeno porte e descarregam
todo o material para extração do ouro.
“A consequência dessa exploração
ilegal é a escassez da alimentação
deles, porque o barulho das máquinas afugenta
a caça, o mercúrio polui as águas
e ainda há invasão da roças
que eles plantam.”
Janete disse que esteve reunida com o presidente
da Fundação Nacional do Índio
(Funai), Márcio Meira, para relatar a situação
dos índios. Ela pretende se encontrar com
ministro da Justiça, José Eduardo
Cardozo, para pedir a intervenção
da Polícia Federal no caso.