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SENADO ESCORREGA E APROVA MUDANÇA DO CÓDIGO FLORESTAL NA CCJ

Panorama Ambiental
São Paulo (SP) – Brasil
Setembro de 2011

A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado aprovou na tarde de hoje o relatório escrito pelo senador Luiz Henrique (PMDB-SC), que altera o Código Florestal para pior.

O processo reproduz dois problemas que aconteceram na Câmara. O primeiro é a omissão do governo. O outro é a abertura de novos desmatamentos, anistia a crimes ambientais e afronta à Constituição. E isso em pleno Dia da Árvore.

O trator da bancada ruralista, porém, não encontrou a estrada livre no Senado como aconteceu na Câmara. Cinco senadores o rejeitaram: Randolfe Rodrigues (PSOL-AP), Marcelo Crivella (PRB-RJ), Ana Rita (PT-ES), Antônio Carlos Valadares (PSB-SE) e Lindbergh Farias (PT-RJ). Além disso, parte dos votos que levaram à aprovação do texto foi dado com ressalvas (como inconstitucionalidade de certos pontos e pouca participação da sociedade).

O governo, por sua vez, deixou o texto ruim correr, usando o líder no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), ao pedir sua aprovação quase em nome da fé. “Devemos dar um voto de confiança a Luiz Henrique em prol do entendimento”, disse Jucá.

O Planalto deveria saber que Luiz Henrique não é confiável quando se trata de proteção das florestas. Em 2009, na condição de governador de Santa Catarina, ele sancionou uma lei que revogou quase integralmente o atual Código Florestal em seu estado. Essa lei, chamada Código Ambiental, é contestada hoje no Supremo Tribunal Federal.

“O texto que a presidenta Dilma disse que vetaria foi aprovado hoje na CCJ, com a anuência do governo”, afirma Marcio Astrini, da campanha da Amazônia do Greenpeace. O relatório ainda é analisado por outras três comissões do Senado, antes de ser votado no plenário da Casa.

“Os senadores empurraram para frente um Código Florestal que, contraditoriamente, desprotege as florestas”, diz Astrini. “Foi prometido pelos senadores que as mudanças que deixaram de ser votadas hoje serão acatadas nas próximas comissões. Mas, enquanto eles fazem promessas, o texto continua avançando.”

Senado, desliga a motosserra

Enquanto a discussão acontecia na CCJ, seis ativistas do Greenpeace estenderam faixas em frente à entrada do Senado com a mensagem “Desligue essa motosserra”. A atividade em Brasília foi apenas a primeira de uma série que acontecem ao longo de um mês. Os voluntários passarão por Belo Horizonte, Manaus, Porto Alegre, Recife, Rio, Salvador e São Paulo.

Além de palestras, quem quiser poderá ser ativista do Greenpeace por um dia pode tirar sua fotografia com nosso cartaz e enviá-lo para a página da ONG no Facebook. “O Greenpeace segue para estes Estados para que os eleitores pressionem seus representantes em Brasília a cuidarem do ambiente”, afirma Astrini.

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Sem miséria, mas com floresta

O palco estava armado: com a presença de governadores do Norte, a presidente Dilma Rousseff chegou a Manaus para lançar seu programa de combate à pobreza, o Brasil Sem Miséria. O Greenpeace foi atrás e, diante do Teatro Amazonas, cartão postal da cidade e palco da reunião de Dilma com os governadores, ativistas abriram uma faixa: “Dilma, Brasil sem miséria é Brasil com floresta”. Ao passar por eles, Dilma fez um aceno. Captou a mensagem. Eles também tentaram entregar uma muda de Açaí com a mensagem: “Presidenta Dilma, Vou ficar muito bem no jardim do Alvorada. A senhora sabe que sou importante para as populações da Amazônia. Cuide de mim, pois ando preocupado com esse novo Código Florestal. Cordial abraço, Açaí”.

A ação aconteceu num contexto em que as taxas de desmatamento na Amazônia voltaram a subir e que o Congresso discute um projeto de lei que pode derrubar o Código Florestal – uma lei com mais de 70 anos de tradição. Tudo isso a menos de um ano para o Brasil sediar a Rio + 20, o mais importante evento climático do mundo.

“O projeto do novo Código foi aprovado na Câmara debaixo de inúmeras críticas da ciência, da agricultura familiar e da sociedade civil. Agora, no Senado, a história está se repetindo e o governo continua omisso”, diz Rafael Cruz, da Campanha Amazônia do Greenpeace. “A presidente Dilma precisa desligar a motosserra no Congresso, pois para eliminar a pobreza precisamos manter de pé nossas florestas, que são a maior riqueza do país, que abriga uma parcela importante da população pobre do Brasil e que impulsiona nossa agricultura.”.

Após consecutivos anos de queda, os índices de desmatamento voltaram a subir no primeiro ano de gestão de Dilma. Em 2009, durante a Conferência do Clima em Copenhague (Cop-15), ela própria, então como ministra da Casa Civil, prometeu mundialmente que o Brasil reduziria suas emissões de CO2, que vêm predominantemente das derrubadas.

“O modelo de produção brasileiro ainda é predatório. Enquanto as outras nações recuperam suas florestas para poder continuar produzindo, estamos acabando com as nossas”, observa Cruz. “E isso não significa riqueza: mesmo com quase 18% de suas matas derrubadas, a Amazônia ainda permanece com baixíssimos Índices de Desenvolvimento Humano (IDH), especialmente em municípios onde a destruição florestal ocorre mais fortemente”


 

Fonte: Greenpeace-Brasil
Assessoria de imprensa

 
 
 
 

 

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