23/11/2011 - 21h05
Carolina Pimentel
Repórter da Agência Brasil
Brasília – Ao participar hoje (23) das comemorações
de 60 anos da Confederação da Agricultura
e Pecuária do Brasil (CNA), a presidenta
Dilma Rousseff destacou a necessidade de construção
de um consenso em torno do novo Código Florestal,
que tramita no Senado. Dilma defendeu que o Brasil
é capaz de aliar o crescimento da produção
agrícola com a preservação
das florestas.
“Eu sei que muitos passos foram
dados nesta direção [do diálogo
e consenso]. O Brasil não precisa e não
pode contrapor seu papel de potência agrícola
à preservação de nossas riquezas
naturais, da nossa biodiversidade. Talvez sejamos
o único país do mundo que tem condições
de ser potência agrícola e energética
sem deixar de ser potência de biodiversidade
e de respeito ao meio ambiente”, disse a presidenta.
Ontem (22), a Comissão
de Meio Ambiente do Senado aprovou o texto-base
do relatório do senador Jorge Viana (PT-AC)
sobre o novo Código Florestal Brasileiro.
O relator recuou e acatou uma das reivindicações
da bancada ruralista e estendeu também aos
grandes produtores rurais o direito de converter
multas por desmatamento, aplicadas até 2008,
em recuperação das áreas destruídas.
Inicialmente, o relator havia concedido o benefício
somente aos produtores de pequeno porte e a agricultores
familiares.
A expectativa é que a comissão
conclua a votação das emendas e dos
destaques ao texto amanhã (24). O texto final
seguirá, então, para apreciação
do plenário do Senado.
Diante das queixas dos agricultores
por melhor infraestrutura, como rodovias e ferrovias,
para escoamento da produção, Dilma
disse que o Programa de Aceleração
do Crescimento (PAC) já prevê obras
para solucionar parte desses problemas. Ela, porém,
reconhece que o país necessita de um plano
sistemático de investimento no setor, que
não esgote ao final de um governo. “Eu sei
que eles [problemas de infraestrutura] são
muitos. Antes de ser presidenta, eu coordenei o
esforço do governo federal para investir
sistematicamente em infraestrutura”, disse.
Em seu discurso, Dilma reiterou
que o país está preparado para enfrentar
um possível agravamento da crise econômica
na Europa, com um extenso mercado interno e inclusive
com espaço para ajustes na política
econômica. A presidenta voltou a defender
que a geração de empregos e estímulo
à economia são as melhores armas para
enfrentar a crise. “Não somos uma ilha, mas
também não somos um país desprotegido.
Pelo contrário, somos um país protegido
pelo seu imenso mercado interno”, disse.
A presidenta destacou ainda que
uma das prioridades do governo é adotar medidas
para preservar a renda da classe média. “A
classe média não pode ser pobre. Ela
tem que ser capaz de dar não só sustentação
econômica, mas criar um tecido social que
permita que tenhamos uma verdadeira cidadania no
país”.
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Desmatamento na Amazônia
atingiu 385 quilômetros quadrados em outubro
29/11/2011 - 16h21
Luana Lourenço
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A Amazônia perdeu 385,5
quilômetros quadrados (km²) de florestas
em outubro, de acordo com dados divulgados hoje
(29) pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais
(Inpe). Os números são do sistema
de Detecção do Desmatamento em Tempo
Real (Deter).
A área é 52% maior
que a registrada em setembro, quando os satélites
identificaram 253,8 km² de novos desmatamentos.
Na comparação com outubro de 2010,
quando o Inpe apontou 388 km² de derrubadas,
não há diferenças significativas.
Rondônia foi o estado que
mais desmatou em outubro, com 128,5 km² de
floresta a menos, seguido pelo Pará, com
119 km² de derrubadas. Mato Grosso aparece
em seguida, com 98 km² de novas áreas
derrubadas, e o Amazonas, com 18 km². Em Roraima,
o Inpe identificou 8 km² de derrubadas em outubro,
no Maranhão, 6,53 km², no Acre, 4,32
km². Tocantins e Amapá registraram 0,8
km² e 0,65 km² de novos desmatamentos,
respectivamente.
De acordo com o Inpe, 17% da região
estava encoberta por nuvens em outubro, que impediram
a visualização de algumas áreas.
O Deter, que revela dados mensais,
monitora áreas maiores de 25 hectares e serve
para orientar a fiscalização ambiental.
Além do corte raso (desmatamento total),
o sistema registra a degradação progressiva
da floresta.
A taxa anual de desmate é
calculada por outro sistema, o Projeto de Monitoramento
do Desflorestamento na Amazônia Legal (Prodes),
que é mais preciso, por avaliar áreas
menores. Em 2010, a taxa anual foi 7 mil km².
A nova estimativa de desmatamento anual, com dados
para o período entre agosto de 2010 e julho
de 2011, deve ser divulgada nas próximas
semanas.