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MOVIMENTO SOCIAL “FECHA” MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE

Panorama Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Dezembro de 2011

15 Dezembro 2011 - Estudantes, agricultores familiares, ambientalistas e representantes do movimento social participaram, nesta quinta (15/12), de um ato em frente ao Ministério do Meio Ambiente, em protesto contra as mudanças no Código Florestal. O grupo fez o “fechamento” simbólico do MMA, devido ao apoio do Ministério ao texto aprovado no Senado, que promove anistia a crimes ambientais, enfraquece o instituto da reserva legal e das áreas de preservação permanente e estimula novos desmatamentos.

O grupo espalhou sementes de soja, cana-de-açúcar e folhas de eucalipto em uma das entradas do prédio do Ministério do Ambiente, criticando o alinhamento da cúpula do MMA com os interesses do agronegócio nas discussões do Código Florestal. “A ministra Izabella Teixeira foi a grande interlocutora do governo junto à bancada ruralista e chegou a dizer que o texto aprovado no Senado é melhor que Código atualmente em vigor. Ou o MMA não entende nada de meio ambiente, ou se vendeu para o agronegócio”, afirmou Luiz Zarref, representante da Via Campesina.

Movimento social "fecha" Ministério do Meio Ambiente

Para Pedro Piccolo, estudante de sociologia na Universidade de Brasília e membro do Comitê Universitário em Defesa das Florestas, o Ministério do Meio Ambiente deveria ter sido o setor do governo a se posicionar contra os retrocessos propostos pela bancada ruralista. “O MMA, representado pela ministra Izabella Teixeira, desempenhou um papel vergonhoso. Assistiu passivamente, no ano internacional das florestas, à autorização para fazer Belo Monte, e à imposição de uma série de retrocessos à legislação ambiental”, avaliou.

De acordo com o ambientalista Mário Mantovani, da organização SOS Mata Atlântica, o processo de discussão das mudanças no Código Florestal só atendeu aos interesses impostos pela Confederação Nacional da Agricultura, e que a ciência foi ignorada, com anuência do Ministério do Meio Ambiente. “O MMA se associou ao que há de mais atrasado neste país, que é o agronegócio excludente e concentrador de terras”, criticou.

O ato foi organizado pelo Movimento dos Trabalhadores rurais Sem-Terra (MST), SOS Mata Atlântica e Comitê Universitário em Defesa das Florestas. Um grupo de estudantes está acampado desde o dia 6 de dezembro no gramado em frente ao Congresso, em protesto contra as mudanças no Código Florestal aprovadas pelo Senado.

O projeto que propõe alterações ao Código Florestal foi aprovado pela Câmara em maio de 2011, votado pelos senadores em 6 de dezembro, com algumas alterações. Atualmente tramita na Câmara. A previsão é de que o texto seja votado pelos deputados, em segundo turno, em março de 2012 e, em seguida, submetido à sanção presidencial. A presidente Dilma Rousseff prometeu, durante a campanha eleitoral de 2010, vetar dispositivos que promovam anistia a crimes ambientais e estimulem novos desmatamentos.

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Estudantes acampam em frente ao Congresso Nacional em defesa das florestas

13 Dezembro 2011 - Desde o dia 6 de dezembro , o gramado da Esplanada dos Ministérios, em frente ao Congresso Nacional, ganhou mudas de árvores. O protesto, contra a aprovação do Código Florestal, marcou a votação no plenário do Senado Federal, que aprovou o PLC 30/2011 defendido pela bancada ruralista.
Incansáveis, estudantes fizeram vigília em torno da plantação, que foi retirada pela polícia legislativa. Indignados, membros do Comitê Universitário em Defesa das Florestas e do Desenvolvimento Sustentável e outros participantes iniciaram o movimento de ocupação montando barracas e instalando faixas pedindo o veto da presidenta Dilma Rousseff ao texto do Código Florestal, que anistia desmatadores, reduz a proteção ambiental, diminui a vegetação nativa em todo o Brasil, além de facilitar a ocorrência de outros riscos à população brasileira.

Aprovado no Senado, o texto volou à Câmara dos Deputados que deve analisar as mudanças e votar o projeto em data ainda indefinida. Depois de passar novamente na Câmara dos Deputados, o projeto de lei seguirá para a sanção da Presidente da República.

Sob sol forte e chuva, jovens se revezam manhã, tarde, noite e madrugada no camping improvisado. A meta é chamar a atenção do governo e da sociedade para as consequências danosas que o texto do projeto de reforma do Código Florestal trará ao país.

Segundo a estudante de sociologia, Iara Soares, a ocupação é uma forma de resistência popular participativa frente à força do latifúndio e de seu modelo atrasado de desenvolvimento.

“Temos feito protestos em todas as votações e somos reprimidos e ignorados pelos políticos. O acampamento é um apelo para que a Câmara aja com responsabilidade, e, caso isso não aconteça, é então desde já um apelo para que a presidenta Dilma honre o compromisso ambiental que assumiu em campanha. Ou seja, que ela vete integralmente essas mudanças aprovadas”.

A ideia é que cada vez mais gente vá se somar ao movimento, divulgado também pelas redes sociais na internet. “Nesse processo de decisão não há partido e novas reivindicações podem ser debatidas e incorporadas”, explica a estudante.

Ao mesmo tempo em que o protesto acontece com faixas, gritos e palavras de ordem, ele também se dá como espaço de formação e debate. São promovidos encontros, oficinas, saraus, aulas abertas e rodas de conversa.

“É uma forma de tornar o processo de mobilização mais rico e também uma forma de comunicar algo importante: não vamos sumir, esconder ou voltar para casa. Estamos acampados no centro do poder em repúdio a essa forma irresponsável de fazer política e não temos previsão de saída”, argumenta Iara.

Nem a violência já sofrida intimida os participantes.

“Nos atos de rua aconteceram muitas agressões (arma de choque, spray de pimenta, gás lacrimogêneo) por parte da polícia militar, polícia do Senado. Mas o acampamento tem sido pacífico, talvez porque estamos ao lado da ocupação da UNE, que tem um viés governista. Porém é curioso isso, pois uma semana antes deles tentamos ocupar o mesmo espaço e fomos reprimidos pela PM”, completa Iara.

Até agora, os custos são arcados pelos próprios manifestantes e suas famílias, que colaboram com alimentação e transporte. “Cada vez que um vem traz alimento, água, bateria de celular. Banana, biscoito e miojo são os alimentos mais consumidos por aqui. Estamos tentando apoio de ONGs para melhorar a estrutura, pois não temos prazo para ir embora”, diz Lígia Falcão, estudante de engenharia florestal.

Além de estudantes, atletas e outros profissionais também estão apoiando a causa e, após o trabalho, passam ou mesmo dormem no acampamento.

“Logo na primeira noite, conhecemos o Miro, um nadador de Petrolina que se juntou ao nosso movimento, motivado pela degradação do rio São Francisco, onde ele treina. A gente considera que quem compõe e constrói a ‘acampada’ não são apenas aqueles e aquelas que dormem por aqui, mas também quem passa, participa das atividades, se interessa em discutir junto”, analisa Lígia.

A ocupação é “uma acampada contra o Novo Código Florestal”, para reivindicar o direito à biodiversidade e à produção sustentável.
“Estamos aqui para garantir nosso direito a um futuro com florestas, de forma apartidária, não-violenta e horizontal. Isso significa dizer que qualquer um e qualquer uma que chegar disposto a acampar, a debater, a participar das atividades terá igual voz, igual importância e igual voto. A intenção primeira é pressionar a Dilma para que ela vete integralmente o projeto”, explica Iara

“Nessa luta, só no conjunto somos fortes! Se você está cansado de ver seus direitos atropelados por uma elite que não se importa com nada além do seu próprio lucro, então chega junto e, traz sua barraca. Estamos reunidos na frente da bandeira da Paraíba (aquela escrito "Nego"), por tempo indefinido, esperando mais indignados e indignadas virem se somar”, convida convida a estudante de sociologia.


 

Fonte: WWF-Brasil
Assessoria de imprensa

 
 
 
 

 

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