15/12/2011 - O Fundo Amazônia,
gerido pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico
e Social (BNDES), receberá nova doação
da Noruega no valor de R$
312 milhões. O valor equivale a um aumento
de 30% no que havia sido previsto originalmente
para o ano de 2010. O aumento decorre da queda do
desmatamento na Amazônia no ano passado.
O anúncio foi feito pelo ministro do Meio
Ambiente e Cooperação Internacional
da Noruega, Erik Solheim, durante a Conferência
do Clima em Durban, na África do Sul, terminada
na madrugada do domingo (11/12). A notícia
foi dada à ministra Izabella Teixeira, que
chefiou a delegação brasileira na
cúpula do clima. Na ocasião, o ministro
norueguês afirmou que o "Brasil é
um exemplo proeminente, pois tem obtido sucesso
na redução do desmatamento na Amazônia".
Nessa quarta-feira (14/12), durante
a 12ª reunião do Comitê Orientador
do Fundo Amazônia (Cofa), em Brasília,
os representantes da Embaixada da Noruega, conselheiro
Inge Nordang e a Oficial de Programa Patrícia
Benthien, foram aplaudidos pela notícia de
incremento da doação. A reunião
foi aberta pelo ministro do Meio Ambiente interino,
Francisco Gaetani.
O diretor do Departamento de Políticas
de Combate ao Desmatamento do MMA, Mauro Pires,
destacou que o aumento da doação pelos
noruegueses sinaliza o reconhecimento internacional
às ações do Brasil voltadas
para reduzir o desmatamento na Amazônia, por
meio do Plano de Prevenção e Controle
do Desmatamento (PPCDAM), que vem proporcionando
ano após ano queda das taxas. Ele acrescenta
que o dinheiro vai apoiar mais projetos que contribuam
para diminuir ainda mais o desflorestamento no bioma.
O Fundo Amazônia foi criado em 2008 com o
objetivo de promover projetos para a prevenção
e o combate ao desmatamento e também para
a conservação e o uso sustentável
das florestas no bioma amazônico. A Noruega
foi o primeiro país a doar recursos para
o Fundo no montante de 1 bilhão de dólares
que serão aportados até 2015.
+ Mais
Países desenvolvidos acatam
metas de redução de emissões
Instrumento com força de
lei, aprovado em Durban, África do Sul, prevê
obrigatoriedade de metas de redução
de gases estufa para 2020. Protocolo de Kyoto é
adiado por, no mínimo, mais quatro anos e
Fundo Verde do Clima é aprovado.
12/12/2011 - Pela primeira vez,
desde a criação da Conferência
do Clima, os países desenvolvidos se comprometeram
em adotar metas de redução de emissões
de gases efeito estufa. Em 2015 será firmado
novo acordo global, um instrumento com força
legal, em que elas se tornam obrigatórias
a partir de 2020. A ministra Meio Ambiente, Izabella
Teixeira, considerou o acordo da COP-17 histórico
por fazer com que todos os países se comprometam.
As negociações, que terminaram na
madrugada de domingo (11/12) na COP-17, em Durban,
África do Sul, permitiram, ainda, a definição
de uma segunda fase do Protocolo de Kyoto e a viabilização
de um Fundo Verde do Clima. A primeira fase do Protocolo
termina em 2012, sem a ratificação
por parte dos Estados Unidos, um dos países
que mais emitem.
O Brasil foi elogiado durante a COP-17 pelo secretário-executivo
do Pnuma (Programa das Nações Unidas
para o Meio Ambiente) e subsecretário-geral
da ONU, Achim Steiner, por ser o país que
mais fez pelo mundo em redução de
desmatamento. O elogio veio logo após o discurso
da ministra na Conferência na quinta-feira
(8/12). Para ele, nenhum país no planeta
fez mais do que o Brasil para combater emissões
de carbono nos últimos dois anos.
"Se as pessoas querem julgar o Brasil, que
o julguem pelo que ele fez. Redução
recorde nas emissões por desmatamento no
último período de relato. O Brasil
provavelmente é o maior ator de mitigação
no planeta nos últimos 24 meses, excedendo
as ações dos países industrializados.
Esse é o ponto de partida," completou
Steiner.
Os entendimentos equivalem a estender de 2013 a
2017 ou 2020 a validade dos compromissos sobre redução,
mesmo sem a adesão do Japão, Rússia
e Canadá. Os termos da nova fase do protocolo
serão discutidos na próxima Conferência
do clima, que ocorrerá no Catar, em 2012.
A União Européia foi o primeiro bloco
a aceitar estender o protocolo de Kyoto, primeiro
tratado global para reduzir emissões de CO².
Houve impasse em torno da vinculação
legal de um futuro acordo em 2015, o que levou a
COP17 a adiar por mais um dia as rodadas de negociações,
previstas para terminarem no dia 10.
De acordo com o embaixador Luiz
Alberto Figueiredo Machado, negociador da delegação
brasileira, o acordo fechado em Durban "é
robusto" e traz alívio aos 200 países
que participam das negociações em
torno da redução dos efeitos do aquecimento
global. O Brasil teve papel decisivo na mesa de
negociações.