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FERRAMENTA DE MONITORAMENTO GLOBAL É LANÇADA NA ÁFRICA

Panorama Ambiental
São Paulo (SP) – Brasil
Fevereiro de 2012

Sistema de Monitoramento é lançado na África com financiamento da Fundação Bill & Melinda Gates para criar uma ferramenta de suporte para políticas públicas e um sistema “padrão ouro” de monitoramento ambiental para a tomada de decisão no desenvolvimento

Brasília, 24 de fevereiro de 2012 — Para aumentar a segurança alimentar e diminuir a degradação ambiental, cientistas da Conservação Internacional (CI) e de instituições parceiras criaram um sistema de acompanhamento e diagnóstico inovador para orientar os tomadores de decisão e poderá mudar radicalmente a implementação de novas políticas públicas de desenvolvimento agrícola. O novo sistema vai monitorar de forma abrangente a produtividade agrícola, a saúde dos ecossistemas e as medidas de bem-estar humano nos cenários africanos com dados obtidos em tempo real, possibilitando uma melhor compreensão de oportunidades, conflitos e impactos negativos gerados pela expansão da produção agrícola.

O Sistema de Monitoramento da África (AMS, na sigla em inglês),uma iniciativa que será coliderada pela Conservação Internacional, pelo Conselho de Pesquisas Científicas e Industriais (CSIR, na sigla em inglês) da África do Sul e pelo Instituto da Terra (EI, na sigla em inglês) da Universidade de Columbia foi lançado ontem após o anúncio em Roma de uma concessão da Fundação Bill & Melinda Gates.


O investimento, uma concessão de US$ 10 milhões, que será repassado ao longo de 3 anos e administrado pela Conservação Internacional, estabelece a base para um novo sistema de monitoramento integrado em cinco regiões da África subsaariana, onde existe um acelerado processo de intensificação agrícola para atender às necessidades da crescente população da África, incluindo Tanzânia, Gana, Etiópia e mais dois países a serem definidos. Bill Gates, o copresidente da Fundação, anunciou a concessão ontem em Roma na 35ª Sessão do Conselho Governante do Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola (FIDA), um órgão especializado das Nações Unidas.

“Se você se importa com os mais pobres, você se importa com a agricultura”, afirmou Gates. “Os investimentos em agricultura são as melhores armas contra a fome e a pobreza, e eles melhoraram a vida de bilhões de pessoas. A comunidade agrícola internacional precisa ser mais inovadora, coordenada e focada para realmente ser eficaz em ajudar os fazendeiros pobres a crescerem mais. Se pudermos fazer isso, podemos reduzir drasticamente o sofrimento e construir a autossuficiência.”

A concessão para a CI é uma das sete concessões anunciadas por Gates em Roma, totalizando quase US$ 200 milhões. Isso faz com que o compromisso total da fundação com a agricultura seja de mais de $2 bilhões desde o início do programa em 2006.

Dr. Sandy Andelman, vice-presidente da Conservação Internacional que atuará como diretor-executivo do Sistema de Monitoramento da África(AMS) afirmou: “Enfrentamos esse enorme desafio que se reduz à seguinte pergunta: como iremos alimentar 9 bilhões de pessoas no planeta sem destruir a natureza, especialmente diante da mudança climática que, em si, traz uma grande incerteza. A resposta é que não podemos arcar com tomadas de decisões sem realmente vermos todo o cenário do que está acontecendo com o planeta”.

Ainda segundo Andelman, “para fornecermos esse cenário e assegurarmos que o desenvolvimento agrícola seja sustentável, precisamos medir as coisas certas nos lugares certos e traduzir essas informações em algo que os mentores de política podem utilizar, incluindo melhores dados, melhores métodos analíticos e melhores abordagens de gestão de risco para que eles possam avaliar efetivamente os conflitos de escolha e as sinergias entre as políticas para o desenvolvimento agrícola, o alívio da pobreza e a conservação da natureza. Em essência, precisamos colocar nosso dedo no pulso da Terra.”

O AMS fornecerá ferramentas para assegurar que o desenvolvimento agrícola não degrada os sistemas naturais e os serviços que fornecem, especialmente para pequenos agricultores. Ele também vai integrar medidas de agricultura, serviços ecossistêmicos e bem-estar humano ao agrupar dados de múltiplas escalas e quase em tempo real em um painel online de acesso aberto que os mentores de política serão capazes de usar livremente e personalizar para a tomada de decisão inteligente e com conhecimento de causa. Os dados brutos serão totalmente acessíveis e sintetizados em seis indicadores holísticos simples que comunicam informações diagnósticas sobre ecossistemas agrícolas complexos, tais como: disponibilidade de água limpa, resistência da produção de cultivos à variação climática ou resistência dos serviços de ecossistema e subsistências às mudanças no sistema agrícola.

“Em vez de ter aqui um conjunto de dados para uma questão e ali outros conjuntos de dados para outras questões, o que esse sistema fará essencialmente é juntar as diferentes peças do quebra-cabeça em uma imagem nítida que permitirá aos tomadores de decisão ver com transparência as partes e suas somas em um local centralizado”, explicou Andelman.

A coleta de dados acontecerá em múltiplas escalas para criar o cenário mais preciso possível: (1) uma escala doméstica, usando pesquisas sobre saúde, situação nutricional, ativos e renda familiar; (2) uma escala diagramática para avaliará a produção agrícola e determinará quais sementes irão para a terra, a procedência delas, que tipo de fertilizante será utilizado, que rendimento de colheita elas produzirão e o que acontecerá após a colheita; (3) uma escala panorâmica (lotes de 100 km2) medindo a disponibilidade de água para uso doméstico e agrícola, biodiversidade do ecossistema, saúde do solo, estoques de carbono etc.; e (4) uma escala regional (200.000 km2) que interligará tudo em um grande cenário para visualizar as escalas nas quais as decisões de desenvolvimento agrícola são tomadas.

Todas as informações diagnósticas serão coletadas e juntadas de maneira padronizada para permitir comparações precisas. A intenção é criar um sistema de monitoramento ambiental “padrão ouro” para o bem global. As informações serão coletadas através de uma combinação de coleta de dados com base no solo e sensoriamento remoto, trabalhando através de subconcessões aos cientistas locais que coletarão informações e parcerias com operações de coleta de dados existentes, tais como o Instituto Nacional de Estatística da Tanzânia.

Outra intenção do sistema é capacitar os mentores de política e instituições de pesquisa em geografia da África. “Nossa meta é desenvolver esta capacidade na África”, acrescentou Andelman. “Enquanto for possível, o trabalho será realizado na África por africanos que serão parceiros no AMS.”

O presidente do Conselho e diretor-executivo da CI, Peter Seligmann,elogiou a concessão como um momento memorável na conservação que deve inspirar outros. “Há muitos anos, temos observado as forças de conservação e progresso do desenvolvimento caminhando em paralelo, mas em trilhas separadas, com objetivos que algumas pessoas percebem como em desacordo. Mas o oposto é verdadeiro: essas duas forças são totalmente dependentes uma da outra para o próprio sucesso de longo prazo.”

“O Sistema de Monitoramento da África finalmente combinará essas duas trilhas e reconhecerá o vínculo absolutamente crítico entre as pessoas e os ecossistemas que as suportam,” continuou Seligmann. “Estamos honrados em ter a confiança da fundação Bill & Melinda Gates para orientar seu maior investimento até a data ao exame da relação entre agricultura e ambiente, e eu não poderia estar mais encorajado ou agradecido pela sua liderança.”

Gordon Moore, um membro do Conselho Diretor da CI e cofundador da Intel Corporation, aplaudiu a visão do inovador sistema de monitoramento. Sua fundação deu apoio à criação da rede de Avaliação e Monitoramento de Ecologia Tropical (TEAM, Tropical Ecolog Assessment and Monitoring), a qual atuou como modelo para o AMS.

“Haverá, sem dúvida, uma grande quantidade de desafios em alimentar 9 bilhões de pessoas até a metade do século em um mundo limitado de recursos”, afirmou Moore. “Porém, acredito fortemente que está ao nosso alcance encontrar soluções por meio da inovação tecnológica e do compromisso com a ciência. A Fundação Bill &Melinda Gates, a Conservação Internacional e parceiros estão definindo um exemplo global de abordagem baseada na ciência para o desenvolvimento voltado ao século 21. Espero que este modelo seja fortalecido ainda mais por meio de parcerias inovadoras por todo o mundo, tornando-se um recurso de informações realmente global.”

A CI, o CSIR e o Instituto Terra colaborarão com governos, outras organizações não governamentais, com a comunidade acadêmica, o setor privado e parceiros internacionais chave, tais como a Pesquisa de Medida do Padrão de Vida do Banco Mundial, o Instituto de Pesquisa de Política Alimentar, o Centro Agroflorestal Mundial e a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura durante os próximos três anos, para conceber e implementar o AMS. Este período representará a Fase 1 (três anos) de um processo de três fases (10 a 15 anos) para criar um Sistema de Monitoramento Global Integrado para Agricultura, Serviços Ecossistêmicos e Bem-Estar Humano, e os desenvolvedores esperam mobilizar recursos adicionais para alavancar o investimento inicial.

Andelman acrescentou: “O ponto principal disto é: as pessoas precisam garantir seus sustentos e seus alimentos. Todos nós dependemos criticamente – tanto direta e indiretamente por meio da agricultura – da riqueza de serviços que a natureza fornece. Se continuarmos a tomar decisões com informações inadequadas e imperfeitas, nós iremos falhar em cumprir com este desafio de assegurar que todos do planeta possuem alimentos suficientes para comer enquanto o sistema de apoio à vida é sustentado. Portanto, é agora ou nunca.”


 

Fonte: Conservação Internacional Brasil
Assessoria de imprensa

 
 
 
 

 

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