09/02/2012 - Em continuidade
à série do Projeto de Monitoramento
do Desmatamento nos Biomas Brasileiros por
Satélite (PMDBBS), o Ministério
do Meio ambiente (MMA) divulgou nesta quinta-feira
(9/2), dados do desmatamento dos biomas Mata
Atlântica, Pampa e Pantanal referentes
ao período 2008-2009,
cujos números mostram queda no ritmo
do corte da vegetação no período.
O estudo, que quantifica desmatamentos de
áreas nativas, começou a operar
em 2008 pelo Centro de Sensoriamento Remoto
do Ibama, utilizando o ano de 2002 como referência
com imagens do satélite Landsat.
O resultado mostra redução
no ritmo comparado a 2008, apesar de os dados
não apontarem tudo o que foi desmatado,
não sendo possível, porém,
identificar o que é desmatamento legal
ou ilegal, disse a ministra Izabella Teixeira,
durante a coletiva de imprensa.
Ela adiantou que os próximos
desafios serão monitorar, junto com
o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais
(Inpe), além das áreas desmatadas
em todos os biomas, as que estão em
regeneração. A dinâmica
está sendo utilizada pelo projeto TerraClass
na Amazônia, que classifica a situação
dos estados da região.
Segundo Izabella, as bases
de dados atualizadas geram informações
para orientar nas políticas públicas
de combate ao desmatamento ilegal até
a regularização ambiental.
Para o secretário
de Biodiversidade e Florestas do MMA, Bráulio
Dias, a novidade do monitoramento dos biomas
extra-amazônicos é que, a partir
de 2009, o Ibama passou a trabalhar com mapa
de maior resolução com escala
de 1-50 mil ha e área mínima
mapeada de 2 a 3 hectares por bioma. Até
2007, eram utilizadas imagens de menor resolução
de 1-250 mil com referência a 2002.
Pampa - Entre 2008-2009,
o Bioma perdeu 331 Km² de área
com a supressão de vegetação
nativa , equivalente a taxa de 0,18%. Mas
se comparado ao período de 2002-2008
(1,2%), houve pequeno decréscimo.
Dos seus 177.1000 Km²,
o Pampa teve quase 54% de área original
suprimida ao longo de sua ocupação
histórica. Entre 2002 e 2008, foram
perdidos 2.183 Km², que equivale a 1,2%
do bioma , ou 0,2% de taxa média anual
de desmatamento. Alegrete, na fronteira do
estado do Rio Grande do Sul, foi o município
que mais desmatou neste período em
números absolutos, sendo 51,93 Km²
equivalentes a 0,67% da área do município.
A rizicultura (plantação
de arroz), a pecuária e a expansão
do reflorestamento de vegetação
nativa por plantada das espécies eucalipto
e pinus são as atividades que pressionam
o desmatamento no Pampa.
Mata Atlântica - A
área desmatada corresponde a 248 Km²
no período 2008-2009, representando
0,02 % de perda da cobertura vegetal dentro
do Bioma. A Mata Atlântica registrou
a menor taxa de desmatamento entre os biomas
brasileiros no período de 2008-2009.
Dos estados cobertos pela Mata Atlântica,
Minas Gerais foi o que mais desmatou, em números
absolutos, entre 2008-2009, com supressão
de 115,8 Km² de vegetação
nativa.
O secretário do MMA
avaliou positivamente a baixa taxa de 0,02%
de supressão no bioma indicando que
a Mata Atlântica se aproxima do desmatamento
zero.
Pantanal - Até 2008,
o Bioma tinha 83,20% de sua área total
com cobertura vegetal remanescente. O menor
dos biomas brasileiros, com 151.313 Km²
de extensão, registra taxa de desmatamento
acumulado de 2002 a 2009 de 15,31%, equivalente
a uma área de 23.160 Km². Entre
2008-2009, perdeu 188 Km² de vegetação
nativa, correspondente a 0,12% do bioma. Segundo
o secretário do MMA, a taxa média
atual declinou em relação ao
período 2002-2008.
As ações de
desmatamento no Pantanal, segundo Bráulio
Dias, geralmente ocorrem no entorno do bioma,
mas foi observado, a partir do monitoramento
de 2008, uma frente de conversão da
vegetação nativa no interior
do Bioma para pastos plantados para criação
de gado zebu em substituição
ao rebanho pantaneiro.
Outra preocupação,
segundo ele, apresenta-se na periferia do
Pantanal com destaque para o assoreamento
do Rio Taquari causado pelo desmatamento para
uso da agricultura.
Para o período de
2008-2009, Corumbá (MS) foi o município
que mais suprimiu áreas de vegetação
nativa, em termos absolutos, equivalente a
67,64 Km², ou seja, 0,11% da área
do município.
O Pantanal é reconhecido
como Patrimônio Nacional pela Constituição
Federal e considerado Reserva da Biosfera
e Patrimônio Natural da Humanidade pela
Unesco, além de abrigar três
Sítios Ramsar, Áreas Úmidas
de Importância Internacional: Parque
Nacional do Pantanal Mato-grossense, Reserva
Particular do Patrimônio Natural Sesc
Pantanal e Reserva Particular do Patrimônio
Natural Fazenda Rio Negro.
Comparativo - Dos dados
gerais do desmatamento e comparativos nos
biomas brasileiros entre 2008-2009, o Cerrado
foi o que mais desmatou em valores absolutos
(7.637 Km²); Amazônia (7.464 Km²);
Caatinga (1.921 Km²); Pampa (331 Km²);
Mata Atlântica (248 Km²) e Pantanal
(118 Km²).