29/03/2012 - Rafaela Ribeiro
- O secretário de Recursos Hídricos
e Ambiente Urbano do Ministério do
Meio Ambiente, Nabil Bonduki, foi incisivo,
nesta quinta-feira (29/03), no debate sobre
Qualidade Ambiental Urbana e Desenvolvimento
Sustentável ocorrido no I Encontro
dos Municípios com o Desenvolvimento
Sustentável - pequenos negócios,
qualidade ambiental urbana e erradicação
da miséria. Na sua avaliação,
a gestão integrada dos resíduos
sólidos, o saneamento, a prevenção
e a mitigação de eventos climáticos
extremos e da poluição são
questões que demandam o comprometimento
de governos e da sociedade civil, para que
efetivamente sejam considerados na construção
de políticas e projetos que melhorem
e ampliem a qualidade de vida da população.
Durante o evento, realizado
em Brasília, promovido pela Frente
Nacional dos Prefeitos, Bonduki evidenciou
que não se pode mais pensar a questão
ambiental desvinculada da questão urbana.
"A sustentabilidade urbana é um
dos principais temas da agenda de gestão
pública", afirmou. "Tem relação
com desastres urbanos, com mudanças
climáticas e seus impactos no dia a
dia das populações".
COLAPSO À VISTA
O secretário destacou
a insustentabilidade do acelerado crescimento
urbano brasileiro vivenciado na segunda metade
do século XX: "Nós passamos
de uma população urbana de 20
milhões de habitantes nos anos 1950
para, hoje, 60 anos depois, existirem 155
milhões de pessoas vivendo nas cidades.
A continuidade desse modelo é insustentável",
salientou. "Temos hoje 56% da nossa população
ocupando apenas 0,6% do território
brasileiro. São concentrações
urbanas fortes que precisam ser alteradas".
Para Bonduki, o crescimento
econômico e até mesmo a inclusão
social, se não forem acompanhados de
uma nova visão de crescimento urbano,
vão colocar as cidades em colapso.
E chamou a atenção para uma
necessidade urgente de mudança de hábitos
e de prioridades. "Se houver o tratamento
adequado para o lixo nas cidades, se tiver
menos emissão de CO², se não
tiver desmatamento, teremos uma gestão
pública mais preparada para enfrentar
os efeitos de mudanças climáticas,
por exemplo", opinou.
+ Mais
MMA destaca importância
de política florestal sustentável
13/03/2012 - Sophia Gebrim
- A priorização do plantio de
florestas de forma sustentável e integrada
ao manejo adequado do solo e às necessidades
locais foram defendidas pelo secretário
de Extrativismo e Desenvolvimento Rural do
Ministério do Meio Ambiente (MMA),
Roberto Vizentin. Ele participou da abertura
do Seminário Terra Sustentável
- Ideias para recuperar e preservar terras
degradadas, na manhã desta terça-feira
(13/O3), em Cuiabá.
Para o representante do
MMA, a política florestal deve ter
um olhar mais amplo, buscando integrar sistemas
agroflorestais que conciliem agricultura e
floresta, com ampla diversificação
de culturas na mesma terra. Algumas alternativas
apresentadas por ele são o plantio
direto na palha, a rotação de
culturas e a alternância de outras variedades
agroflorestais com o eucalipto, além
da intensificação do plantio
de espécies nativas com exóticas.
"Entre solo exposto
e sem proteção, pastagens degradadas
e regeneração de vegetação
nativa sobre pastagens, o Estado de Mato Grosso
tem algo em torno de 3 milhões de hectares
de áreas degradadas", destacou
Vizentin. Segundo ele, esse número
equivale praticamente à área
utilizada hoje para o plantio de grãos
no Estado. Portanto, com iniciativas de sustentabilidade
ambiental e rural, a região pode aumentar
razoável a sua área de produção
sem a necessidade de novos desmatamentos.
Ao término do encontro,
o secretário do MMA destacou a importância
do fortalecimento das atividades ambientais
de recuperação de áreas
degradadas nos mais de 500 assentamentos que
existem hoje no Mato Grosso. Vizentin destacou
que tradicionalmente a região utiliza
as práticas de reflorestamento por
meio de eucalipto. Na sua avaliação,
a prioridade, não só nesses
assentamentos mas em todas as demais áreas
do Estado, deve ser também a diversificação
de sistemas agroflorestais com manejo sustentável
da terra.