17/03/2012 - Priscilla Mazenotti
- Repórter da Agência
Brasil - Brasília - Cerca de 70% do
lixo produzido no país estão
em lixões ou em aterros controlados,
chamados de lixões melhorados por serem
áreas que dispensam a coleta e o tratamento
do chorume. Apenas 27,7% das cidades dispõem
de aterros sanitários, segundo dados
do Ministério das Cidades. Os aterros
sanitários, se feitos de acordo com
regras ambientais, evitam a contaminação
do solo e de lençóis freáticos
por resíduos do lixo.
A meta do governo, dentro
da Política Nacional de Resíduos
Sólidos, é acabar com os lixões
em todo o país até 2014, além
de investir em cooperativas de catadores e
em parcerias para aumentar a coleta seletiva
e da destinação adequada do
lixo não reciclável.
A preocupação
atual, segundo o especialista em resíduos
sólidos do ministério Sérgio
Cotrim, é evitar os erros do passado,
quando os municípios investiam na instalação
de aterros ou usinas de reciclagem, mas não
na manutenção dessas áreas.
“Os aterros viraram lixões e as usinas
viraram sucata. Temos lugares em que nenhum
quilo de resíduo foi processado”, disse.
Para ele, a solução
deve ser regionalizada, com serviços
de gestão organizada por consórcios
públicos. “Temos recursos e queremos
investir, mas o investimento será criterioso.
Queremos a garantia de que o dinheiro vai
ser bem aplicado.”
Cotrim disse o Ministério
das Cidades só vai analisar as propostas
dos estados ou aquelas feitas por consórcios
ou grupos de municípios. “Queremos
trabalhar com grupos de municípios,
estados, microrregiões e consórcios.”
A Política Nacional
de Resíduos Sólidos determina
que a prioridade na gestão dos resíduos
deixe de ser voluntária e passe a ser
obrigatória, prevendo a não
geração, a redução,
a reutilização, a reciclagem
e o tratamento.
A lei prevê ainda
a adoção da logística
reversa, por meio de ações para
coletar os resíduos sólidos
e devolvê-los ao setor empresarial.
Inicialmente, a logística reversa engloba
o recolhimento de resíduos e embalagens
de agrotóxicos; pilhas e baterias;
pneus; óleos lubrificantes; lâmpadas
fluorescentes, de vapor de sódio e
mercúrio e de luz mista; e produtos
eletroeletrônicos e seus componentes.
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Plantio de mudas nativas
da Mata Atlântica quer neutralizar carbono
emitido no réveillon no Rio
17/03/2012 - Alana Gandra
- Repórter da Agência Brasil
- Rio de Janeiro - A Empresa de Turismo do
Município do Rio de Janeiro (Riotur)
iniciou esta semana, por meio da organização
não governamental Instituto Terra de
Preservação Ambiental, o plantio
de 1.411 mudas de árvores nativas da
Mata Atlântica, reunindo mais de 20
espécies, no município de Miguel
Pereira, no centro-sul do estado. O plantio
das mudas visa a neutralizar o carbono emitido
durante o réveillon do Rio de Janeiro,
na virada de 2011 para 2012.
O secretário municipal
de Turismo, Antonio Pedro Figueira de Mello,
destacou que o réveillon do Rio foi
um grande exemplo de como produzir eventos
“de forma inteligente e sustentável”.
Ele espera que, com a proximidade da Conferência
das Nações Unidas sobre Desenvolvimento
Sustentável, a Rio+20, que ocorrerá
em junho, os eventos fiquem cada vez mais
comprometidos com o meio ambiente.
As 1.411 mudas correspondem
à neutralização de 260
quilos de gás carbônico gerados
na produção do réveillon
de Copacabana, informou o ambientalista Roberto
Vamos. Para chegar às 1.411 mudas,
ele calculou a quantidade total de combustível
gasto em todas as operações
de montagem e desmontagem das estruturas,
nos geradores de energia e, também,
nas barcas que levaram os fogos à Praia
de Copacabana.
Segundo Roberto Vamos, o
projeto de reflorestamento que vem sendo implementado
pela ONG Instituto Terra de Preservação
Ambiental foi determinante para a escolha
do município de Miguel Pereira para
o plantio, como forma de neutralizar as emissões
de gases da produção do réveillon.
“O projeto é feito na bacia do Rio
Guandu. Então, o benefício que
vai ter não é só para
a população de Miguel Pereira.
Vai ser para a cidade também, porque
a gente vai estar preservando os mananciais
de água que abastecem o Rio de Janeiro”.
O ambientalista ressaltou
que a ideia é fazer a neutralização
de carbono emitido em todos os eventos privados
e públicos que ocorram na capital fluminense.
“Acho que cada vez mais vai haver agora essa
demanda, não só por parte de
produtores privados, como também por
parte de eventos dos governos, como a Copa
do Mundo e as Olimpíadas”. A neutralização
de carbono deverá ser posta em prática
também na Rio+20. “Pense só
no fato de que estão sendo esperadas
entre 40 mil e 50 mil pessoas no Rio de Janeiro”,
destacou ele.
Roberto Vamos sugeriu,
contudo, que a neutralização
de gases emitidos individualmente deve ser
responsabilidade de cada cidadão. Ele
indicou que algumas ONGs, como a Fundação
SOS Mata Atlântica, dispõem de
ferramentas por meio das quais as pessoas
podem “comprar” árvores virtualmente,
visando ao seu plantio em vários locais
do país.